30.10.12

O cotidiano ribeirinho de Parésqui no Pauta Mínima

O espetáculo, resultado de uma bolsa de Pesquisa, Experimentação e Criação Artística do Instituto de Artes do Pará (IAP), desenvolvida pelo grupo Usina Contemporânea de Teatro, está de volta em cartaz para curta temporada de 01 a 04 de novembro, sempre às 20h, no Teatro Cuíra, dentro do projeto Pauta Mínima. Em cena, as atrizes Nani Tavares e Valéria Andrade narram histórias de vida de ribeirinhos que vivem na Ilha do Combu, em frente a Belém. A direção é de Alberto Silva Neto. 

O terceiro espetáculo a estrear no proejto Pauta Mínima do Grupo Cu[ira, foi desenvolvido durante nove meses pelas as atrizes Nani Tavares e Valéria Andrade, que mergulharam na observação do cotidiano dos ribeirinhos e utilizaram uma técnica chamada 'mímesis corpórea' para imitar o comportamento corporal e vocal daquelas pessoas. 

A própria dramaturgia do espetáculo nasceu da colagem de diversos fragmentos dessas valiosas histórias de vida relatadas intimamente às atrizes. Juntas, essas histórias constroem um retrato da visão de mundo dos ribeirinhos que habitam a Amazônia, revelando seus medos, encantos, paixões e conflitos familiares, numa narrativa que transita entre a comédia e o drama. Além das diversas apresentações realizadas em Belém, o espetáculo foi contemplado em 2009 com o Prêmio Myriam Muniz, da Funarte, e circulou por doze municípios paraenses que ficam às margens de rios. 

Agora a montagem está de volta ao repertório do grupo Usina Contemporânea de Teatro, que além de nani Tavares e Valéria Andrade traz Alberto Silva neto na direção. São três artitas experientes e a certeza de um excelente espetáculo.

Nani Tavares é atriz formada pela Escola de Teatro e Dança da UFPA. 

A paraense foi aluna do curso Técnico em Ator da Escola e já atuou em vários espetáculos, entre eles, destacando-se em "A Incrível e triste história de Cândida Erêndira e sua avó desalmada" (2002) e "Lisístrata" (2003), além de ter participado da montagem de Orfeu (2001). Mais recentemente, atuou em Eutanázio e o princípio do mundo (2010), pelo grupo Usina. 

A paulista Valéria Andrade começou a carreira atuando em cinema e televisão, quando criança. Chegou a Belém em 1990 e participou como atriz nas montagens de "Hamlet" (1990), além de "Fausto" (1994), "A vida é sonho" (1997) e "Eutanázio e o princípio do mundo" (2010), pelo Usina. 

Em 2003, co-dirigiu a montagem de Lisístrata, com alunos da Escola de Teatro e Dança da UFPA. Atuou em, também pelo Usina. Desde 2009, é professora da Escola de Teatro e Dança da UFPA.

O paraense Alberto Silva Neto é ator desde 1987 e diretor teatral desde 2004, quando realizou o espetáculo "Tambor de Água", a partir de bolsa de Pesquisa, Experimentação e Criação Artística do Instituto de Artes do Pará (IAP). Também atuou em "Primeiro milagre do menino Jesus" (1993), "A vida é sonho" (1997), ambos pelo Usina.

Em 2002, fez Hamlet - Um extrato de nós” (2002), pelo grupo Cuíra, com direção de Cacá de Carvalho. Ainda pelo Usina, dirigiu Ágora Mandrágora ou Santa Maria do Grão Agora (2008), Solo de Marajó (2009) e Eutanázio e o princípio do mundo (2010). Desde 2009, é professor da Escola de Teatro e Dança da UFPA. 

Com 23 anos de história, o grupo Usina Contemporânea de Teatro foi fundado em 1989 para fazer teatro político nas ruas da Belém. Em seguida, diversos núcleos de criação foram responsáveis por uma produção marcada pela diversidade estética, incluindo teatro de formas animadas, clássicos da dramaturgia universal e teatro imagético utilizando outras mídias em diálogo com a cena teatral. 

Ficha Técnica
  • Elenco: Nani Tavares e Valéria Andrade 
  • Dramaturgia: Alberto Silva Neto, Nani Tavares e Valéria Andrade 
  • Cenografia e iluminação: Alberto Silva Neto e Patrícia Gondim 
  • Desenho de som: Leo Bitar 
  • Figurino: Anibal Pacha Projeto 
  • Gráfico: Alan Moraes e Paula Henderson 
  •  Fotos: André Mardock 
  • Direção: Alberto Silva Neto


Pauta Mínima – O Pauta Mínima é um projeto do Grupo Cuíra de Teatro, aprovado pelo edital Funarte - Fundação Nacional de Artes (FUNARTE), Ministério da Cultura (MinC) e Governo Federal. O projeto tem como objetivo democratizar mais o acesso ao sua sede, o Teatro Cuíra, que ainda vai receber até dezembro deste ano outros espetáculos que foram selecionados através de edital.

Depois de “Parésqui”, entrará em cartaz  “O Pequeno Grande Aviador e o Planeta Do Invisível”, de 15 a 18 de novembro, e “Eu Me Confesso Eneida”, que estreia dia  29, indo até 02 de dezembro. No último mês do ano, o público ainda assistirá “Pro Ensaio Geral”, de 06 a 09 e “Ritos”, de 13 a 16.  Os sete grupos que foram selecionados pelo edital não pagam pelo espaço, ganham dias de ensaio para suas montagens, assim como folder, banner, assessoria de imprensa, e 50% do que arrecadado na bilheteria, além de uma ajuda custo no valor de R$ 800,00.


Serviço 
Parésqui, do grupo Usina Contemporânea de Teatro. De volta em cartaz de 1º a 4 de novembro, sempre às 20h, dentro do projeto Pauta Mínima. Local: Teatro Cuíra (1º de Março esquina com Riachuelo). Ingressos: R$ 20,00 (com meia-entrada a R$ 10,00).

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