30.10.15

FICCA recebe inscrições até o dia 8 de novembro

Bragança volta a ser o centro das atenções do fazer audiovisual, de 8 a 10 de dezembro, com a realização da 2ª edição do Festival Internacional de Cinema do Caeté. As inscrições estão abertas até dia 8 de novembro, para realizadores e produtores interessados em submeter suas obras e tudo pode ser feito pelo SITE do festival na internet, alcançando centros de produção no país e no exterior. 

Criado com a intenção de estimular a produção audiovisual com a tecnologia disponível na comunidade, além de instrumentalizar esta produção em favor da conscientização das populações de baixa renda, sem acesso às criações artísticas e às produções culturais, o FICCA está recebendo inscrição de filmes documentários (acima de 60 minutos), média –metragem (entre 25 minutos e 60 minutos) e curta-metragem (até 24 minutos). Haverá ainda premiações: Prêmio IMAGEM-TEMPO (categorias: cenografia, figurino, fotografia, maquiagem - independentemente de tema, tempo e/ou categoria); Prêmio IMAGEM-MOVIMENTO (categorias: trilha sonora, montagem, roteiro, direção - independentemente de tema, tempo e/ou categoria) e Prêmio do JURI POPULAR. 

Além de filmes em competição e mostras paralelas - onde predominam estéticas e experiências inclusivas, sociais e educacionais, a programação traz também minicursos e rodas de conversas temáticas sobre questões contemporâneas de interesse, impacto, reflexão, e ação social. 

“É um espaço democrático de debate sobre sociedade e cultura. O #FICCA utiliza a cultura audiovisual contemporânea como base de diálogo, criação, consciência, e inclusão social, formação profissional e artística, e geração de renda da juventude, em estado de vulnerabilidade”, explica Francisco Weyl, o idealizador do projeto.

À beira do rio Caeté
A Pérola do Caeté, como é conhecida a cidade de Bragança, é a sede desse festival, que nasceu tímido em 2014, mas com grandes promessas de se tornar um festival pontual e relevante para a produção audiovisual brasileira. 

“Estamos mais robustos e consistentes, não há dúvida, e isso nos coloca diante de novas responsabilidades. Este festival é feito sem economia de esforços e de recursos, sem patrocínio de leis de incentivos e apoios financeiros diretos de quem quer que seja, ou seja, um festival em rede, compartilhado e colaborativo, e este é o seu segredo, a sua articulação e estrutura, mas ainda estamos a correr atrás de dinheiro mesmo, para pagar as simbólicas diárias de jurados e oficineiros, alguns dos quais a arcar com os próprios cistos o seu deslocamento, quando não a buscar apoios institucionais com tal objetivo”, ressalta Weyl.  

Festival adere à cena descentralizada do país

Longe dos grandes centros e eixos de produção cinematográfica do país o festival, além de mais charmoso, o festival se une a uma rede de iniciativas cinematográficas que cada vez mais fogem das capitais para se abrigarem em nichos interioranos no país, com forte potencial cultural que se tendem a se projetar turisticamente também, pelo cinema.

“Aqui nesta cidade há toda uma plataforma histórica cultural e artística aberta á inovação e à criatividade. Não tem quem não perceba isso, quem não se interesse em ver, quem não seja curioso, para não falar nos artigos, escritos, poemas, teses e monografias, textos diversos dispersos em redes e em escolas sobre esta vasta cultura que faz de Bragança uma cidade especial", diz Weyl, bragantino e residente em Bragança.

Adesão da escola Padre Ângelo Maria Abeni (Caratateua)
"Eu observo que ainda que timidamente a cidade começa a perceber melhor este festival, sim como você disse, que começou tímido e sem apoio do Poder Público, que hoje, pela via da secretaria de educação, vem nos dar mais apoio, mas a nossa ancora é a UFPA, claro, o ALUNO REPORTER (hoje finalista do ITAU-UNICEF), e a academia de letras do Brasil seccional Bragança, da qual somos acadêmicos imortal”, informa Weyl. 

