O lançamento será em Belém, no Teatro Margarida Schivasappa, nesta quinta-feira, 8 de outubro, às 20h. Show marca também a trajetória de quase 30 do grupo, com repertório revisitado. A turnê do projeto “Céu da Camboinha” passa ainda por mais quatro cidades paraenses, além de Macapá e São Paulo. capital. Ingresso: R$ 20,00, com meia pra estudante.
No final da década de 80, um grupo de artistas se reunia em Belém para iniciar um dos movimentos culturais mais bem-sucedidos do Pará, o Arraial do Pavulagem. Gente com laços e origens plurais e que se unia para produzir música brasileira com o sotaque da região norte do Brasil.
No final da década de 80, um grupo de artistas se reunia em Belém para iniciar um dos movimentos culturais mais bem-sucedidos do Pará, o Arraial do Pavulagem. Gente com laços e origens plurais e que se unia para produzir música brasileira com o sotaque da região norte do Brasil.
Gente que forjava ali uma identidade inspirada nas matrizes tradicionais da nossa cultura. E, aos poucos, esse coletivo de pessoas conseguia furar o bloqueio das rádios comerciais para divulgar no palco das ruas um trabalho de pesquisa pelos ritmos do Pará.
O resultado? Fãs que atravessam gerações, o nascimento e a consolidação dos arrastões do Pavulagem e oito discos lançados. Essa trajetória, que se aproxima dos 30 anos em 2017, é revisitada agora na turnê do projeto “Céu da Camboinha”, patrocinada pelo programa Natura Musical, por meio da Lei Semear de Incentivo à Cultura.
O primeiro show da temporada, no Teatro Margarida Schivasappa, tem participações especiais de Luê e do instrumentista Cabralli. Na banda, Junior Soares (voz e violão), Ronaldo Silva (voz e caxixi), Marcelo Pyrull (guitarra), Rubens Stanislaw (contrabaixo), Franklin Furtado (percussão) e Rafael Barros (percussão).
Show também marca trajetória de quase 30 anos
Retumbão, xote, toada de boi, mazurca e outros ritmos do cancioneiro do grupo podem ser conferidos no espetáculo.
“É um momento super especial, principalmente porque nós estamos na reta final para comemorar esses quase 30 anos de compartilhamento e ele chega para abrir essa temporada de celebração em um local que é um templo da música paraense", conta Ronaldo Silva, um dos fundadores do Arraial do Pavulagem.
"Aproveitamos para buscar algumas obras para atender esse público maravilhoso e próximo de nós, e também para fazer algumas músicas que estávamos querendo há algum tempo fazer”, complementa o músico.
“A base do repertório é o disco Céu da Camboinha, mas durante toda essa trajetória do Arraial, nós pincelamos músicas para inserir num show de teatro como Retumbão do Campo do Meio e Barca da Jaciara. Barca da Jaciara está presente no disco Música do Litoral Norte, que é uma música que já não tocamos mais”, exemplifica Rubens Stanislaw, baixista da banda. Uma chula marajoara também vai ecoar pelo Schivasappa no próximo dia 8. “Nós não costumamos tocar tanto, mas ela faz parte desse painel sonoro do Arraial”, lembra o guitarrista Marcelo Fernandes.
Durante os ensaios, a banda concebeu um formato de show dividido em dois momentos: o acústico, com a presença de instrumentos como o violão, a rabeca e o bandolim; e outro mais elétrico, com o calor dos trópicos como nas guitarradas “Lambada dos Cordeiros”, de Junior Soares e Ronaldo Silva, e a inédita “O sumiço do Muiraquitã”, de Marcelo Fernandes. “Há algum tempo, sumiu um muiraquitã da coleção do acervo do Museu de Gemas do Estado, aí eu fiz essa música para ficar sempre na cabeça da galera o desaparecimento dessa peça”, diz Marcelo.
Representatividade - São 28 anos de estrada que legitimaram o Arraial do Pavulagem na conquista de espaço na cena musical paraense, com o prestígio de uma trajetória construída nas ruas, na proximidade com o público que encontrou no trabalho do Pavulagem o canal para celebrar e conhecer a própria cultura.
“A música que fica eternizada no coração das pessoas é que a tem sinceridade, que tem conteúdo, que as pessoas conseguem se identificar. Então, nós demos uma contribuição para essa música brasileira, porque ela vem cheia desse sentimento, ela é umbilical. Isso não quer dizer que todo paraense se identifica com o que fazemos, até porque nossa cultura não é só o Arraial do Pavulagem, assim como o baiano não se identifica somente com o axé. Cada segmento tem sua história e sua relação de proximidade. E o Arraial está próximo de muita gente e é esse o maior trabalho que fica|, acredita Ronaldo Silva.
Vasculhar o próprio cancioneiro incentiva o grupo a refletir sobre o trabalho desenvolvido até aqui. Lembranças de shows, as histórias que impulsionaram dezenas de canções, os lugares de afeto na memória coletiva.
Serviço
Turnê “Céu da Camboinha”, show de lançamento no Teatro Margarida Schivasappa. Dia 8 de outubro, às 20h. Ingressos: R$ 20, com meia-entrada para estudantes na Loja Ná Figueredo. Outras seis cidades entram no mapa da turnê, entre outubro e novembro: Castanhal (PA), Marapanim (PA), Bragança (PA), Macapá (AP), Tracuateua (PA) e São Paulo (SP). Informações: 99243-8918.
(Edição: Holofote Virtual. Colaboração: Instituto Arraial do Pavulagem)
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