7.9.24

Seresta do Carmo emociona com carimbó e samba

Ontem à noite, Belém reviveu uma de suas tradições: a Seresta do Carmo. Após 20 anos, o evento retornou à Praça do Carmo, no mês de maio e repetiu a dose, nesta última sexta-feira, no bairro da Cidade Velha. A segunda edição de 2024 reuniu público e artistas em um encontro emocionante com a cultura e o patrimônio da cidade. Além disso, mostrou também a força das mulheres no carimbó e no samba!

Está na memória afetiva e pelo povo, é um patrimônio da cidade, por estar também inserida numa área de tomabemento histórico. A maior prova de sua conexão com a população foi o seu retorno em maio, numa noite muito chuvosa e que mesmo assim trouxe à Praça de Carmos centenas pessoas que viveram seus tempos áureos, nas décadas de 80, 90 e inicio dos anos 2000. 

De volta ao nosso convívio, o desejo é que o projeto continue sendo realizado com o mesmo cuidado em que está sendo feito em sua retomada, promovida pela Prefeitura de Belém, com patrocínio do Banco da Amazônia e do Governo Federal. Sob as luzes do centro histórico, o público assistiu, nesta última sexta-feira, 6, a mais uma edição onde o passado e o presente dialogaram musicalmente. 

A noite começou com o grupo Sereias do Mar, formado por mulheres trabalhadoras da Vila Silva, em Marapanim, que desde 1994 apresentam o carimbó. Comandadas pela Mestra Bigica, as canções trouxeram ao palco a cultura amazônica e animaram o público, destacando a presença feminina no carimbó. 

O grupo vem da Vila Silva, localidade do município de Marapanim, na zona do salgado paraense, onde elas criaram um espaço educativo que reune crianças e jovens em torno da cultura do carimbó. 

Recentemente, suas vivências foram registradas no documentário Mestras, e algumas de suas integrantes, incluindo sua mestra, estiveram em Gramado (RS) com a artista visual Roberta Carvalho e a cantora Aila, que assinaram a direção do filme, selecionado para o festival de cinema mais famoso do país.

Na seresta elas deram um show em que celebraram Mestre Verequete e apresentaram seu repertório autoral, exaltando o carimbó e a presença feminina nesta cultura. Disseram que gostariam de voltar mais vezes à capital. 

Em seguida, Mariza Black subiu ao palco. Com 20 anos de carreira, ela interpretou clássicos nacionais e músicas do seu álbum "Samba Parauara". Sua presença marcante no palco, encantou todo mundo, mais uma vez mostrando que aqui ninguém é doente do pé. 
A apresentação reafirmou a presença do samba paraense no cenário cultural.

A noite ganhou um tom especial com quando Mariza chamou ao palco para uma participação, nada menos que Creuza Gomes, um ícone, que iniciou sua carreira nos anos 60. Alternando entre samba, bolero e outros ritmos, Creuza reafirmou seu legado na música paraense, e simplesmente emocionou a plateia. Entre a nostalgia e a vitalidade, Creuza encantou ao transitar entre samba, bolero e outros ritmos que embalaram gerações. E mostrou por que é a "Rainha do Samba Paraense" e também o "Rouxinol da Amazônia".

Noite de Memória Cultural

A Seresta do Carmo, criada em 1983, voltou a fazer parte do calendário cultural de Belém, não apenas como um evento musical, como também um momento de memória e celebração das tradições da cidade. 

A noite de ontem na Praça do Carmo reforçou que a cultura de Belém segue presente e conectada às suas raízes. O evento foi um marco para os que puderam participar.

No início da programação,  às 18h, a palestra sobre Preservação do Patrimônio Cultural,  que seria ministrada pelo arquiteto urbanista Matheus Vieira, foi suspensa, devido a falta de luz no Teatro Popular Nazareno Tourinho, causada pelo estouro de um transformador.

O palco não foi prejudicado. Mas a palestra foi adiada para outra data que ainda será divulgada. Todos os que se inscreveram serão avisados e haverá mais vagas, pois a plateia desta vez ocupará a Sala Vicente Salles, no Memorial dos Povos.

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