19.6.19

Filmes nacionais recentes no cine Líbero Luxardo

O Cine Líbero Luxardo exibe nesta quinta (20), “O Último Trago” (16h), “Inferninho” (18h) e “O Chalé é Uma Ilha Batida de Vento e Chuva” (20h), que seguem em cartaz nos mesmos horários nos dias 23, 25 e 26 de junho. Ingressos: R$ 12,00, com meia-entrada R$ 6,00.

Um boa opção para quem 
estiver na cidade. 
Pode-se optar  por um, 
mas também fazer 
uma imersão no recente 
cinema brasileiro. 

Em “O Último Trago”, de 2016, dirigido pelos irmãos Luiz e Ricardo Pretti e Pedro Diogenes, uma mulher resgatada à beira da estrada incorpora o espírito de uma guerreira indígena desencadeando uma série de eventos que atravessam tempo e espaço. Do sertão nordestino ao litoral, séculos de lutas de dominação e resistência. O longa ganhou os prêmios de melhor montagem, melhor atriz coadjuvante (Samya de Lavor) e direção de fotografia no 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em 2016.

O filme foi considerado esteticamente experimental, onírico pela crítica. Luiz Santiago do site Plano Crítico  disse que o "princípio dadaísta da construção do roteiro resultou em um drama histórico, marcado por um realismo mágico e político, investigando as raízes brasileiras, pensando sobre a História e memória nacional, sobre o massacre de índios e negros, sobre a presença esquecida das mulheres — existem três guerreiras simbolizando três patamares e tempos distintos do país –, sobre a opressão e a mortandade (oficiais ou não) no Brasil, que permaneceram esquecidas e/ou escondidas do grade público. O Último Trago é, portanto, um filme experimental sobre a História do sangue que regou o solo brasileiro desde o início da colonização. E convenhamos, a proposta é ótima".

Já o “Inferninho” (2018), dirigido pelos cearenses Guto Parente e Pedro Diógenes, bem recebido pela crítica, que embora tenho o considerado um filme de "tom melancólico", o elogia por ser protagonizado por personagens LGBT .

Lou Cardoso, do Jornal Correio do Povo, do Ceará, escreveu que "esteticamente, o longa capricha no seu ambiente vazio e desorganizado, criando uma  sensação de decadência de cada ser que frequenta o bar Inferninho".

O filme conta a história de Deusimar (Yuri Yamamoto), uma dona de bar que sonha em morar em um lugar distante, e Jarbas (Démick Lopes), um marinheiro recém-chegado com a intenção de construir relações sólidas.  O encontro dos dois é o ponto de partida para o filme, que também conta a história de outras pessoas que enfrentam obstáculos para viver pelo simples fato de não se enquadrarem nos padrões da sociedade. 

A produção já coleciona quase 10 prêmios, entre eles, o de melhor filme no Festival Internacional de Cinema Queer, em Portugal; o Prêmio Felix Especial do Júri, no Festival do Rio; e as categorias de Melhor Filme, Direção e Ator, na Mostra Internacional de Cinema de São Luís.

No documentário “O Chalé é Uma Ilha Batida de Vento e Chuva”, a diretora Letícia Simões faz uma homenagem ao romancista marajoara Dalcídio Jurandir, depois de ter conhecido sua obra durante uma viagem ao Pará. O filme, de3 2018, foi vencedor do Prêmio Olhares Brasil e melhor longa-metragem pelo Prêmio Looke de Distribuição da 7ª edição Olhar de Cinema.

Francisco Carbone, do Jornal do Brasil, observa a sensibilidade da diretora, que "investiga o período em que Dalcidio precisou se afastar de sua recém formada família nos anos de 1930 para ser professor na afastada Ilha de Marajó, à época. Apartado dos amores que construiu, Dalcidio enfrentou a solidão através das cartas que enviou a esposa Guiomarina durante os tempos em que permaneceu longe". Para ele o filme frui entre a verdade do autor e a observação sobre o lugar filmado e sua realidade. "Mas o todo do longa é uma sucessão de acertos que compensa as questões, além de adensar a história familiar de Dalcidio com um momento de dor inimaginável", escreveu o crítico.

Serviço
"O Último Trago” (16h), “Inferninho” (18h) e “O Chalé é Uma Ilha Batida de Vento e Chuva” (20h). De 20 a 23 e nos dias 25 e 26 de junho, no Cine Líbero Luxardo - Av. Gentil Bittencourt, 650. Os ingressos custam R$ 12,00 a inteira e R$ 6,00 a meia.

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