Esta semana o quintal da Casa do Fauno traz os trabalhos de dois músicos compositores jovens e plenos de disposição para o experimentar. Tiago Tunes, músico vindo de Brasília, fará uma apresentação com seu bandolim de 10 cordas, acompanhado por chorões paraenses, nesta quinta-feira, 20 de outubro. E Lucas Guimarães, mostra experimentos em novo formato, na sexta-feira, 21 de outubro. Nos dois dias, a partir das 22h, na Rua Aristides Lobo, 1061, entre Benjamin e Rui Barbosa.
Regada a muito choro, a noite de quinta-feira traz a Belém o músico Tiago Tunes, que vem de Brasília, para uma semana de experiências no universo do choro paraense. Ele se apresenta na capital, com seu extraordinário bandolim de 10 cordas, acompanhado por Emanuel Soares (Cavaquinho), Juçara Dantas (Violão) e Diego Santos (Violão de 7 cordas).
A proposta de repertório musical abrange tanto os choros tradicionais desde Jacob do Bandolim, Pixinguinha e Benedito Lacerda, como choros atuais como de Hamilton de Holanda e do próprio Tiago.
Já na sexta-feira, 21, temos Lucas Guimarães, que traz os experimentos em direção a "Valente", seu próximo trabalho. Quem já conhece o trabalho de Lucas Guimarães, vai ser surpreendido por suas novas experiências.
Após ter navegado com o Caliandares (1° álbum) em um show onde o músico faz uma engenharia sonora através de seu violão e pedais, o músico convida para o palco da Casa do Fauno, a percussionista Rafaela Bitencourt, conhecida e reconhecida do choro paraense e o baixista Rafael Azevedo, que tem um disco autoral de jazz e é um acompanhante assíduo de vários artistas da cena. "Eu estarei no violão, voz e efeitos", complementa Lucas.
De Brasília para trocar experiências em Belém
Tiago Tunes diz que ideia de unir-se aos músicos paraenses dá-se pelo desejo de fazer o que de melhor eles tem em comum: chorar. “Nas duas capitais, este gênero possui força e tradição muito vivas, tornando assim esta união muito mais agradável aos que fazem e aos que ouvem e apreciam a boa música”, diz o jovem músico, que teve o seu primeiro bandolim, aos sete anos de idade, incentivado pelas rodas de choro de Brasília, sempre repletas de jovens músicos.
Logo, ele iniciou os estudos formais de bandolim com o bandolinista Marcelo Lima em aulas particulares, isso aos oito anos. E entrou no Clube do Choro de Brasília onde teve aulas com Dudu Maia e também com o Marcelo. Ao longo de sua curta carreira, fez inúmeras participações especiais em apresentações de artistas consagrados na cidade, como Hamilton de Holanda e Gabriel Grossi.
Em 2011, participou do festival Chorando sem Parar, em São Carlos. O bandolim de dez cordas veio em 2012, quando ele começa a estudar em profundidade a técnica desenvolvida por Hamilton de Holanda. Em 2013 realizou, ao lado do violonista Rogério Caetano, uma apresentação no Festival Internacional de Bandolins de Lunel e outra em Paris, ambas na França.
Aos 19 anos, Tiago está lançando seu primeiro CD, que conta com a participação de grandes nomes da música brasileira, como Rogério Caetano (violão sete cordas), André Vasconcellos (contrabaixo acústico), Fernando César (violão sete cordas), Pedro Vasconcellos (cavaquinho), Márcio Marinho (cavaquinho 5 cordas) e Valerinho Xavier (percussão).
Afros e jazz amazônicos nas inéditas de "Valente"
Atualmente, Lucas Guimarães se dedica a novas experiências. A mistura dos ritmos afroamazônicos com o jazz e a canção popular, além de crônicas sobre discussões humanas, deste início de século, que resultam num show rítmico, trazendo canções inéditas, que integram um novo trabalho, intitulado “Valente”.
“Sou aquele tipo de artista que não quer permanecer no mesmo lugar, o Caliandares foi um trabalho mais introspectivo, as canções foram feitas para reflexão com o formato de one man Band onde as músicas conversavam entre si, porém muito diferentes uma da outra. Nesse show, agora acompanhado, vamos experimentar e tocar quase todo repertório inédito que aponta para esse novo disco, que pretendo começar a gravar em 2017”, diz Lucas.
“Valente” é o novo passo da carreira de Lucas Guimarães, iniciada ainda aos 14 anos, em Abaetetuba, na região nordeste do estado, onde nasceu e compôs as primeiras canções. Aos 24 anos, chegou a Belém já com um disco demo: 1930, gravado dois anos antes e que resultou depois em Caliandares.
Em paralelo à carreira solo, Lucas também integra a banda Les Rita Pavone desde 2013, cujo primeiro disco está em fase de pré-produção. Para Lucas Guimarães este é o momento de se trazer maduro, de uma viagem preparada para seguir adiante, aportando em pontos de constantes chegadas.
Serviço
Shows de Tiago Nunes – quinta, 20, às 22h – e Lucas Guimarâes – sexta, 21, às 22h. Casa do Fauno - Rua Aristides Lobo, 1061 - entre Benjamin e Rui Barbosa. Estacionamento parceiro, ao lado. Couvert R$ 10,00. Mais informações: www.casadofaunobelem.com.be e 9 81347719 (programação cultural).
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