"Postura, violão apoiado na perna esquerda, disciplina, estudo, um tímido sorriso. Uma pessoa simples, sensível, artista gigante que com seu talento e paixão pelo violão, levaria nossa Cultura e apresentaria seu inconfundível dedilhar de Santarém para o mundo inteiro. Grande Tião!". A descrição não é mas bem caberia a essa foto atual de Sebastião Tapajós, aos 78 anos, mas na verdade é um comentário da cantora Lucinnha Bastos, sobre uma foto em que vemos Sebastião Tapajós, aos 16 anos, empunhando seu violão.
Violonistas, intérpretes, artistas e produtores participam da exposição como autores dos textos legenda das imagens. Além da intérprete, também tecem comentários sobre fotografias e outras imagens, os violonistas Igor Capela, Delcley Machado, Nilson Chaves, Nego Nelson, Sergio Abalos, e ainda, Gilson Peranzzetta, Billynho Blanco, Carmem Ribas, Jane Duboc, Luiz Pardal e Lourdes Garcez, entre outros.
Para Paulinho Moura, 7 cordas, por exemplo, "Sebastião Tapajós tem uma importância enorme no mundo da música popular brasileira e na música mundial. Ele fez com que o Choro fosse conhecido lá fora. Ele é um divulgador do Choro, apoiador do Choro. Ele é meu mestre”, diz ele em um dos trechos do texto na exposição, acerca de uma foto em que o músico se apresenta com o Charme do Choro, grupo formado em Belém, por instrumentistas mulheres.
Ela é de Altamira, mas foi morar em Santarém, em 2014, onde estudou Direito, mas antes mesmo de se formar, passou a se dedicar à fotografia. "Eu digo sempre que a fotografia me escolheu. E é muito difícil você morar nesta região e não se encantar e registrar essas belezas. E ao conhecer Sebastião Tapajós, fiquei mais encantada ainda, não tem quem não se encante com esse violão maravilhoso. Desde a primeira vez que eu o ouvi, foi assim. E com a proximidade que tivemos, acabei me interessando pela sua história. Descobri que ele tem amigos em cada canto desse país e do mundo. É muito incrível a sua trajetória”, diz.
Trajetória e reconhecimento
Aos 16 anos, em Belém |
Autodidata, foi influenciado por João Pernambuco e Dilermando Reis, dois notáveis do violão no Brasil, que ele ouvia em Santarém em emissoras de rádio de Ondas Curtas. Para seguir carreira profissional ele precisa evoluir em seus estudos e na falta de um curso superior no Brasil, já nos anos 1960, foi estudar violão na Europa.
Em Lisboa consolidou o violão erudito ampliando seu repertório como compositor e em Madri, no Conservatório de Cultura Hispânica, dominou técnicas de guitarra latina. Em 1967, ele recebeu a cadeira de violão clássico do Conservatório Carlos Gomes de Belém, mas o evento que deu impulso decisivo à sua carreira foi a execução da obra-prima de Villa-Lobos, o Concerto para Violão e Pequena Orquestra, com a Orquestra Sinfônica Nacional no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
A partir daí, seguiram-se vários convites para concertos no Brasil e no exterior. Em junho de 2020, Sebastião Tapajós, ao receber o título de Doutor Honoris Causa, pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), declarou: "A música é minha alma, meu porto seguro, minha vida".
AGENDE-SE
Exposição Virtual Sebastião Tapajós. Projeto selecionado pela Lei Aldir Blanc – Edital de Artes Visuais Fotoativa e Secult-Pa.
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