A mostra apresenta uma seleção de 30 fotografias de um trabalho que o autor desenvolve, há cinco anos, em suas viagens Brasil afora, na tradição da chamada Fotografia-de-Rua, ou Street Photography. As imagens monocromáticas questionam com instantes e flagrantes de situações inusitadas, as relações do homem contemporâneo com o espaço urbano. A abertura acontece no hall do Centur, nesta terça-feira, 11, às 19h.
Nessa era multimidiática, nesse tempo acelerado, a velocidade da informação e a pressa cotidiana somam-se ao crescente caos urbano das cidades de nosso ‘país em desenvolvimento’. Sobra-nos pouco tempo para perceber o inusitado e o lúdico nas relações com os espaços públicos, seja numa dimensão poética, crítica, estética, política ou mesmo filosófica.
Numa época de relações tão virtuais, de excesso de exposição, onde cada cidadão anda armado de uma câmara e vigiado por outras, onde nunca houve tanta profusão de imagens fotográficas, ainda assim, a Fotografia-de-Rua - ou Street Photography - ganha cada vez mais espaço nos espaços expositivos e publicações no Brasil. Ao mesmo tempo, é cada vez mais difícil sua prática, pois fotografar em vias públicas com câmeras que chamam atenção tem sido um desafio, dados os índices de violência urbana que constatamos diuturnamente na mídia, e às vezes, na própria pele...
Em meio a esta equação, surge a mostra Crônicas de Rua, do artista visual Tchello d’Barros, de Belém do Pará.
A série apresenta um recorte de sua produção iniciada em 2008, focando nas relações do ser humano com o espaço urbano, seja em inusitados momentos explorando elementos da arquitetura, seja em flagrantes poéticos onde o transeunte desavisado é personagem involuntário de cenários da poluição visual das grandes cidades. Tudo mediado por um olhar nervoso e apressado, mas também aguçado e irônico deste fotógrafo viajante, um voyeur e flaneur contemporâneo.
As fotografias foram realizadas com diversas câmeras, das analógicas e digitais compactas às profissionais de lentes claras e até mesmo de telefone celular, sendo que a seleção de imagens em P&B para esta coleção alude à própria tradição da Fotografia-de-Rua.
Para Tchello d’Barros, esta escolha vai além de suas referências visuais, como as gravuras de Escher, o Cinema Noir ou o Realismo Fantástico: essa opção pelo P&B representa uma possibilidade de anulação do tempo cronológico, e mais, uma interpretação muito pessoal do mundo que nos cerca, de nosso entorno cotidiano, que nesses tempos de vertiginosa vivência digital, ainda chamamos de realidade.
Sobre o autor - Tchello d'Barros (Brunópolis SC, 1967) é escritor com 5
obras publicadas e artista visual com participação em mais de 80 exposições,
entre individuais e coletivas. Residiu em 12 cidades, percorreu 20 países em
constantes pesquisas na área cultural e desde 2010 está radicado em Belém do
Pará, onde dedica-se à produção audiovisual.
Em Belém, realizou em 2009 a individual de Poesia Visual
“Convergências”, na Galeria Graça Landeira, da Unama; em 2011, as individuais
de fotografia: “Um Mundo Fenomênico” no IFPA; “Instantâneos En Passant” na
Biblioteca Arthur Vianna; e “Confesso Que Vi” na Galeria Ismael Nery do
Corredor da Amazônia. E no mesmo espaço foram encenadas suas dramaturgias
“Poema Ao Pé Do Ouvido”, “Outra Jaula Para Pound” e “Feminilidades”. Lançou
livros nas edições de 2010 e 2011 da Feira Pan Amazônica do Livro e na
atualidade eventualmente ministra oficinas nos campos da Literatura e da
Fotografia.
*Lenon Rodrigues - curador e produtor cultural
Paris – França | 2012 Serviço
Exposição de fotografias “Crônicas de Rua” , do artista visual Tchello d’Barros. Abertura no dia 11, ás 19h. Poderá ser vista até 01 de fevereiro do ano que vem, de segunda à sexta, das 08h30 às 19h e sábado das 08h30 às 12h. No Hall Benedicto Monteiro no Centur - Av. Gentil Bittencourt, 650 - Belém – PA. Entrada Franca. Curadoria: Lenon Rodrigues. Produção Cultural: Renato Gusmão. Mais informações: 91 8288.9103.
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