A ideia é também descentralizar os mercados audiovisuais e abrir janelas e portas para o intercâmbio entre jovens realizadores e produtores de diversas origens e diferentes propostas de linguagens estéticas. “O FICCA inverte a lógica do mercado audiovisual, potencializando a liberdade criativa, e tecendo uma nova concepção que se constrói na Amazônia, a partir de redes solidárias, que compartilham conhecimentos, materializados em práticas artísticas e sociais, que envolvem as comunidades locais. É uma jornada cultural sem fins lucrativos”, diz Francisco Weyl. 

Viva São Benedito, o rio Caeté e o FICCA

Chegada do Santo na Cidade de Bragança
Região povoada pelos Tupinambá, Bragança é uma cidade histórica e rica em cultura. Os franceses liderados por Daniel De La Touche, foram os primeiros europeus a conhecer a região do Caeté em 8 de julho de 1613. 

Localizada no nordeste paraense é mais antiga que a capital paraense, fundada três anos depois de Belém, que data de1616. É em Bragança que se realiza a esmolação de São Benedito e a Marujada, festa conhecida turisticamente no país. 

A esmolação é uma itinerância da imagem do santo, que percorre suas áreas de praia, no litoral atlântico, seus campos e zonas urbanas, até chegar na cidade. A data do dia 8 de dezembro para abertura do FICCA não é uma escolha aleatória, pois será dia da chegada do santo em Bragança, dando início a festividade da Marujada que terá inúmeras ações até seu ápice com uma grande procissão devota a São Benedito, no dia 26 de dezembro. 

O FICCA vem, assim, contribuir em vários sentidos com a vida cultural bragantina, mas ainda há muito o que ser lapidado e se entender, de acordo com o realizador do projeto. “Bragança, numa perspectiva cultural institucional, ainda se comporta como uma cidade colonizada, que espera as demandas chegaram da capital, pautas amarradas de eventos, shows, oficinas, que aqui ancoram sem nenhum compromisso e nenhuma responsabilidade direta e de enraizamento e mesmo de médio e longos prazos, sem criação de nenhum tipo de vinculo com a cidade em si, tornando-a palco de cenas culturais e artistas”, diz Francisco Weyl.

Bragança, que já possui sua Lei de Incentivo Municipal, um avanço, sem dúvida, ainda carece de melhor política pública para a cultura, mas diga-se que não é um mal sofrido somente pelo município e se este continuar a se pautar por Belém, não terá bons exemplos. O importante agora é que o FICCA chega sua segunda edição fomentada por participantes dispostos e que acreditam numa forma compartilhada de fazer cultura. 

O FICCA é realizado pelo Jornal TRIBUNA DO SALGADO. O júri de 2015 é presidido pelo cineasta bragantino San Marcelo (PA) e traz em sua comissão Oficial o jornalista Carlos Sá-Nogueira (Cabo Verde); o realizador e crítico de cinema Sérgio Santeiro (RJ); e ainda os intelectuais, artistas e criadores paraenses Adriano Barroso (ator e realizador); Luciana Medeiros (jornalista bragantina, e que escreve este blog); Dri Trindade (fotógrafa e produtora cultural) e Francisco Weyl (criador do FICCA).

Parceiros 
Universidade Federal do Pará –Campus Bragança / Prefeitura Municipal de Bragança /Secretaria Municipal de Educação / Academia de Letras do Brasil – Seccional Bragança / Projeto Aluno Repórter – Bragança – NTE/SEDUC – Pará / Programa ‪#‎TÔNAREDE‬ / Fundação Educadora de Comunicação de Bragança

Apoio
Grafipel Magazine / Hotel Aruans Casarão / Hotel Solar do Caeté / Hotel Alternativo / Portal Conexão / Casa de África-Brasil / Pró-Reitoria de Relações Internacionais da UFPa / Universidade Federal do Pará –Campus Cametá / Instituto Federal de Tecnologia – IFPa-Bragança / Instituto Saber Ser Amazônia Ribeirinha – ISSAR / Federação Paraense de Cineclubes – PARACINE / Associação Nacional de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde / Câmara da Ribeira Grande de Santiago - Cidade Velha, Cabo Verde.

Mais informações e inscrição:
Fone: (91) 988212419 / 996422018 / 988044991

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