Fotos: Beatriz Mafra |
Depois do pré-lançamento realizado em São Paulo, dia 28 de setembro, na livraria Patuscada, a jornalista Bianca Levy lança “Aquífera” em Belém, neste sábado, 6 de outubro, a partir das 16h, no Colab - Espaço autoral. A programação conta com roda de conversa sobre a produção literária feminina, com a participação da escritora Raphíssima; pocket show de Ramón Rivera e de Lariza, e microfone aberto para sarau e intervenções poéticas.
“Aquífera” começou a ser escrito no início de 2014, quando a autora voltou à Belém, após um um breve período em São Paulo. O deslocamento geográfico, cultural e sentimental para a região Sudeste foi um marco na produção literária de Bianca, que passou a se voltar para sentimentos e paisagens do Norte.
“Foi um salto estético e conceitual da minha escrita, que eu batizei de ‘escrita fluxo’. Quando estava fora, senti uma falta enorme do rio, da bréa, dos afetos do Pará. Andava, andava, andava e só via prédio. Me sentia seca. Quando voltei só pra passar o Natal, acabei ficando de vez e me envolvendo com pessoas e movimentos culturais que estavam rolando na cidade”, comenta Bianca.
“Foi um salto estético e conceitual da minha escrita, que eu batizei de ‘escrita fluxo’. Quando estava fora, senti uma falta enorme do rio, da bréa, dos afetos do Pará. Andava, andava, andava e só via prédio. Me sentia seca. Quando voltei só pra passar o Natal, acabei ficando de vez e me envolvendo com pessoas e movimentos culturais que estavam rolando na cidade”, comenta Bianca.
Dentre as memórias estão as noites de festa e resistência no Bar do 8, a Feira Libertária na Praça do Carmo e o encontro com outros organizadores de movimentos culturais e sociais, que a levaram ao entendimento da necessidade do retorno. “Houve um entendimento do pertencimento. Tudo isso deu vazão a uma escrita cheia de pressa, intensidade e experiências individuais, sociais, coletivas, vividas na cidade”, declara.
Em “Aquífera”, essa intensidade se revela em forma de textos não homogêneos, que abrangem desde pequenos contos e poesias visuais, passando por textos quase autobiográficos. “Essa produção foi se alinhavando até 2016, em um período realmente bem intenso da minha vida, com essa volta, esses reencontros, a chegada do meu filho, Javier.
Para Bianca, a obra reúne escritos em forma de prosas poéticas e poemas, mas que juntos ganham unidade para narrar, mesmo que de forma linear, questões político-sociais, casos amorosos, a chegada da maternidade. “É legal entender o fluxo que a própria escrita toma diante desse manancial de vida, como ela se derrama, como ela se contém, seguindo o fluxo do devir”, explica a autora.
Foram dois anos para escrever e mais dois anos para maturar. O tempo longo se deve em grande parte pela falta de incentivo financeiro mas também pela insegurança de escritora iniciante de entrar no mercado editorial. O encorajamento veio depois que Bianca uma ligação do poeta Paes Loureiro, seu professor na época, para quem ela havia entregado os textos para leitura, dizendo que tinha gostado e que estava muito surpreso com o que tinha lido.
“Ele completou dizendo que se eu lançasse o livro, gostaria de fazer o prefácio. Quase caio da cadeira e me entalo com a água que estava tomando! Só o reconhecimento de um poeta do quilate dele já era suficiente", comenta Bianca, que tomou coragem e enviou os escritos para a seleção de algumas editoras de fora do estado. Em dois meses, recebeu o retorno da Editora Escaleras, de João Pessoa, especializada livros de escritoras mulheres e trans.
"O Aquífera pra mim é a história de uma busca. De uma busca por algo que nem sei se eu quero ou quis encontrar. É a história de um tempo, de vários amigos, tem um pouco de muita gente aí nesses escritos. Pessoas que cruzaram as esquinas comigo. É um presente pra nós, e particularmente pra mim é um divisor de águas na minha escrita, na minha carreira", comenta Bianca.
A obra, que tem o selo da editora Escaleras, conta com ilustrações de Elisa Arruda, prefácio do professor e poeta João de Jesus Paes Loureiro, de Abílio Dantas e Raphíssima, com orelha da também jornalista e escritora Gabriela Sobral e fotos do Rodrigo José e da Beatriz Mafra.
"É uma obra que já carrega a relação com a água, que atualmente eu exploro em outras linguagens dentro do mestrado em artes, e também na minha espiritualidade. É o abre-alas de muito trabalho que tem pela frente, pois como o próprio livro preludia (seja no caráter imagético dos textos ou nos escritos em si), a inquietação das minhas palavras, que querem ser aladas e já não se resumem só às letras, ao objeto livro, desaguando em performances, vídeos, fotos, colagens, instalações”, finaliza Bianca.
A obra, que tem o selo da editora Escaleras, conta com ilustrações de Elisa Arruda, prefácio do professor e poeta João de Jesus Paes Loureiro, de Abílio Dantas e Raphíssima, com orelha da também jornalista e escritora Gabriela Sobral e fotos do Rodrigo José e da Beatriz Mafra.
"É uma obra que já carrega a relação com a água, que atualmente eu exploro em outras linguagens dentro do mestrado em artes, e também na minha espiritualidade. É o abre-alas de muito trabalho que tem pela frente, pois como o próprio livro preludia (seja no caráter imagético dos textos ou nos escritos em si), a inquietação das minhas palavras, que querem ser aladas e já não se resumem só às letras, ao objeto livro, desaguando em performances, vídeos, fotos, colagens, instalações”, finaliza Bianca.
Serviço
Lançamento do Livro Aquífera, da escritora Bianca Levy . Neste sábado, 6, a partir das 19h, no Colab - Espaço autoral - TV. Campos Sales, 705, entre General Gurjão e Carlos Gomes – Campina. Entrada Gratuita. Valor do livro: R$ 42,00.
(Holofote Virtual com texto enviado pela assessoria do lançamento do livro)
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