Depois do lançamento, em março, com o show Miscigenado, no Teatro Margarida Schivasappa, o Festival Latinidade, com Bruno Benitez e convidados, segue sua itinerância nas sextas-feiras, 9 e 16 de junho, sempre a partir das 21h, desta vez no Espaço de Show Fiteiro/Doca, apresentando a festa “Malagueta na Cuia”, e trazendo como atrações, a banda Warilou e o Arraial do Pavulagem. Ingresso R$ 20,00. Mais informações: 91 3355.8668.
A ideia é levar a cultura latina aos quatro cantos de Belém, contando com a vivência musical de Bruno Benitez que, entre um convidado e outro, interage com o público, falando dos ritmos, de como surgiram e como chegaram até aqui. O músico será acompanhado por Bruno Mendes (bateria e percussão), Beto Taynara (contrabaixo) e Jó Ribeiro (trombone e piano).
Merengue, guitarrada, salsa, lambada, cúmbia, boi, carimbó. Ritmos tão próximos e tão presentes na cultura da região Norte do Brasil e também por isso considerada uma das regiões mais latinas do país. É a partir dessa mistura que surge a Malagueta na Cuia, festa organizada por Bruno Benitez em Belém, e também o Festival Latinidade, apresentado por ele.
“Fiquei feliz com o inicio do festival, em março. No lançamento realizado no Teatro Margarida Schivasappa pudemos mostrar a essência do projeto com o show do meu novo CD que está em gravação. Já tivemos participação do Ronaldo Silva e Felix Robatto, dois caras que admiro muito, dois amigos e batalhadores culturais, cada um em sua carreira e projetos, dois caras que são importantes porque traduzem muito do que é a mistura deste universo musical paraense. É só olhar pra musicalidade deles e para minha e ver que tudo isso está no mesmo lugar, embora haja semelhanças e diferenças. A repercussão junto ao publico foi ótima, e muita gente ficou perguntando das próximas edições, que agora temos a oportunidade de dar continuidade”, diz Bruno Benitez.
O músico, anfitrião do festival, foi criado em Belém, onde cresceu em meio à diversidade musical que a cidade oferece: carimbó, merengue, salsa, rock, música erudita e jazz, alguns dos estilos que conheceu dentro da rica cena de Belém. Compositor, cantor e multi-instrumentista, ele traz no gene a mistura que compõe a diversidade cultural paraense. É filho do saudoso Daniel Benitez, cantor e multi-instrumentista uruguaio radicado no Brasil, no fim da década de 1970, com uma paraense.
O projeto ainda percorrerá outros espaços de Belém, no mês de junho e julho, promovendo uma “aula de música”, celebrada a partir do conhecimento do paraense Bruno Benitez, que a cada show terá novos convidados no palco. O projeto é idealizado pela MM Produções, com incentivo da Lei Tó Teixeira, Prefeitura de Belém e patrocínio da Unama, instituição do Grupo Ser Educacional.
Convidados e velhos conhecidos de Bruno Benitez
Neste 2o momento, o festival traz bandas que há décadas, na cena, divulgam a cultura paraense. A Warilou, que abre este novo ciclo do festival, já nesta sexta-feira, 9 de junho. E o Arraial do Pavulagem, que há trinta anos vem aquecendo as ruas de Belém. Bruno Benitez teve contato com ambas ainda muito jovem.
“A Warilou já começou com uma banda grande, nasceu com estrutura musical das melhores, tendo como integrantes, o maestro e guitarrista Manoel Cordeiro, no vocal o Joba, Neca, no baixo, Arithanan e Daniel Benitez, meu pai, na percussão. São todos instrumentistas que os músicos da minha geração aprenderam a admirar. Posso dizer que foi o meu primeiro contato com esta sonoridade e que ainda garoto, na coxia, pude assistir no Kalamazoo. Foi ali que me despertou o interesse pela música latina feita no Brasil e no Pará. Pesquisei muito e tive sorte, porque eu tinha um professor em casa para me mostrar as raízes de tudo aquilo”, comenta Bruno.
A Warilou durou mais de 20 anos, tendo iniciado sua jornada num primeiro momento em que a música paraense era projetada no Brasil, com o movimento da Lambada, no final dos anos 1980. Durante esse tempo, se apresentou nos palcos de vários Estados brasileiros como Fortaleza, Recife, Maranhão, Amazonas, Piauí, Bahia tendo marcado presença com seus ritmos calientes e entusiastas apresentações ao vivo, tendo a mais recente ocorrido na cidade de Manaus contando com um público pagante de mais de 5.000 (cinco mil) pessoas.
Dos folguedos juninos a latinidade amazônica
Já o Arraial do Pavulagem ele conheceu indo aos cortejos e às apresentações na Praça da República.
“O Arraial traduz aquele universo amazônico impressionante, onde a gente vê no som deles, o som do caboclo, a história do indígena com o negro, de uma forma e poesia tão nossa, amazônica... É um movimento que nasceu nas ruas, para ganhar as ruas. É um fenômeno de um trabalho como poucos no Brasil, tamanha a aceitação de público”, diz.
O mês de junho é a cara e marca a criação do grupo, há mais de três décadas. Tudo começou com um sonho do poeta e cantador, o saudoso Rui Baldez. O músico vislumbrou: um boi azul, bordado em encantarias para enfeitiçar toda uma cidade. Era o presente de São João, o padroeiro da quadra junina, para as ruas de Belém.
O Boi Azulado chega aos 31 anos no dia 12 de junho e no dia 16 estará comemorando também a data no palco do Fiteiro, dentro do Festival Latinidade. Trazendo canções de ritmos como xote, quadrilha, toada de boi e o carimbó o Pavulagem incorpora referências também de outros folguedos do Brasil. No começo, uma brincadeira na Praça da República reunia os mais variados artistas.
O que deveria ser apenas uma brincadeira acabava virando uma grande roda de cantoria. Cantadores e compositores, entre outros, tinham uma ideia, a de formar plateia e assim criar um espaço para divulgarem seus trabalhos.
A princípio, o boi era chamado “Pavulagem do Teu Coração”, somente a partir de 1987, é que passou a ser chamado de "Arraial do Pavulagem". A mudança se deu pelo fato de se ter uma visão mais ampla do contexto cultural podendo, assim trazer um universo de elementos populares para o Arraial e não se limitar somente à cultura do boi bumbá.
Serviço
“Festival Latinidade” apresenta a festa “Malagueta na Cuia”, com Bruno Benitez e banda + Banda Warilou, nesta sexta-feira, 9, e Arraial do Pavulagem, no dia 16 de junho. No Espaço Cultural e Bar Fiteiro, às 21h. Ingressos R$ 20,00. Mais informações: 91 3355.8668.
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