10.12.09

Entrevista: In Bust encerra o ano com "Quebra Nozes" e "Um Conto que eu vim Contar"

Neste mês de dezembro, ao mesmo tempo em que, pela primeira vez está na cena de um balé (Fotos: Pedro Rodrigues), o grupo In Bust – Teatro com Bonecos também faz inúmeras apresentações do espetáculo “O Conto que eu vim Contar”.

Bom para o público já cativo, acostumado aos sábados sim, sábados não de teatro, no Casarão do Boneco.

Enquanto eles estão suspensos, é possível ver o grupo se apresentando em Belém, com o espetáculo que narra uma história natalina, em plena Ilha do Marajó.

"O Conto que eu Vim Contar é uma história de natal que acontece em uma fazenda marajoara. Seu Bastião é o dono desse lugar e tem uma filha, Hosana, que sonha ser chamada de mãe. Ele, com medo de perdê-la, não a deixa sair de casa, mas o lugar onde moram é banhado por um rio cheio de segredos, onde vivem muitas criaturas, inclusive... O Boto”, diz Paulo Ricardo Nascimento, do in Bust.

Nesta sexta-feira, dia 11 de dezembro, às 19h, “O Conto...” estará na Praça do Horto Municipal (na Mundurucus, com a Dr. Moraes), fazendo parte da programação de Natal da SEMMA – Secretaria Municipal de Meio Ambiente, repetindo a dose nos dias 15, 18 e 20 de dezembro, mesma bate hora, bate local. Já aos sábados, está na programação do Natal de Benevides, a partir deste, dia 12, ficando em cartaz até o primeiro sábado de 2010.

Com texto de Adriana Cruz, o espetáculo é inspirado no texto Um Conto de Natal, que David Matos criou para o programa Catalendas, da TV Cultura do Pará.

Os bonecos são para manipulação de vara, confeccionados com patchouli e foram criados e confeccionados por Anibal Pacha, que também fez os cenários e dirigiu o espetáculo.

Bonecos, balé e dança – Neste final de ano, o In Bust está envolvido com o universo da dança. É responsável pela montagem de "Tem tempo que faz tempo", do projeto Nos Passos da Dança do SESC Doca. Não estão no palco, mas trabalham a dramaturgia e fazem a direção cênica do espetáculo, junto à equipe do SESC.

E no final de semana passado, o público deparou-se com o In Bust em cena no “Quebra Nozes”, espetáculo da academia de dança Ana Unger, no Theatro da Paz. Logo no primeiro ato, eles estão lá, manipulando bonecos na encenação deste grande balé, que encanta gerações e gerações, sempre emocionando o público, ainda mais nesta época natalina.

Quem não viu, tudo bem. Ainda haverá chance nos dias 16 e 17 de dezembro, quando o espetáculo volta em cartaz. Aliá, é sobre esta participação deles no “Quebra Nozes” que segue a entrevista abaixo com o Paulo Ricardo Nascimento, ator-manipulador e fundador do grupo In Bust.

Como vocês receberam o convite? Já tinham trabalhado com a bailarina Ana Unger?
Paulo Ricardo: Nunca tínhamos trabalhado em espetáculos do Centro de Danças Ana Unger. Havíamos feito participação em um espetáculo em que a Ana também fazia participação.

E já tínhamos apresentado algum espetáculo nosso em uma programação do Centro de Danças. A Ana nos deixou muito à vontade para a criação, passou algumas referências e confiou na gente.

Como é a participação do In Bust?
Paulo Ricardo: Fazemos uma participação no 1° ato (que é bem teatral) quando, na festa de natal da família, acontece uma encenação com bonecos sobre a luta entre o Príncipe (que foi encantado e se transformou em um quebra-nozes) e o Rei dos Ratos. É uma cena rápida, com três bonecos: os dois que já citei e mais a princesa.

Temos duas equipes de manipuladores: Paulo Ricardo Nascimento (Príncipe), Cristina Costa (Princesa) e Adriana Cruz (Rei dos Ratos). Essa equipe fez as 07 primeiras sessões das 09 sessões. Charles Wesley (Príncipe), Lu Maués (Princesa) e Vandileia Foro (Rei dos Ratos) formam a equipe que fará as outras duas sessões que acontecem na semana que vem. O Anibal Pacha confeccionou os bonecos e a barraca e dá o necessário olhar de fora para a direção da cena.

O que acharam da estréia?
Paulo Ricardo: Estréia é sempre uma energia muito positiva passando. O espetáculo envolve muita gente e tem muita criança nos bastidores, ávidas por entrarem em cena, o que torna tudo mais especial.

Todos são muito responsáveis (incluindo as crianças) e fazem funcionar o mais organizadamente possível. Muito difícil um resultado de um trabalho desse não dar certo. Tem uma qualidade técnica e artística indiscutível. O espetáculo é grandioso e muito bonito.

Como é para o grupo, o contato com o universo do balé?
Paulo Ricardo: Estamos apenas na manipulação, mas buscando fazer com detalhes de gestos e pausas significativas e contando os 8's (tempos na música) como fazem as bailarinas e os bailarinos, para não perder o andamento da cena. Mas é tudo muito rápido.

Já tinham visto o espetáculo antes, conheciam o repertório?
Paulo Ricardo: Já conhecíamos o espetáculo, mas numa versão que não tem bonecos, quer dizer, não tem a encenação com barraca, contando a luta dos personagens. É outra versão, com atores vestidos com roupas de pelúcia, fazendo outra coisa.

Nunca tínhamos participado de um espetáculo tão grandioso, com tanta gente envolvida. Já havíamos feito participações em alguns espetáculos musicais e até de dança. Não é uma coisa que entra no nosso planejamento anual, pois vem sempre em forma de convite, mas é instigante, estimulante e que gostamos de fazer.

Como foi o processo junto aos bailarinos, nos ensaios. Como é o entrosamento do In Bust com a companhia Ana Unger?
Paulo Ricardo: Todos fazem sua parte e as partes vão se encaixando. Como nossa participação é muito rápida e pequena perto do todo, os momentos de ensaio também foram rápidos e o entrosamento vai se dando no percurso dos bastidores. As crianças acabam chegando mais perto de nós que os adultos. Também tem muitos conhecidos pelos bastidores, bailarinos, produção, cenotécnicos.

O teatro sobressai no espetáculo quando vocês entram em cena com os bonecos?
Paulo Ricardo: Talvez a cena sobressaia já que é teatro de bonecos dentro de um grande espetáculo de dança. Mas não é uma cena de bonecos dentro do espetáculo. O foco não é exatamente a cena dos bonecos, é a situação. É claro que o que os bonecos contam tem haver com a história toda e o público mais atento vai prestar atenção.

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