17.7.13

Loopcinico traz show do novo CD pra Belém

O grupo que vem do Maranhão, mas com vários pés fincados no Pará, faz em Belém dois pocket shows, nos dias 20 e 22, e lança o CD homônimo, gravado aqui, na próxima terça-feira, 23, dentro da Mostra Terruá Pará. O repertório, que equilibra percussão e programações eletrônicas, com letras e vocais inspirados na batida de ritmos como o Boi de Zabumba, Carimbó e Tambor de Mina e de Crioula, também se entrelaça com a musicalidade paraense das guitarradas, dos metais do carimbó e dos merengues, cúmbias e lambadas. 

Criado pelo percussionista Luiz Claudio, em São Paulo, na década de 90, o grupo ganhou nome sugerido pelo cantor e compositor Zeca Baleiro com quem o músico tocava na época. No palco do Terruá, o Loopcínico vai contar com o próprio Luiz Claudio, nas percussões, vocais e direção musical, Lobo Siribeira nos vocais, letras e percussão, Beto Ehongue nas programações eletrônicas e arranjos, além de Thiago Albuquerque nos arranjos e sintetizadores. 

Adotando um processo pouco comum, eles quebram a ideia de que o ritmo tem de ficar por trás da letra, na cozinha. “Hoje priorizamos o ritmo por ser a forma de música mais ancestral que existe e o que melhor define, traduz e representa a música produzida na Amazônia e no Nordeste do Brasil”, diz Luiz Cláudio. “E, em função destas batidas, criamos as linhas de baixo e guitarra programados, além dos efeitos e samplers de voz, a cargo de Beto Ehongue. Não usamos bateria. Os solos são dos tambores, e não de guitarras ou teclados, como usualmente é feito. Mas demos destaque especial às letras curtas e possantes e a voz de Lobo Siribeira”, destaca. 

O CD, gravado em Belém, no Estudio Na Music, com produção de Thiago Albuquerque e Luiz Felix Robbato, traz também Beto Ehongue nas programações e harmonizações e Lobo Siribeira nas composições e voz principal. E não é só isso. A gravação teve ainda participações especiais de Anna Claudia nos vocais, Nazaco e Kleber Benigno do Trio Manari, na percussão. 

Mix de sons do pará e do Maranhão
O resultado sonoro é uma grande mistura. Traz as batidas e poesia dos estados do Pará e Maranhão em um diálogo que se revela em várias das músicas do CD, destacando-se mais claramente em “Curimbóbatá”, que celebra a união entre o tambor de mina e o carimbó. A faixa foi gravada com curimbós e tambores de mina, com a participação de Nazaco do Trio Manari. 

“Nasci em Belém e nas minhas veias correm o açaí e a juçara, os rios do Pará e o mar do Maranhão, o que me inspirou a criar esta Pororoca de sons que é o Loopcinico, o encontro dos ritmos maranhenses com a musicalidade das guitarradas, o batuque do Carimbó, que segundo contam alguns pesquisadores paraenses, surgiu em Marapanin, conhecido então como Carimbó Praiero, e pela influência de famílias maranhenses que para lá mudaram levando na bagagem ritmos e instrumentos, que se entrelaçaram com os rituais indígenas e deram origem ao Carimbó”, continua Luiz Cláudio. 

Loopcinico, o nome do grupo, faz clara alusão ao compositor Lupicínio Rodrigues e Loop, a um termo de linguagem eletrônica. “O cínico ficou por conta do cinismo fantástico e de bom gosto das letras do Lupcínio e de todo programador eletrônico, que faz de suas produções uma colcha de retalhos de samplers, de deus e todo mundo”, explica. 

Depois de Belém, o Loopcinico tem alguns shows programados para São Paulo. “A Tratore, que distribui nossos CDs está articulando alguns shows de lançamento e possivelmente vamos fazer a rede SESC também. Estamos articulando uma viagem para Nova York para lançar o CD LOOPCINICO na primeira semana de setembro. Nosso CD está no programa Mês da Amazônia, projeto da rádio digital Rdio em parceria com a Tratore e Ná Music”, finaliza Luiz Cláudio. 

Serviço
Os shows em Belém acontecerão neste sábado, 20, às 20h, na reabertura da Pizzaria do Hotel Portas da Amazônia - Praça Frei Caetano Brandão - Cidade Velha; na segunda-feira, 22, faz pocket show às 19h, na Livraria Saraiva – Boulevard Shopping – Av. Visconde de Souza Franco, 776 Loja 233 Reduto; e na terça-feira, 23, na Mostra Terruá Pará, a partir das 20h, no Teatro Margarida Schivasappa – Av. Gentil Bittencourt, 650 Nazaré. Tudo entrada franca.

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