Formado recentemente, o Caxangá se apresenta, nesta quinta-feira, 17, a partir das 22h, na Casa do Fauno, em Belém. Para saber um pouco mais sobre o trabalho desenvolvido pelo grupo, com pesquisa na música brasileira, mesclando ritmos e buscando obras de grandes compositores da nossa música, fomos bater um papo com Camila Alves, violonista já conhecida por seu trabalho em O Charme do Choro, um grupo formado só por mulheres.
De formação erudita em violão clássico, no Conservatório Carlos Gomes, Camila Alves conta que sempre foi apaixonada pelo repertório de música brasileira, em especial o choro, ritmo com o qual teve o primeiro contato, ainda dentro do conservatório.
Em 2006, a instrumentista formou o grupo O Charme do Choro, passando a tocar violão de sete cordas e agora segue também experimentando novas emoções com o Quintato Caxangá, cujo repertório passeia por Pixinguinha, Luiz Gonzaga, Chico Buarque, Tom Jobim, Sivuca, Hermeto Pascoal, K-Chimbinho, Hernesto Narazeth, Waldir Azevedo, Pedro Raimundo, mas também por com positores paraenses e um trabalho autoral.
O trabalho conta com músicos experientes, de influências variadas, como Fabrício Aleixo (flauta transversal), Igor Sampaio (cavaco), Rafaela Bittencourt (percussão) e Chiquinho do Acordeón (acordeón), músico nordestino de Natal (RN), que já mora em Belém há mais de 26 anos. De uma outra geração musical que os demais integrantes, ele foi convidado por Camila para integrar o grupo e topou na hora.
“Eu conheci o Chiquinho no conservatório Carlos Gomes. Eu estava começando no violão e ele fazia parte do grupo Uirapuru, organizado pelo meu professor Cizinho. E eu ficava pra assistir aos ensaios, encantada”, diz Camila Alves, que toca violão de sete cordas no quinteto.
O grupo tem também Fabricio Aleixo, músico de formação erudita, professor de flauta transversal e prática de conjunto no conservatório Carlos Gomes. Exímio flautista, domina tecnicamente o instrumento e possui muito feeling de interpretação. Morou na Europa, possui influências muito variadas, que somam no nosso trabalho.
Igor Sampaio é um jovem músico, cavaquinista, muito talentoso, exigente e atencioso aos detalhes. O primeiro grupo dele foi o Engole o Choro, formado na UEPA, passando depois a frequentar as Oficinas Choro do Pará. O Igor cresceu rapidamente no meio musical, e hoje é um músico requisitado em gravações e apresentações de grandes grupos de choro da cidade.
Fechando o quinteto, Rafaela Bittencourt, percussionista, que traz a música de berço. Desde pequena, ela conviveu com rodas de samba na sua casa, em meio a uma família musical. É autodidata, e seu instrumento principal é o pandeiro. “Eu e ela participamos juntas do grupo O Charme do Choro. Rafaela morou em São Paulo, e lá teve contato com grandes músicos e outros diferentes trabalhos musicais”, diz Camila.
Fotos: Bruno Pellerin |
Holofote Virtual: Camila, conta a história da formação do Quinteto Caxangá, como vocês se encontraram?
Camila Alves: O encontro de todos no grupo na verdade foi realizado por mim (risos). Era uma busca pessoal, formar um trabalho ligado ainda ao choro, minha grande paixão, mas um pouco mais abrangente.
A primeira pessoa que procurei foi o Fabricio. Apesar de não termos amizade na época, eu lembrava dele lá do conservatório. Ele era extremamente estudioso, tava toda tarde estudando lá, sempre. Isso ficou como uma referência positiva. E quando falei da minha ideia ele topou na hora.
Era também uma busca dele forma um grupo de música brasileira. Igor e Rafa entraram posteriormente, tivemos outras formações breves antes. O Chiquinho foi a cereja do bolo. Um instrumento riquíssimo, e que eu admiro de mais, o acordeon somou e trouxe diferencial ao grupo e ao repertório.
Holofote Virtual: Que brilho a mais ele traz pro grupo?
Camila Alves: O acordeón é um instrumento complexo e versátil, difícil até de entender como funciona. É muito engraçado, hoje tocar ao lado dele. É algo que nem eu nem ele poderíamos imaginar, anos atrás.
A participação do Chiquinho só enriqueceu o repertório e arranjos do grupo. O acordeón é um instrumento de harmonia e de solo, que preenche e soma muito. É muito interessante trabalhar com ele, é um grande ser humano, de muita humildade. A gente brinca muito com ele também, é tudo muito leve e divertido.
Holofote Virtual: Vocês então trabalham esse repertório instrumental dentro do universo da música brasileira. Há também um repertório autoral?
Camila Alves: A gente se pauta em formar um repertório de música brasileira instrumental. Coisas que todos gostamos, todos contribuem com sugestões. A maior parte do nosso repertório é dançante, até pela influência do Chiquinho. Mas a gente também gosta muito de canções mais melodiosas, há espaço garantido para elas também em nosso repertório. Temos composições de paraenses e também algumas autorais. Chiquinho compõe, eu e Igor também. A primeira vez que toquei com o Chiquinho foi em um festival, tocando uma música minha em parceria com Carla Cabral. Essas músicas vão entrando aos poucos no nosso repertório também.
Holofote Virtual: Como está o trabalho, projetos de gravação, querem circular? Quais os planos?
Camila Alves: Antes de circular, acredito que a gente precise gravar. Estamos estruturando o arranjo de uma música autoral para lançar como single em breve.
Quero gravar um EP com umas quatro músicas, e lançar na internet até o primeiro semestre do ano que vem. E, com isso, inscrever o grupo em editais. Quero fazer um show em teatro também no primeiro semestre do ano que vem. A ideia já está toda estruturada, mas ainda vou guardar segredo por enquanto, por precaução (risos).
Holofote Virtual: O que se pode esperar desta apresentação na Casa do Fauno?
Camila Alves: Na Casa do Fauno vamos apresentar esse repertório misto, com momentos intimistas, e outros mais dançantes. Chico Buarque, Tom Jobim, Jacob do Bandolim, Hermeto Pascoal, Pixinguinha, Sivuca, Luiz Pardal, e algumas autorais.
Holofote Virtual: E agenda deste mês, onde mais vai ser possível ver o quinteto?
Camila Alves: Nossa agenda é a seguinte: sábado que vem vamos estar na Cervejaria Oficial, no shopping Bosque Grão Pará, a partir de 13 horas. E dia 15 de dezembro, faremos uma apresentação na praça Batista Campos, às 20h.
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Serviço
Além do Quinteto Caxangá, nesta quinta-feira, 17, a Casa do Fauno também conta com o show Performático, de Luís GIrard, nesta sexta-feira, 18, e de blues e jazz, com o guitarrista paraense Marcius Cabral, que está há oito anos sem tocar em Belém. Sempre a partir das 22h. Ingresso R$ 10,00. Na Rua Aristides Lobo, 1061, entre Benjamin e Rui Barbosa. Informações: 91 3088.5858 e 9 8134.7719 - e-mail: casadofaunocomunica@gmail.com/ lume.com@gmail.com
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