Na passagem de som o CaBoclo Muderno com Pepeu |
Os últimos preparativos para a
festa que reunirá, nesta sexta-feira, 14, Cabolco Muderno, com Marco
André, Trio Manari e grande elenco de percussionaistas e músicos, aos artistas consagrados
teve clima de festa. O Holofote Virtual estava lá e acompanhou alguns momentos
do que já se chama de Pré-reveillon entre amigos.
Antes de subirem ao palco para passagem de som, as principais estrelas da noite conversaram com uma equipe que está em Belém fazendo um documentário sobre a efervescente cena da música paraense para o canal BIS (ex-Multishow). Marco André também conversou com o Holofote Virtual e falou mais sobre esta iniciativa que vai ganhar o primeiro CD em 2013, com patrocínio da Lei Semear e Natura Musical.
O bate papo com o músico e compositor paraense, que mora no
Rio de Janeiro, aconteceu, na verdade, no início desta semana, em São Paulo,
durante a festa do Natura Musical que anunciou os projetos que irá patrocinar
no ano que vem. Oito só no Pará, entre eles o CD do Caboclo Muderno. A boa notícia
só veio somar-se a festa desta noite.
Pepeu Gomes, Pedro Luis e Paulinho Moska desfilarão, logo
mais, sucessos ao lado dos músicos paraenses, em meio a batidas inusitadas que
pulsam através da soma dos tambores típicos do folclore nortista e do samba.
Além dos convidados especiais que farão parte do show principal, acontecerá
durante esta noite a Black Soul Samba, atualmente a mais concorrida festa da
cidade, que se mudará com seus DJs do Palafita para o African.
Marco André em entrevista pro doc do canal Bis |
“De certa forma, são todos amigos. Já fiz shows com Pepeu e
Moska e, recentemente, o Pedro gravou uma música no CD do Trio Manari, que ele já
conhece há mais tempo que eu”, disse o músico.
“Quando pintou a possibilidade
de fazer este show tudo se encaminhou. A fusão de sonoridades é o que mais me
instiga. Busco caminhos novos. E há muito em comum entre todos nós.
O Pedro é
ligado às escolas de samba, ao carnaval de rua, ao funk carioca. E eu sempre
fui muito ligado ao samba e ao carnaval de rua também. Tem o Pepeu que vem da
Bahia, Novos Baianos, e o Moska que canta todos os seguimentos. Só não chamamos
de nosso Pré Reveillon, mas é uma confraternização. Vamos ver o resultado que
vai dar esta maluquice”, complementa Marco André.
Maluquice esta que, vejam só, já influenciava Pepeu Gomes na
época dos Novos Baianos. Em entrevista a equipe carioca, ele disse que no sítio
em que todos naquela época moravam, se ouvia Pinduca.
Pepeu, no camarim com a equipe carioca |
“Quando a gente queria dar um clima mais alegre ouvíamos o carimbó
do Pinduca”, contou ele. “Estas misturas sonoras são muito do Brasil e agora estou
também em aproximando daqui, das guitarradas e toda a sonoridade do Pará”,
disse Pepeu.
Pedro Luis veio em Belém pela primeira vez com o show
Vagabundo, onde ele e A Parede tocaram com Ney Matogrosso. Desde então voltou
várias vezes aqui, com o Monobloco e também para gravar entrevistas para um
programa de Tv que ele apresentava.
“Quando cheguei aqui fiquei impressionado com a cena musical
que o Pará já vivia, uma efervescência independente do que rolava no resto do
país. Isso me impressionou muito”, contou o percussionista.
O Caboclo Muderno já foi lançado em Belém, como uma
celebração, um encontro entre amigos, e causou grande repercussão, sem querer
fazer trocadilhos... Em 2013, porém, o negócio fica mais sério e vai ser lançado
o primeiro CD do grupo, com o patrocínio da Natura Musical e Lei Semear.
“Acho que o Caboclo é reunião de vários amigos, artistas e
ritmos. E é isso que vamos colocar no CD, mas com gravação em estúdio. Tudo
direitinho. Já gravamos algumas músicas, mas de forma Demo, pra dizer, olha,
nós existimos, para que as pessoas nos conhecessem e que pudessem executar ou
baixar a sonoridade do Caboclo. Agora vamos parar, pensar e lançar um disco”,
explica Marco André.
Paulinho Moska fala sobre os ritmos do Pará |
Para ele, o momento que a música do Pará vive é muito bom.
Há várias iniciativas que somadas ao talento musical que sempre tivemos aqui.
“São
coisas distintas, a Semear é um programa do governo, que esta incentivando a
promoção da música paraense, e há os programas da iniciativa privada, mas
obviamente que tudo soma no sentido de que é importante que se mostre que há um
novo polo musical neste país, e que ele fica no Norte do Brasil. A música feita
aqui começa a ser tratada devidamente pelos grandes veículos de comunicação,
que consideram aqui o maior polo atual senão o mais criativo do país”, reflete
Marco André.
O músico, que há décadas se mudou para o sudeste, pensa que
em todo este tempo, o que precisava de fato era esta soma e este novo olhar. “Eu
vejo tudo isso com olhos às vezes até cheios d’água. Eu, que venho há muito
tempo batalhando por estas coisas no sudeste, de alguma forma me sinto como um
cara que ajudou a despertar isso em pessoas
importantes do setor por lá.
Apesar de não ter feito estes circuitos do
governo, me sinto sim dentro disso. Acredito no coletivo, sem isso você não
chega a nada. Já me senti muito só neste caminho, ainda que tenha conseguido
galgar degraus acima do que poderia ter acontecido no meu trabalho, que já ganhou
prêmios, mas eu estava só. Agora, não. Há uma coletividade no Pará, mesmo
aqueles que não concordavam com uns e outros, neste momento, convergem na
música. Sentir os contrários é interessante. A dialética é mais importante. Tudo que é igual é muito
chato. E temos estes contrastes todos na música do Pará”, reforça.
Pedro Luís só se aproxima mais do novo pólo musical do país |
O músico faz planos para 2013, entre eles, um
cinematográfico e musical, é claro.
“Eu tenho um projeto de cinema o ano que vem, um argumento sobre a
nova música do Pará, mas ainda estou buscando a captação. É algo grande que se
der certo, vai somar, bora ver”, diz ele, que também pretende gravar um novo
disco. “Devo gravar em janeiro e fevereiro um disco meu e o do Caboclo, a gente
grava em março”, conclui.
Serviço
CaBloco Muderno, Pepeu Gomes, Pedro Luis, Paulinho Moska e Black Soul Samba. Nesta sexta-feira, 14 de dezembro, a partir de 22h, no African Bar - Praça do African Bar, 400 – Reduto. Ingresso: R$ 30,00. Mais informações: (91) 8360 4112 e
www.facebook.com/CaBlocoMuderno
CaBloco Muderno, Pepeu Gomes, Pedro Luis, Paulinho Moska e Black Soul Samba. Nesta sexta-feira, 14 de dezembro, a partir de 22h, no African Bar - Praça do African Bar, 400 – Reduto. Ingresso: R$ 30,00. Mais informações: (91) 8360 4112 e
www.facebook.com/CaBlocoMuderno
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