13.9.24

Delcley Machado celebra 35 anos de trajetória

Delcley Machado/ Foto: Walda Marques
Delcley Machado traz em sua história mais de 30 anos de paixão pela música, com destaque à música instrumental. O dia 20 de setembro, sexta-feira, será uma noite de comemoração à jornada do músico, compositor e produtor paraense, que realizará o Show Celebração - 35 Anos de Carreira, no espaço Ná Figueredo, às 20h.

O show Celebração vai reviver memórias e composições. Haverá momentos de emoção e surpresas, com  um repertório que passeia pelos três álbuns lançados pelo artista. O primeiro foi lançado em 2002, intitulado “Cordacesa”, no qual há homenagem ao filho na faixa “Lucas”. O álbum, de forma natural e rápida, se tornou referência na música instrumental do Pará. 

O segundo veio em 2010, intitulado  “Temporal”, com faixas que permitem uma imersão à Amazônia. Inspirado pelo som da chuva e passagem do tempo, o álbum conta com parcerias importantes, como Jorge Andrade na letra de “Das Ruas” e Marcos Campelo em “A Voz Guardada”. Em 2020, ele lança o terceiro disco “Ensolarando”, com a participação de artistas como Vital Lima, Toninho Horta e Cláudio Nucci, mostrando a sua maturidade musical e surpreendendo os seus ouvintes. 

“A apresentação vem com essa cara de festa, de celebração da existência dos meus álbuns. Cada álbum é pessoal demais, é o sangue do artista ali. Quando um disco é pensado e sonhado, ele é diferente. Nós vamos tocar com muito carinho o repertório dos três discos”, conta Delcley, ansioso pela apresentação, que contará com a presença especial de grandes músicos e amigos no palco: Jacinto Kahwage (piano), Davi Amorim (baixo), Leandro Machado (bateria), com participação de Luiz Pardal, Fabrício Machado, Príamo Brandão e Lucas Machado.

Música e Amazônia na veia! 

A trajetória musical de Delcley é marcada por sua conexão com a Amazônia e por colaborações que perpassam gerações. A paixão pela música iniciou ainda na infância, quando ganhou um cavaquinho de seu pai, que foi músico e o responsável pelos primeiros passos de Delcley no universo artístico paraense.  

“O meu pai era músico da banda da polícia militar e tocava à noite. Ele conhecia muitos músicos e eu cresci num meio onde havia muitos artistas. Na minha infância, quando eu tinha 7 anos, eu ganhei um cavaquinho, me interessei pela música, e nunca mais parei”, conta o músico.

Aos 14 anos, ele começou a tocar guitarra, depois violão, e foi quando se interessou pela música brasileira. Depois conheceu o Jazz e este, por ser um estilo livre, acabou o conduzindo pela música instrumental de forma mais ampla.

“O que eu me orgulho da minha carreira musical é ser uma pessoa persistente pelo gênero instrumental. Eu digo música instrumental, porque quando se fala de jazz, se determina que é um gênero, e a música instrumental engloba tudo, inclusive o Jazz. Quando eu me identifiquei com isso, percebi que minha música poderia ter mil características diferentes, mil formas de interpretá-la e mostrar uma arte muito vasta. Isso é a música instrumental, um som livre que nos permite criar”, comenta Delcley. 

“Hoje, eu estou muito feliz por perceber o que minha música alcançou. Eu sinto um resultado positivo, como se eu estivesse concretizando algo que eu sonhava e que, através da música, vou atravessar o tempo e ir adiante. Às vezes a gente encontra pessoas que dizem que ouvem até hoje minhas músicas no café da manhã com a família, em encontros com amigos e momentos especiais. Eu vejo o meu impacto de uma forma afetiva na vida de quem aprecia o meu trabalho”, celebra o paraense. 

A música instrumental em Belém

Delcley Machado/
Foto: Walda Marques
Segundo Delcley, apesar de não ter tanto destaque, o cenário da música instrumental em Belém é muito vivo. “Possuímos um potencial muito grande. São muitos artistas que estão trabalhando nesse cenário. Eu gostaria que todos esses músicos e artistas estivessem mais na visão do povo. O movimento é muito bom, cada vez mais chegam músicos interessados. Os jovens estão entrando nesse cenário e se destacando, deixando o movimento mais bonito. Porém, é preciso que as pessoas apareçam mais, se mostrem mais tocando e se divulguem”, reforça ele.

O também produtor comenta que a música instrumental local se diferencia do Brasil pela paixão com que os paraenses tocam. “Criamos um vínculo com o repertório e por isso, sem necessidade de aprovação, ou uma busca incessante para agradar o mercado, ou alguém, seguimos”, conta Delcley. Ele aproveita e declara que compor, para ele, é um estado de espírito. 

“Não tem a ver com local, com droga, com cachaça, com rua, com nada. É algo que se sente. Eu não diria que é um presente extra-sensorial, mas você vai buscando. Parece que você sente o tempo que você tem que compor. Você pega o instrumental e vai criando. Eu aleatoriamente pego o instrumento e vou fazendo sons, caminhos, acordes harmônicos, até que, em algum momento, algo vai criar uma força e surge uma composição”, explica o músico.

Fluxo Estúdio

Foto: Divulgação (Álbum Temporal)
Em parceria com seu filho, Lucas Machado, Delcley coordena o Fluxo Estúdio, onde produz e grava os seus trabalhos e de outros artistas. Em maio deste ano, em parceria com o músico carioca Carlos Malta, Delcley lançou o EP intitulado “Mokõi”, que reúne 6 regravações instrumentais de composições de Waldemar Henrique.

“O EP surgiu como parceria e união com Carlos Malta. O título Mokõi, na língua Guarani, significa "dois", expressando a união dos sopros, dele, e das minhas cordas”, conta Delcley Machado. Após a boa repercussão do lançamento, os músicos pretendem lançar uma continuação do Ep. 

Serviço

Delcley Machado – Show Celebração - 35 anos de carreira

Data: 20 de setembro de 2024

Horário: 20h

Local: Na Figueredo (Belém, PA)

Ingressos: $15

(Holofote Virtual com colaboração de Vagner Mendes)

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