17.9.10

Salão Internacional de Humor da Amazônia divulga os premiados deste ano

Não foi uma tarefa fácil, mas o júri do 3 Salão Internacional de Humor da Amazônia, formado pelos cartunistas Edgar Vasques (RS), Jal (SP), Fernandes (SP), J. Bosco (PA) e Érico Aires (MA), conseguiu chegar, na manhã desta sexta-feira, 17, a um consenso e escolher as obras premiadas deste ano, selecionadas entre as mais de cem que estavam concorrendo em três categorias de humor gráfico.

Na categoria Ecologia, o 1 lugar foi para o cartun “Árvore Suicida” (ao lado), de Vilanova (RS), o segundo ficou com “La Impressora” (abaixo), de Boligán, do México e a Menção Honrosa, com “The End”, do paraense Waldez.

Na categoria de Tema Livre, foram escolhidos os cartuns “Payaso 2”, do espanhol Leslie, em primeiro lugar; “Múmia Silicone”, título sugerido pelos jurados à obra do paraense Casso, que ficou com o segundo lugar. A Menção Honrosa foi para “Cães Osso”, outra obra sem título, mas que recebeu este nome inventado pelo júri, também de Waldez.

Já na categoria Caricatura, que estreou este ano no salão, foram premiadas as obras “Madre Tereza, de Joseph, da Argentina, em primeiro lugar; e a caricatura do jazzista Chet Baker, do paulista Dalcio Machado, em segundo lugar. A Menção Honrosa ficou com a caricatura do grupo Rolling Stones, do paulista Zeco Rodrigues (ZR).

Para o arquiteto, cartunista, jornalista e um dos mais conceituados desenhistas do país, Edgar Vasques, trabalhar com o tema central do Salão da Amazônia, a ecologia é ao mesmo tempo inevitável, mas também um grande desafio aos cartunistas e ao júri.

“Existe uma grande dificuldade de ser original, pois a ecologia é um tema que está em voga, merecidamente, pois todos nós estamos preocupados com o que esta acontecendo com o planeta em diversos níveis da relação do homem com a natureza.

Mas só que isso tem tornado o tema bem batido e acaba que as idéias se repetem e é muito difícil achar aquela característica importante do cartun que é a surpresa ou aquela grande piada que te surpreende, te dá impacto cômico ou de reflexão”, explica.

Esta foi a principal dificuldade para chegar aos premiados deste ano. Os jurados precisaram garimpar bastante para definir os trabalhos que, em suma, mais demonstraram força de criação.

De acordo com Vasques, isso tem acontecido em inúmeros salões de humor gráfico espalhados pelo mundo. “Mesmo assim, conseguimos aqui, encontrar cartuns diferentes, que souberam abordam de forma original o tema da ecologia”, comemora.

Em “Árvore Suicida”, Edgar diz que o autor Vilanova conseguiu trabalhar a questão do visual do concreto contra a árvore, obtendo uma solução diferente para este problema. Já o mexicano que ficou em segundo lugar, o Boligán, com “La Impresora” conseguiu dar uma visão bem original dentro do tema ecologia ao propor uma auto critica.

“Nós cartunistas, para fazer nosso trabalho, dependemos de insumos, como o papel e o lápis, que vem da floresta e temos que ter responsabilidade no uso destes materiais, porque eles custam caro para o equilíbrio da natureza”, justifica.

No tema livre, a questão da originalidade também é recorrente. “Mas a nossa tarefa principal foi justamente encontrar obras que conseguem preservar o humor e a relação do cartun com o espectador. Acho que conseguimos fazer isso com os cartuns que foram premiados”, diz Vasques.

A caricatura é uma história à parte, mas a mesmice também está em caricaturar pessoas que estão na moda, como aconteceu, por exemplo, com José Saramago há alguns anos, quando ele recebeu o Prêmio Nobel. A modalidade, porém, requer julgamento de cunheo mais artístico. Enquanto no cartun a idéia pode sobressair ao traço, nesta ele é primordial.

O primeiro lugar é uma surpresa, trata-se de uma fotografia de um pano que o artista conseguiu dispor de tal forma a configurar a caricatura de Madre Tereza. “Muito interessante e original”, diz Vasques.

Em segundo lugar, o jazzista Chet Baker levou o prêmio , pois nem se trata de alguém tão popular. Venceu a ousadia. Já a menção honrosa vai para uma caricatura de grupo, no caso Os Rolling Stones, algo diferente também.

“A sessão de caricaturas é uma das mais bonitas deste salão. Há vários estilos ali, desde aquela minimalista, onde o cara faz dois risquinhos até aquela super detalhada que mostra até as rugas da cara do sujeito.

É visualmente uma festa a parte da caricatura e aí o desenho tem que ser bom”, finaliza. O 3 Salão Internacional de Humor da Amazônia fica aberto até dia 26 de setembro, no Espaço São José Liberto.

A realização do 3º Salão Internacional de Humor da Amazônia é da Central de Produção – Cinema e Vídeo na Amazônia, com patrocínio da Oi, através da Lei Semear, com apoio cultural Oi Futuro, Sol Informática e do Hilton Hotel, via Lei Tó Teixeira. O apoio institucional é do Espaço São José Liberto e do Instituto de Artes do Pará.

Vencedores

TEMA ECOLOGIA
1 LUGAR – ARVORE SUICIDA – VILANOVA – BRASIL (RS)
2 LUGAR – IMPRESSORA – BOLIGÁN – MÉXICO
MENÇÃO HONROSA – TEH END – WALDEZ – BRASIL (PA)

TEMA LIVRE
1 LUGAR - PAYASO 2 - LESLIE – ESPANHA
2 LUGAR - MÚMIA SILICONE – CASSO – BRASIL (PA)
MENÇÃO HONOROSA - CÃES OSSO – WALDEZ – BRASIL (PA)

CARICATURA
1 LUGAR - MADRE TEREZA – JOSEPH -ARGENTINA
2 LUGAR - CHET BAKER – DALCIO MACHADO – BRASIL (SP)
MENÇÃO HONROSA – THE ROLLING STONES – ZECO RODRIGUES (ZR) – BRASIL (SP)







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