“Memorial da Cabanagem” propõe troca de informações, impressões e reflexões acerca das revoltas e repressões ocorridas no Estado do Grão-Pará nos idos de 1822 à 1845. Neste primeiro encontro será abordado "O Caso do Brigue Palhaço". A roda desta conversa vai girar no próximo sábado, 22, dentro da programação da Casa Carta.
A ideia é discutir o assunto, com suas causas, efeitos e seus principais personagens. A Cabanagem foi a única revolução popular em que o povo tomou o poder neste país e ela ocorreu em pleno Império do Brasil, na então província do Grão-Pará entre 1835 e 1840. Tapuias, cabanos, negros e índios liderados por Antônio Vinagre, toram o quartel e o palácio do governo de Belém.
A história da revolução ganhou referências no meio cultural e no teatro. Em janeiro, o musical “Cabanagem”, adaptado da obra “Cabanagem - Poema”, do pesquisador, professor Valdecir Palhares, misturou dança, projeções e dança, com direção de Ester Sá e um grande elenco de atores e bailarinos.
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| Attuô Cia de Intérpretes Contemporâneos |
Em abril, outro espetáculo “Palhaço!”, uma encenação coreográfica reunia a arte surrealista e o clown para trazer à cena um dos fatos históricos mais impressionantes no processo de adesão do Pará à independência do Brasil: a tragédia do Brigue Palhaço, ocorrida em outubro de 1823. O tema foi abordado pela Attuô Cia de Intérpretes Contemporâneos e agora chegou a vez de voltarmos ao assunto, na Casa Carta.
“193 anos depois, Belém não tem motivos para comemorar o dia 22 de outubro. Na baía que banha a sua orla frontal, ocorreu uma das maiores tragédias que esta terra já assistiu. Não há motivos para festejos, assim como não há motivos para o silêncio. É pela atualização crítica da Memória e para ressignificar o valor da História que realizamos esta programação”, diz Mateus Moura se referindo ao tema do Brigue Palhaço que abre a série de conversas que serão realizadas na Casa Carta.
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| “Cabanagem, o musical”, direção de Ester Sá |
A dinâmica será conduzida pelo pedagogo e pesquisador, Professor Quaresma e pela Professora de História Fábia Martins, ambos atuantes da rede pública de ensino do Estado. Em tom de contação e troca horizontal de ideias, o convite é estendido à toda a comunidade interessada. Acadêmicos, diletantes, pesquisadores, curiosos, especialistas, neófitos. Paguem quanto puder.
O império consegue sufocar a revolta da Cabanagem, em 1841, promovendo um extermínio em massa da população paraense, mas essa história, até hoje, ainda é pouco pesquisada. Será uma boa oportunidade para discutirmos mais as nossas essências e repensar o momento de agora.
Serviço
Memorial da Cabanagem. Dia 22 de outubro, às 19h, na Casa Carta - Trav. Padre Prudêncio, 731 – entre Carlos Gomes e Gama Abreu – perto da OAB. Valor da entrada, pague quanto puder.
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