O filho do escritor e curador de sua obra, Átila Monteiro, ajuda a manter a memória de seu pai em relevância no cenário literário, com a criação da editora que leva o nome do autor paraense. Ele revela que, ainda este ano, será lançado o “Visagens e Assombrações de Belém - Volume II”, com textos que Walcyr Monteiro deixou prontos antes de falecer.
Ele comenta a responsabilidade que assumiu ao cuidar do acervo de seu pai. “É uma mistura. Alegria por ver que meu pai ainda hoje continua vivo e atual nos livros e assuntos sobre os quais escreveu; responsabilidade, porque como herdeiro literário de Walcyr Monteiro não posso deixar morrer essa semente que ele deixou plantada, representada por suas obras, e que representam tão bem o folclore e cultura da nossa terra”, afirma.
O livro terá novas histórias que não entraram na primeira publicação, coletadas pelo escritor na década de 1970 e contará, também, com informações sobre a cidade e sobre os cemitérios que estão presentes em várias das histórias contadas nos livros. Átila lembra que foi difícil selecionar o que entraria na nova edição, porque são muitos os relatos recolhidos pelo escritor.
“É uma característica da nossa cidade e da nossa região ser ‘visagenta’. Veja que não tem um bairro de Belém, uma cidade da nossa região em que você não encontre alguém te contando um ‘caso’ ou uma famosa história de algo sobrenatural que aconteceu com um amigo ou com um parente próximo. Acredito que isso se deve ao fato de na Amazônia termos, presente em nossa cultura, vários personagens que não têm uma explicação racional ou científica, tais quais a Matinta-Perêra, o Boto, o Curupira, a Iara, entre outros, que dão asas à imaginação de todos os que por aqui habitam”.
As histórias contadas por Walcyr Monteiro saíram dos livros e chegaram ao cinema, à televisão e, mais recentemente, às redes sociais. Átila, conta que o pai estava sendo procurado por produtoras para filmarem algumas das histórias registradas em seus livros.
“Inclusive, antes de sua morte, em maio de 2019, já havia alguns canais de televisão que produziam programas baseados em suas obras, como por exemplo, a TV Cultura, com o programa Catalendas. Eu mesmo já fui procurado por algumas redes de televisão interessadas em produzir algo sobre as obras de papai”, comenta.
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