Fotos: Alan Soares |
A abertura oficial da temporada, no domingo, 18, teve evento comemorativo do legado do SPFW para a cidade de São Paulo, seguido de desfile de Alexandre Herchcovitch e da edição Inverno 2016 da Fashion Run. Até 23 de outubro o evento celebrará os processos e as singularidades do fazer, trazendo à público uma série de conteúdos interativos, com destaque à capacidade humana de criar com as mãos e inspirar novas possibilidades, do artesanal ao tecnológico, do princípio ao fim, em constante evolução, sempre em busca de novos pontos de partida. É aí que o Pará chega junto, com a Da Tribu, marca de acessórios paraense selecionada para compor a loja Pop Up do SPFW, com sua linha UBUNTU | Coleção #Pontear.
“Muita alegria aqui! Estamos na trilha certa”, disse Kátia Fagundes, proprietária da marca, artista e artesã responsável pela criação das peças da coleção Pontear. “De 19 a 23 de Outubro de 2015, estaremos no coração da moda mostrando que na Amazônia se faz moda pertencida de história e criatividade”, decretou ao receber a notícia.
Antes de São Paulo, a Da Tribu também esteve em Brasília, participando do Território Paranoá – Eixo Cerrado Amazônico, que acontece e até dezembro na Funarte. Em novembro, a Morada Da tribu participa de mais uma edição do projeto Circular Campina Cidade Velha e, em dezembro pretende montar mais um evento de mercado, chamando as vendas do natal para produtos autorais.
“Vai ser como fizemos ano passado, mas agora em nosso próprio espaço e convidando sempre mais pessoas para somarem conosco”, diz Tainah Fagundes, que organiza a marca, produz os eventos e representa a Da Tribu em feiras e mostras de moda no país.
“Vai ser como fizemos ano passado, mas agora em nosso próprio espaço e convidando sempre mais pessoas para somarem conosco”, diz Tainah Fagundes, que organiza a marca, produz os eventos e representa a Da Tribu em feiras e mostras de moda no país.
Além do espaço de loja, a Morada Da Tribu também abriu um espaço para eventos, que têm sido frequentados por artistas e público que se unem num ideal fraterno e de compartilhamentos. Mais recentemente, foi realizada a campanha #Transbordar. De 5 a 17 de outubro, os finais de tarde na laje esteve aberto a bate-papos, exposição, teatro, comidinhas, música e moda, realizado em parceria com o Comitê Arte pela Vida, BWB (Baby Wearing Brasil, campanha internacional de incentivo ao uso do sling) e SEBRAE.
Em seus seis anos de trajetória, Kátia diz que foram muitas trilhas foram visitadas e um sem fim de materiais experimentados e transformados em adornos. “Começamos produzindo também objetos de decoração, e só em 2010 escolhemos a moda como foco do negócio”, diz.
O caminho da economia criativa é árduo, precisa empenho e motivação o tempo todo. E um dos caminhos traçados pela da Tribu foi unir pessoas e ideias. “A Da Tribu é superação coletiva”, diz Kátia. “Sim, sonhamos alto. Pertencemos à tribo onde se faz arte com as mãos emocionadas”, complementa.
Tainah Fagundes, que dirige o negócio com a mãe, Kátia Fagundes, está em São Paulo. Kátia, a artista que coloca a mão na massa do criar, está em Belém, afinal, o espetáculo não pode parar. Elas bateram um papo rápido com o blog, sintetizando a trajetória e traços marcantes da Da Tribu, seus projetos e novos planos.
Holofote Virtual: O que significa e o que vocês estão mostrando no SPFW?
Da Tribu: A SPFW nos dá a oportunidades de lojistas de grandes mercados conhecerem nosso trabalho. Para a marca é mais um desafio, já viemos ano passado do Minas Trend, maior evento de atacadista de moda do Brasil atualmente, e neste ano chegamos a um espaço mais selecionado, em uma loja conceito, e com uma curadoria que busca ver a moda relacionada com cultura e design, design mais sustentável. E é o que fazemos e estamos construindo.
