1.11.22

Coleções Científicas em debate no Museu Goeldi

Foto: Paula Sampaio
Pesquisadores de vários lugares do país estarão em Belém de 7 a 11 de novembro, para o Simpósio “Coleções Científicas e a Construção do Conhecimento”, a ser realizado no Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, em Belém. 

Ao ouvir falar de uma coleção, geralmente pensamos num conjunto de objetos que são preciosos para alguém. Seja por sua raridade, seja pelo valor afetivo de suas peças. No caso das coleções científicas, o maior tesouro são as informações. Seu foco é não apenas preservar objetos, espécimes e documentos, mas gerar dados para pesquisas e garantir que o conhecimento circule no presente e no futuro. 

O Simpósio vai debater como as coleções científicas atuam na salvaguarda da herança natural e sociocultural do planeta e também como servem de base para a construção do conhecimento, seja na pesquisa básica ou na inovação. E também sobre seu uso por outras comunidades além dos cientistas: em processos culturais e identitários, em exposições e atividades de divulgação, no auxílio à formulação de políticas públicas, na gestão ambiental e territorial e nas tomadas de decisão acerca da diversidade biológica ou sociocultural.

Estarão presentes representantes de museus, centros de pesquisa, universidades, pesquisadores indígenas e instituições que possuem os maiores acervos de fauna e flora do país, além de importantes acervos arquivísticos, com papel importante na pesquisa e inovação sobre biodiversidade e conhecimentos socioculturais. 

A organização é do Museu Goeldi em colaboração com o Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST (RJ), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA (AM) e Instituto Nacional do Semiárido - INSA (PB). O coordenador geral é o pesquisador do Museu Goeldi Cleverson Rannieri Santos. A Comissão Executiva é composta por pesquisadores de seis instituições.

Acervos para estudos e pesquisas científicas

Foto: Uriel Pinho

Uma coleção científica é um acervo que registra qualquer tipo de item com finalidade de estudá-lo cientificamente. Esses itens podem ser naturais, bióticos (como plantas, animais...) e abióticos (como os minerais), e também socioculturais (como peças artísticas e históricas) e arquivísticos (como fotos e documentos). Esses registros são devidamente tratados, conservados e documentados, de acordo com procedimentos e normas específicas a cada tipo de coleção. O objetivo é garantir a integridade, segurança e acessibilidade de forma perene a cada peça, registro ou testemunho.

Cleverson Santos explica que uma coleção científica “serve com uma fonte básica para os mais diversos tipos de pesquisas, sejam elas primárias, como para levantamentos de fauna ou flora, ou até mesmo de inovação quando utilizada para indústria farmacêutica por exemplo. Nestas coleções encontramos os mais diversos tipos de dados que podem compor relatórios, estudos, artigos e outros documentos que sirvam desde a formação de recursos humanos até orientar políticas públicas”.

O Museu Goeldi, sede do Simpósio “Coleções Científicas e a Construção do Conhecimento”, é uma instituição científica de referência, detentora de grandes coleções no Brasil. São 19 coleções científicas com foco na Amazônia, englobando diferentes áreas do conhecimento nas Ciências Naturais e Humanas, e que possuem mais de 4,5 milhões de itens tombados, resultado de um trabalho de coleta e pesquisa que se iniciou no século XIX e continua no presente, agregando novas tecnologias e metodologias de análise e compartilhamento com diferentes públicos.

“Estes acervos não são meramente depósitos de informação, são extremamente dinâmicos e englobam um processo: o de transformar e construir conhecimentos. Assim, são importantes não somente para a conservação, desenvolvimento e uso adequado de recursos na Amazônia, mas para o futuro de toda a humanidade” aponta Cleverson Rannieri.

PROGRAMAÇÃO

O evento, de caráter nacional, contará com 02 conferências, 10 mesas redondas e 03 workshops técnicos sobre conservação, segurança e gestão de dados e acervos, abordando áreas tão variadas quanto as Engenharias, a Etnografia, a Linguística, a Arqueologia, os Arquivos, a Saúde, e diferentes áreas da Biologia e da Inovação. Haverá ainda uma exposição sobre as coleções de algumas das mais importantes instituições científicas do Brasil: o Museu Paraense Emílio Goeldi, o Instituto Nacional do Semiárido, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o Museu Nacional do Rio de Janeiro e a Fundação Oswaldo Cruz.

Inscrições gratuitas e online: aqui.

Fonte: Agência Museu Goledi,
Texto: Uriel Pinho 
Edição: Joice Santos

Nenhum comentário: