A história da feiticeira Armide é uma adaptação de um poema épico de Tasso. Ela captura suas vítimas masculinas usando as artimanhas de seu sexo, fazendo com que se apaixonem por ela sem retribuir o amor. No entanto, quando a própria feiticeira se apaixona, tudo muda. Ela está dominada pelo amor que a consome à ruína. O herói, Renaud, é subjugado pelo charme erótico e corruptor dela.
Ambientada na Primeira Cruzada, é a história da paixão da feiticeira Armide por seu ferrenho inimigo Renaud. Incomum na época, a ópera concentra-se quase toda no personagem-título e em suas emoções conflituosas. Lully também é cativado pelo charme de sua feiticeira apaixonada. É o personagem que menos se espera inspirar nossa empatia que acaba conquistando pela beleza, emoção e poder expressivo de sua música. ‘Armide’ foi um sucesso imediato e tornou-se um clássico do repertório francês. Foi a ópera de Lully montada com mais frequência em Paris no séc. XVIII.
Primeira versão da ópera no Brasil
“Estou muito feliz com esta oportunidade maravilhosa de apresentar a primeira versão de ‘Armide’ no Brasil (após mais de 300 anos de sua estreia na França) em Belém e no Theatro da Paz. Será um marco na história da música brasileira, feito com muita dedicação, apoio genial Governo do Estado do Pará, muita competência dos músicos, um momento especial, único, de alta qualidade artística, para o deleite de todos”, explicou o maestro.
Para Nandressa Nunes, diretora de produção do Festival de Ópera, esse é um momento importante e de celebração. “Estamos chegando ao fim da temporada 2022 e o nosso saldo é muito positivo, principalmente por conseguirmos concluir mais uma etapa da formação dos nossos cantores líricos e trazê-los para o palco do TP com uma ópera barroca que será realizada pela primeira vez no Brasil e cujos desafios são inúmeros para toda a equipe. Mas, a missão foi dada e estamos cumprindo com louvor”, afirmou a diretora.
“Nosso esforço maior foi aproximar a sonoridade dos nossos instrumentos aos instrumentos como eram tocados no período barroco, com a sonoridade que eles tinham na época. As cordas dos instrumentos foram trocadas por cordas como aquelas usadas no período barroco, a afinação da orquestra está diferente, próxima da afinação que era usada à época e estamos preservando toda a questão estilística, como se canta a música barroca, como se canta o barroco francês. Então, o público que comparecer ao Theatro da Paz não vai se arrepender e vai ter uma ótima experiência ao apreciar a música barroca da melhor qualidade”, finalizou.
O diretor de teatro e figurinista Marcelo Marques, assina a direção de cena, figurino e cenografia da versão paraense de ‘Armide’ e com sua equipe vem mantendo suas criações em sigilo, gerando muita expectativa. “Essa ópera fala de amor e o amor é sempre positivo, a experiência mais transformadora da vida, a mais fundamental, porém, a história já provou que pode ser terrível também. ‘Armide’ não é diferente disso", diz Marcelo.
Para Bruno Chagas, secretário de Estado de Cultura do Pará, em 144 anos o Theatro da Paz vem ajudando a escrever diversas páginas da rica arte amazônida, reunindo artistas de diversas áreas, cujos ofícios se complementam, resultando no árduo trabalho de profissionais do canto lírico, dança, orquestra, cenografia, visagismo, figurino e cenotécnica.
“A ópera ‘Armide’ finaliza uma temporada muito importante para o Theatro da Paz, que em 2022, viu surgir sua Academia de Ópera, que contribuiu para a formação de diversos profissionais; a continuidade do projeto Sons de Liberdade, que visa a reinserção de egressos do Sistema Prisional no mercado de trabalho da economia criativa; e uma parceria com a Embaixada da Áustria no Brasil, que acenou com o patrocínio de parte do orçamento do Projeto. Todas essas conquistas ressoam a esperança em um novo ano ainda mais promissor para a economia criativa do Estado, para a cadeia produtiva da ópera e para os amantes da arte em todas as suas dimensões”, finalizou o secretário.
Ficha técnica
Direção de cena, figurino e cenografia: Marcelo Marques
Assistente de direção: Lucas Speck
Assistente de figurino: João Victor D’Alcantara
Maestro e cravista: João Rival
Regente do coro: Maria Antonia Jimenez
Iluminação: Rubens Almeida
Visagismo: Omar Junior
Armide: Carolina Faria
Renaud: Lucas Gabriel
Hidraot: Fellipe Oliveira
La Haine (o ódio): Idaias Souto
Phènice: Tássia Tavares
Sidônia: Thaina Souza
Lucinda: Dhuly Contente
Melisse: Dulcianne Ribeiro
Bergére e Ninfa: Elizabeth Moura
Le Chavalier e Artémidone: Tiago Costa
Aronte: Hugo Harley
Ubalde: Ytanaã Figueiredo
Um amante: Alexsandro Brito
Diretor geral do Festival: Daniel Araujo
Diretora artística: Jena Vieira
Diretora de produção: Nandressa Nuñez
Serviço
Os ingressos para a ópera ‘Armide’ estão à venda na bilheteria do Theatro da Paz ou por meio do site: www.ticketfacil.com.br. O Festival de Ópera do Theatro da Paz é uma realização do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) em parceria com o próprio Da Paz e Academia Paraense de Música (APM).
(Holofote Virtual, com Úrsula Pereira, da Ascom do Theatro da Paz/ Fotos: Divulgação)
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