Não iremos lançar coleção nova, apenas desdobramentos da Coleção #Pontear, mas vamos seguir conjugando verbos em nossas campanhas para esse ano, pois a intenção é reforçar a mensagem de rede e estabelecer mais e mais pontes diretas com o nosso público, convidando-os para viverem sempre novas experiências com a marca e compartilhá-las com mais pessoas.
Holofote Virtual: Ao longo desses seis anos, lutas foram travadas, conquistas têm sido alcançadas. Tem sido gratificante tudo isso?
Da Tribu: Como qualquer outro pequeno negócio as dificuldades foram muitas: falta de capital de giro, conquistar valor agregado às peças, aperfeiçoar o espírito empreendedor, desenvolver a comunicação da marca que mostrasse o nosso conceito, a nossa forma de produzir e criar.
A Da Tribu é um negócio criativo, que converge com nossa história de vida, e está em constante mudança e aprimoramento, pois aprendemos fazendo, mesmo que haja planejamento de gestão, pois todos que estão envolvidos com a marca contribuem e trazem um pouco de si para a cá.
Holofote Virtual: Atualmente vocês estão produzindo materiais com látex, desenvolvendo uma técnica especial, aprendida com povos da floresta, é isso?
Da Tribu: Em 2013, em uma feira de tecnologias sustentáveis, conhecemos o projeto Encauchados Vegetais da Amazônia, do Assentamento Paulo Fontelles, que já poduziam peças de decoração, sandálias, bolsas, utilizando o encauche, tecnologia da floresta, técnica que consiste em sobrepor o latex sobre um outro material sólido. Ficamos encantados com o trabalho, com as inúmeras possibilidades da materia-prima, o látex.
Visitamos, em seguida, a comunidade que, de pronto, topou a parceria dai as primeiras experimentações. Depois de experimentarmos diversos materiais, desenvolvemos junto com a comunidade, os fios de algodão. Em 2013 ainda, lançamos um minicoleção para teste, chamada Sumos Solares. Em 2014, lançamos a coleção #Pontear, desenvolvida pela Da Tribu e Sâmia Batista, parceia e amiga da Mapinguari Design via SEBRAETec.
O latéx revolucionou o nosso fazer, abriu portas por ser matéria-prima amazônica e de manejo sustentável. Essa coleção trouxe prosperidade e uma rede de parceiros, numa cadeia produtiva, que começa no assentamento e vai crescendo em parcerias.
Holofote Virtual: Falando em parceria, vocês são campeãs nisso. Agora, com o espaço Morada Da Tribu, isso tem se multiplicado...
Da Tribu: Tem muito gente envolvida: Carlos Meigue, artisita que desenvolveu todos os acabamentos da coleção, com madeira de reaproveitamento; Carla Beltrão que bordou com a gente, o nosso ponteado; Alan Soares com seu olhar, bruto e belo, registrou toda a coleção; os modelos-amigos que transbodaram em conceito, a seiva agora que escorria aqui junto com os irmão Rafael Samora e Rodolfo Mendonça, da Plúvia, que registraram os vídeos cada etapa da coleção; Danielle Franco, assesssora de Imprensa que trouxe, amor-palavra e alardeou toda essa história.
Atualmente contamos com Pedro Tobias, fotográfo, um parceiro efetivo que junto com a Tainah Fagundes cuidam da Comunicação da marca e Loja Morada há 7 mês, desde a abertura da casa. A partir daí, a loja morada, no bairro da Campina, se tornou esse fazer conjugado às outras linguagens.
A Loja Morada é lugar de convivência e troca, oca de bons augúrios. A cada evento regular, muitos passam por aqui. Na última edição do Circular (projeto Circular Campina Cidade Velha), 10 empreendimentos criativos (negócios da economia criativa) estavam na casa - Tunga Vidya, com a Yoga, Teatro com a Cia Madalenas, Tendinha da Casa da Atriz, com as comidas, Ornatos com embalagens, Cachaça de Jambu, do Leo, Chocolate, com a Filhas do Combú, Caboquisse, com as camisetas, peças de patchwork, da Angélica Alberto e a música com a Lariza Xavier e João Urubu. A troca é o que nos faz crescer e nos fortalece.
Nenhum comentário:
Postar um comentário