Ingresso na bilheteria: R$ 30,00 (com meia entrada) |
Em plena ebulição para um novo trabalho e de visual provocante, Luê "Escanacara". O projeto reúne Klaus Sena, da banda Unidade, que acompanha Saulo Duarte, também presente no palco, e será mostrado hoje em Belém, depois de ter percorrido as noites de São Paulo, para além da capital paulista. Em entrevista a seguir, a cantora fala sobre este novo momento.
Laboratório musical para o próximo disco, "Escancara” reúne os três amigos para testar ideias, músicas novas e outras referências de sonoridades. A experimentação nos palcos, os bastidores de ensaios e a convivência musical quase diária rendem a afinidade da parceria e o nascimento de canções como “Sweet Solitude”, que já toca na programação da Rádio Cultura.
Em processo de criação e produção de seu segundo álbum, a cantora apresenta um repertório repleto de novas influências, como o reggae, o pop, flertando com timbres eletrônicos e sempre de olho na música feita ao redor do mundo.
"Eu queria uma palavra forte que, de alguma maneira, resumisse o momento em que eu estou vivendo. Escolhi ‘Escancara’ pelo sentido óbvio da palavra, que tem a ver com abrir, expor algo sem filtro. Tem a ver com a minha vontade de estar atenta às minhas vontades e emoções, tem a ver com a minha vontade de falar de um bando de sentimento bonito e outros nem tanto, que fazem parte da vida de qualquer pessoa", explica Luê.
Instrumentista e compositora, Luê é cantora revelação da nova música brasileira. O primeiro disco “A Fim de Onda” saiu pelo selo Natura Musical, levando-a a fixar residência em São Paulo. De onde, desde então, ela vem fazendo uma leitura original dos ritmos marcantes da sua região, como o carimbó, a cumbia, a guitarrada e o zouk.Com formação musical clássica em violino, porém, sempre com um pé na música popular, ela passou a tocar Rabeca em suas apresentações, instrumento muito tradicional na região amazônica e uma espécie de ancestral do violino.
Holofote Virtual: A ideia de laboratório musical, experimentos sonoros, com amigos, gente querida e talentosa, é muito bacana, Luê. Fala um pouco desse processo, que já está percorrendo Sampa!
Luê: Bem, no princípio a ideia era de fazermos encontros musicais casuais, eu, Saulo e Klaus, que já tocavam na minha banda em formato completo. Começamos sem compromisso, no estúdio do Klaus, o Klaus Haus, na casa dele, com o intuito de compor, experimentar sonoridades e timbres.
Eles toparam fazer essa experiência comigo porque são pessoas que gostam muito de fazer música, respiram isso e acho que acreditam no som que fazemos juntos. A eles serei sempre grata.
Daí surgiu a oportunidade de fazer uma mini turnê pelo interior de São Paulo, no Circuito Cultural Paulista e achei que seria uma ótima oportunidade pra gente testar o que estávamos experimentando, só que junto ao público. E foi muito especial. Fomos a cidades que eu nunca tinha ido e foram shows muito divertidos de fazer. Também serviu pra gente criar uma experiência enquanto banda, num formato que eu não estava acostumada e com um repertório praticamente todo novo.
Quando terminou o circuito pintaram mais dois shows muitíssimo importantes, no Espaço Cultural Serralheria, quando dividimos a noite com o Alex Tea, querido amigo de Nova Jersey e no Puxadinho da Praça, lugares fundamentais pra música independente. E agora será em Belém, onde eu já queria muito fazer e no melhor mês, que é Outubro.
Klaus Sena |
Holofote Virtual: Aqui no Schivasappa vais estar com Klaus Sena, que integra a Unidade, banda que acompanha o Saulo Duarte, que também estará no palco contigo. Qual é a química musical entre vocês?
Luê: Pois é, essa química é um negócio que não se explica muito eu acho. É uma coisa que acontece. Desde quando começamos a tocar juntos há uns anos atrás eu senti essa conexão com eles.
Acho que somos parecidos no que diz respeito a música e isso se estende para além do palco, acho que pelo fato de o Saulo ser também de Belém e o Klaus de Fortaleza. Parece que temos o mesmo clima.
Além de musicalmente a coisa toda fluir de um jeito muito simples e natural. Somos bons amigos. Nesses shows a gente experimenta músicas novas que podem ou não entrar no meu próximo disco. É tudo um grande teste, uma experiência, só que junto com a plateia.
Holofote Virtual: Essa experimentação vai gerar conteúdo pro segundo trabalho diretamente?
Luê: Sobre esse novo disco eu não posso adiantar muita coisa porque ainda to no processo de compor e experimentar o repertório. Dizer qualquer coisa agora pode ser precoce, mas eu sinto que o clima do disco vai ser bem parecido com o clima que estamos trazendo nesse show. Ah e pretendo começar a gravar ainda esse ano.
Saulo Duarte |
Holofote Virtual: Vais abrir outubro com este show. Qual será o repertório, coisas novas?
Luê: Posso dizer que esse repertório é praticamente todo novo, com poucas músicas do A Fim de Onda. Mas adianto que vamos cantar Sweet Solitude (música minha e do Saulo), Esse amor (minha em parceria com o Betão Aguiar e Saulo ) e Cheiro da Saudade (Alceu Valença), músicas que já fiz em shows anteriores em Belém.
Holofote Virtual: Continuas morando em São Paulo? Cada vez mais lá, ou vives numa ponte aérea fazendo este paralelo Pará x São Paulo?
Luê: Continuo morando em São Paulo, mas sempre to na ponte aérea entre Belém e SP. Pra mim funciona como um equilíbrio estar sempre entre os dois lugares. Belém é minha casa, de onde vem minha essência e minha força e São Paulo é um eterno desafio, mas também inspiração, onde preciso estar em movimento sempre e produzindo sempre.
Holofote Virtual: Isso imprime fortemente no teu trabalho? De que forma identificamos isso?
Luê: Acho que acaba imprimindo sim mas não de uma forma muito óbvia, não de uma maneira estrategicamente pensada. Acho que o fato de estar em SP, assistindo a muitos shows o tempo todo e circulando me abre a cabeça pro que tem sido feito na música agora, me inspira a ter novas ideias tanto de projetos quanto de músicas. Esse movimento é algo muito necessário pra mim. E Belém é e será sempre minha casa, sempre grande fonte de inspiração e referência.
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