8.9.18

Amostraí traz lendas em caixas e muitas histórias

Na cena cultural deste sábado, 8, a pedida para quem está com as crianças é chegar no Casarão do Boneco. O Amostraí, que agora acontece sempre no segundo sábado de cada mês, traz em sua programação a delicada e instigante arte do Teatro de Caixas, com Jeferson Cecim, dentro do projeto Encaixotando Lendas. Haverá também contação de histórias e espetáculo de teatro.  Tudo a partir das 18h, pagando quanto puder na entrada. Haverá pipoquiero na área e, dentro do casarão, a lojinha Dell'Arte , com peças autorais e produtos criativos.

A ideia do Amostraí é te chamar para assistir artes cênicas, numa programação que possibilita juntar quem é ou já foi criança, com a política de contribuição consciente do pague o quanto puder, que oportuniza assim um amplo acesso para a cidade e o entorno do Casarão.

Neste sábado, vai ter “Matinta Pereira”, “O Fantasma do Casarão Bibi Costa” e “A Moça do Táxi”, lendas urbanas traduzidas em pequenas cenas que podem ser vista através de um buraco numa caixa cênica. As caixas farão os entretempos das contações de histórias e o espetáculo, distribuídas pelos caminhos do casarão. 

Foto: Fabrizio Alvarez
O projeto Encaixotando Lendas traz as lendas do Casarão Bibi Costa, que fica na Governador José Malcher, esquina da Joaquim Nabuco, em Belém, e onde vive o fantasma de um escravo que foi torturado até a morte.

Também está no roteiro a já conhecida história de Josefina Conte, a moça que depois que morre continua saindo do túmulo para passear táxi todo ano em seu aniversário, e da Matinta Pereira que todo mundo já conhece muito bem. 

O projeto foi premiado pelo Programa Seiva da Fundação Cultural do Pará, realizado num processo que trouxe um caráter de experimentação e formação aos participantes, pois além de Jeferson Cecim, o projeto contou com Biank Brito e Geovane Serra, atores que não tinham tido contato com esse tipo de teatro.

Lendas e revolução na contação de histórias

Foto: Cláudio Ferreira
Na contação de história Fátima Sobrinho traz a encantadora A-Aya e a Criação do Mundo, narrativa baseada no Mito da Canoa Encantada e no dia a dia dos indígenas da etnia Xavante. A atriz interpreta uma avó indígena que narra a criação do mundo de forma mágica, lúdica e poética. Isso aproxima as crianças, prende atenção de adulto, nos encanta. A narrativa é uma livre adaptação do texto “As Histórias da A-Aya”, de Antônio Carlos dos Santos Carvalho, dirigida por Vandiléia Foro. 

Já Leonel Ferreira, da Cia. Madalenas: Mundiado, faz um mergulho no imaginário popular amazônico e conta os causos do "Caçador e a Cobra Grande", "O Pescador e a Sereia", "Foi Boto, Sinhá" e "O Pajé Apaixonado" (a lenda do peixe-boi), todos ligados ao universo da encantaria, em momentos de suspense e diversão.

Foto: Cláudio Ferreira
Tem mais uma. “Quem vai pagar o pato?” traz a história de três galinhas que vivem no galinheiro do Pato Putrião. Minorca, Conchinchina e Dominique trabalham todos os dias para o mato, até a exaustão, ganhando migalhas, na promessa de viver dias melhores no futuro, o sonho pregado pelo Pato. 

Elas acabam entendendo que tudo que ele quer é que ela engordem para produzir cada vez mais, pois quer alcançar o ovo inalcançável. Putrião está subordinado a Raposa, dona de todos os galinheiros da região. Vai ter revolução!

A encenação, criação e direção são colaborativas, realizadas pelo Gemte - Grupo Experimental de Teatro, com roteiro de ação e criação de enredo da Alice Alves, consultoria de musicalidade do Diego de La Percursa, o Registo fotográfico do Yuri Amorin, os figurinos do Mauricio Franco e visagismo do Wagner Guimarães, que também está e no elenco com Marvin Muniz e Yuri Granha. A Direção geral é assinada em dupla por Keila Sodrach e Lú Maués.

Produção colaborativa e parcerias

Foto: Cláudio Ferreira
A Dell'arte estará aberta, mas além das peças autorais de Nanan Falcão, Victoria Rapsódia, Maurício Franco e Inaê Nascimento,  a lojinha coletiva que habita o Casarão do Boneco também tem livros, cosméticos naturais artesanais e roupas de brechó. O intuito é fazer circular produções e ações que emerjam da economia criativa, colaborativa, consciente e justa e para gerar renda e colaborar com a manutenção do próprio Casarão. 

O Casarão do Boneco é um espaço cultural autogestionado, que contribui para o movimento teatral e para diversidade cultural da cidade. O Amostraí é produzido e realizado colaborativamente pelo coletivo de artistas do Casarão, por parcerias como o Holofote Virtual e a Panificadora 16 de Novembro e pelo público que vem ser feliz com a programação. 

Serviço
Amostrai - Mostra mensal de artes cênicas do Casarão do Boneco. Data: 08/09. Hora: 18horas. Local: Casarão do Boneco. Av. 16 de Novembro 815 - http://bit.ly/OndeficaCdB. Pague o quanto puder. Informações: (91) 32418981.

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