24.6.11

Teatro do absurdo em cartaz no Cláudio Barradas

Fotos: Paulo Washington/Visualidade: Nelson Borges

Idealizado e dirigido pelo diretor Paulo Santana e contemplado pelo prêmio Proex de arte e cultura 2010, o projeto “Teatro para todos: encenação e debate das obras de Samuel Backett” apresenta o primeiro espetáculo: “Quantos infelizes ainda o seriam hoje se tivessem descoberto a tempo em que ponto estavam”, que realiza temporada até este domingo, 26, às 20h00 no Teatro Cláudio Barradas, com entrada franca.

A dramaturgia é uma tradução de “Fragmentos de Teatro I e II” do autor-chave do projeto, Samuel Beckett. Levando o público do riso ao pranto, o espetáculo foi livremente adaptado a partir da tradução feita pelo ator Gabriel Máximo, que divide o palco com José Pontes e Luis Girard. A obra é o cartão de visitas do projeto, que pretende encenar mais obras de um dos maiores nomes do teatro do absurdo e expoente da dramaturgia mundial.

Durante seis meses os atores entraram em processo de entrega física e emocional ao projeto, e sob a direção precisa de Paulo Santana, transformaram estes fragmentos em vida e transformação social e comportamental. A infelicidade – ou não -, a morte e o medo são pontos chave desta dramaturgia, que deixa suspensa a linha entre a tragédia e a comicidade, fazendo com que o público também se sinta entregue à densidade do trabalho.

O ator José Pontes pontua que o convite para este trabalho é um privilégio: “só de estar participando do projeto já é uma grande honra, ainda mais quando minha participação se deu por meio de indicação do diretor Paulo Santana. Todo o processo de criação ao qual nos propomos tem sido enormemente enriquecedor tanto no âmbito das artes cênicas, quanto no de relação interpessoal” revela o ator.

Também para Gabriel Máximo, a experiência tem sido enriquecedora: “todo ensaio é um novo desafio e uma nova descoberta, tanto no que toca ao fazer teatral quanto a nós mesmos, se é que há esta separação. O que resta, ao final de meses de trabalho, é a certeza de que aquilo que realmente importa são as transformações pelas quais passamos, engajados na tarefa hercúlea de nos tornarmos cada vez mais humanos. E tudo que se deseja através deste espetáculo é compartilhar”.

O projeto pretende, através de bilheterias gratuitas, popularizar e proporcionar um teatro de qualidade e acessível ao público em geral, e já desenvolve parcerias para apresentações nas comunidades periféricas, sempre no sentido da formação de platéia, promovendo debates acerca da obra e da concepção do espetáculo com os atores e diretores.

Acima de tudo, “Quantos infelizes ainda o seriam hoje se tivessem descoberto a tempo em que ponto estavam” é uma busca incessante de auto-conhecimento, tanto de quem faz a cena, quanto de quem a recebe. É a oportunidade de se questionar na platéia sobre transformações, medos e infelicidades. É o inquietar-se pelo teatro.

Serviço
“Quantos infelizes ainda o seriam hoje se tivessem descoberto a tempo em que ponto estavam”. Dias 22, 23, 24, 25 e 26 de Junho. 20h00. Teatro Cláudio Barradas (Rua Jerônimo Pimentel, esquina Rua D. Romualdo de Seixas – Umarizal). Entrada Franca. Com: Gabriel Máximo, José Pontes e Luis Girard.

(com informações de Leandro Oliveira)

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