Multiplicidade, dissolução de linguagens e visibilidade são algumas das ideias de interesse do projeto “Areal”, tema da palestra de Maria Helena Bernardes, nesta quinta-feira, 21, às 19h, no IAP, com entrada franca.
A programação integra as ações do prêmio que este ano convidou a artista gaúcha para integrar a comissão do júri, ao lado do fotógrafo Luiz Braga e do artista visual Armando Queiroz. Até esta sexta-feira, eles estarão reunidos em processo de avaliação para chegar às obras que serão premiadas e demais trabalhos que irão compor a mostra principal do evento, a ser aberta na Casa das Onze Janelas, no dia 26 de março.
A artista, que conheceu Belém nos anos 1970, disse estar surpreendida pela nova paisagem da cidade. "Lembro que via tudo horizontalmente, muitas casas, quase nada de edificios", comentou nesta manhã, com Mariano Klautau Filho, curador do prêmio, que acompanhará a seleção dos trabalhos, sem interferir na decisão do juri.
O resultado com número de inscritos, premiados e selecionados só será divulgado a partir de sábado, 23. "Tivemos o carnaval e por isso houve atraso na chegada dos trabalhos. Mesmo postados até a data correta, ainda estão chegando. Hoje mesmo recebemos várias inscrições", disse o produtor Luis Laguna, da equipe que organiza o evento.
Palestra - No Instituto de Artes do Pará, Maria Helena vai compartilhar com o público sua experiência junto com o fotógrafo André Severo, em Areal, projeto em arte contemporânea brasileira criado no ano 2000, cujas principais vertentes de atuação são o suporte à produção de artistas convidados e a publicação da série de livros Documento Areal.
Como parte da ação, haverá também um recital de leituras de textos do livro “Histórias de Península e Praia Grande-Arranco”, acompanhadas por viola caipira executada pelo músico Fernando Mattos que também está em Belém, seguido da projeção do filme “Arranco”, de André Severo.
O projeto surgiu das discussões realizadas por seus proponentes durante uma série de viagens pelo Rio Grande do Sul. Assim, Areal toma da Metade Sul do Estado, a imensidão de campos, água e areia como símbolo dos limites cada vez mais imprecisos das artes visuais como disciplina na atualidade.
Do projeto, partem os meios para que se realizem investigações artísticas intensivas e a proposta de uma ocorrência de arte sem mediação, resgatando ao primeiro plano a experiência direta entre arte, artista e público. Em Areal, a autonomia de decisão sobre locais e condições de realização dos trabalhos cabe integralmente aos artistas, pois o eixo do projeto reside na abertura às proposições de tempo, local, meio e espaço que expandem continuamente a definição de arte, do centro do trabalho artístico para sua exterioridade.
Através da publicação da série Documento Areal, voltada à divulgação dos trabalhos de seus participantes, bem como de outros textos relativos à arte contemporânea, Areal possibilita que a autoria do artista seja estendida a todas as etapas concernentes a seu trabalho, o que abrange desde a fase embrionária de cada proposta, até a concepção das publicações que documentam, ou são relativas, às obras realizadas no âmbito do projeto.
Mini Curso encerra antes as inscrições - Maria
Helena também vai ministrar dentro da programação do Prêmio, o mini curso “Participação da Narrativa e
da imagem na arte
contemporânea”, de 25 a 27 de fevereiro, no Museu da UFPA.
As
inscrições, que iriam até 22 de fevereiro, porém, já foram encerradas,
pois as 25 vagas foram rapidamente preenchidas. A procura ultrapssou em três vezes este número. Os inscritos receberão um
e-mail confirmando sua participação. Os demais, caso haja desistências,
serão chamados por ordem de inscrição na lista de espera.
Autora dos livros Vaga em Campo de Rejeito (Documento Areal
2); Histórias de Península e Praia Grande, com André Severo (Documento Areal 7)
Dilúvio, com André Severo (Documento Areal 10) e A Estrada que não Sabe de
nada, com Ana Flávia Baldisserotto (Documento Areal, 11, inédito) e Ensaio, com
André Severo, (Documento Areal 12), Maria Helena acredita que naquela época os
artistas estavam mais interessados em investigar problemas específicos da arte
e da linguagem, e menos interessados em explorar conteúdos narrativos abertos à
comunicabilidade.
“Acho que a arte de hoje é mais comunicacional, os artistas
têm saído dos ambientes puristas da arte do século 20 e se voltado para o
contexto onde vivem, trabalhando com muitos recursos, (filmes, vídeos, desenho,
ações…), sem especializar-se, necessariamente, em um ou em outro. Importam,
sim, a sensibilidade, o esmero na manipulação de ferramentas artísticas com
fins de comunicar experiências, transmitir e transformar colaborativamente, com
a participação de outras pessoas, o conhecimento advindo da vida coletiva”.
Serviço
Palestra Projeto Areal. Dia 21 de fevereiro, às 19h, no Instituto de Artes do Pará. Entrada franca. Mais informações: Rua Gaspar Viana, no Rua Gaspar Viana, 773 – Reduto Belém –PA ou pelos telefones (91) 31849327/83672468. E-mail contato@ diariocontemporaneo.com.br. Site: www.diariocontemporaneo.com.br. Patrocínio Vale e Shopping Patio Belém. Apoio: Museu da UFPA, SECULT-PA - Sistema Integrado de Museus e Instituto de Artes do Pará.
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