A realização do evento é das 12 Associações de Usuários das Reservas Extrativistas (RESEX) do Pará, com articulação da ONG Rare.
"É do mangue que a gente sobrevive, por isso precisamos cada vez mais valorizar essa floresta de manguezal que hoje reconhecemos como 'maretório'. Escolhemos esse tema, para que pudéssemos celebrar, pelo terceiro ano, o mangue. Quando fizemos o movimento pelo decreto das Resex, já foi com o objetivo de proteger essa região, o mangue é vida em abundância", declara Sandra Regina Gonçalves, liderança extrativista da Associação dos Usuários da Reserva Extrativista Mãe Grande de Curuçá (Auremag) e da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas, Povos e Comunidades Tradicionais Extrativistas Costeiras e Marinha (Confrem).
As ações da campanha ocorrem desde 1º de julho no litoral paraense, região que junto com Amapá e Maranhão, abriga 75% das florestas de mangue do Brasil, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A área é a maior e mais preservada faixa contínua de manguezais do mundo: são 11.229 km² da porção chamada de maretório, uma palavra criada a partir de reivindicação popular, que significa a junção de território e maré.
"O Julho Verde é um movimento dos extrativistas do litoral do Pará pela conservação dos manguezais amazônicos e dignidade de vida para as comunidades. Por meio da realização de campanhas, os guardiões e guardiãs dos manguezais são motivados a agir em prol desse ecossistema, especialmente na sua atuação nas Reservas Extrativistas, as RESEX", informa Bruna Martins, articuladora da campanha pela Rare Brasil.
O Pará possui em sua zona costeira 47 municípios, com 12 Reservas Extrativistas Marinhas (Resex) estabelecidas em 3641.42 km² de manguezais. Estima-se que somente no Pará mais de 41 mil famílias extrativistas vivam nas áreas de manguezal e são fundamentais para conservá-lo.
Solar da Beira recebe campanha em Belém
A programação continua pela parte da tarde, a partir das 15h, apresentação da Miss Extrativista e declamação de poesias sobre os manguezais. E também: rodas de conversa sobre as mulheres desse ecossistema e o valor do mangue para as populações extrativistas. Durante todo o dia, estudantes do curso de oceanografia da UFPA, farão exposições sobre a temática dos manguezais. À noite, a partir das 19h, um videomapping vai iluminar o prédio do Solar da Beira com os símbolos do mangue para conectar Belém ao litoral, buscando sensibilizar os cidadãos sobre a necessidade de conservação do manguezal.
COP 30 em Belém - Os mangues e a mudança climática
É o chamado "carbono azul", termo usado para se referir ao carbono de ecossistemas marinhos e costeiros, já que o “carbono verde” é associado às florestas e outros ecossistemas terrestres.
Além disso, o ecossistema do mangue é conhecido por ser a “maternidade” da vida marinha, onde várias espécies de peixes, aves e mamíferos se reproduzem, e servem como proteção às costas litorâneas contra tempestades, tsunamis e aumento do nível do mar.
Programação
06h - 8h - Alvorada dos manguezais amazônicos com Carimbó Os Quentes da Madrugada, da Resex Chocoaré Mato Grosso
09h - 12h - Feira Mães do Mangue - A economia criativa das mulheres extrativistas do litoral paraense
15h - 16h Desfile Miss Extrativista e Poesia Manguezal
16h - 17h - Roda de Conversa "O valor das mulheres nos manguezais"
17h - 19h - Roda de conversa "Nosso mangue tem valor"
19h - 20h - Video Mapping com Astigma e Carimbó os Quentes da Madrugada
Local: Solar da Beira, Feira do Ver-o-Peso - Belém (PA). Entrada gratuita.
(Holofote Virtual com informações da assessoria de imprensa)
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