O Festival de Cinema Internacional do Caeté realizará sua quarta edição em Portugal, com o apoio da Escola Superior Artística do Porto, de 10 a 12 de dezembro. Na programação tem mostras, conferência de abertura, Master Classes, estreias e projeção especial simultânea com o Brasil e Cabo Verde. Entrada gratuita.
As inscrições para o festival ficaram abertas por um mês, encerrando no dia 10 de outubro, com quase 70 filmes que serão analisados por uma curadoria e júri oficial formados por mais de 20 realizadores do Brasil, Alemanha, Cabo Verde e França. 14 filmes disputarão o Prêmio de Melhor Documentário, e 4 curtas concorrem ao Prêmio Especial. O júri começa a trabalhar esta semana e no dia 30 de outubro será divulgada a lista dos filmes selecionados à competição.
Ao todo foram 10 longas-metragens, vindos de Cabo Verde (1) e do Brasil (9): Rio de Janeiro (6), Pará (2) e Bahia (1). Além dos longas, tiveram 11 Médias inscritos de Portugal (1), Cabo Verde (1) e Brasil (9): Pará (4), São Paulo (2), Paraná (1), Goiás (1) e Rio de Janeiro (1). Por fim, 45 curtas estão inscritos, sendo um de Portugal, três de Cabo Verde e 41 do Brasil: São Paulo (15), Rio de Janeiro (9), Pará (8), Bahia (3), Goiás (2), Rio Grande do Norte (1), Rio Grande do Sul (1), Mato Grosso (1), Pernambuco (1).
Das margens do Caeté à beira do rio Douro
O FICCA nasceu banhado pelo rio Caeté, na charmosa cidade de Bragança, uma das mais antigas do Pará, na região Norte do Brasil. Fruto de uma rede de parcerias que foram sendo consolidadas ao longo de três anos, o festival envolveu diversos atores sociais do campo da cultura, dentro de uma perspectiva de resistência cultural, de afirmação do cinema amazônida e de inclusão.
“O festival trazia em Bragança um caráter descentralizador, com eventos no centro do município, em comunidades quilombolas e nas praias. Abrangia não somente a arte fílmica, mas também ações de ecologia, a dança e música de raiz da Amazônia. Foram três anos de festival em Bragança sendo que ano passado não foi realizado por razões pessoais, profissionais e econômica, faltou apoio financeiro”, diz Francisco Weyl, realizador idealizador e coordenador do FICCA.
Em Portugal, o formato começa a ser desenhado agora, e até dezembro estará configurado com no mínimo uma conferência de abertura, que será proferida pelo professor Célio Fernandes, da ESAP, seguida da estreia de um curta do realizador português João Sodré, cuja obra é centrada na cultura cabo-verdiana, o curta “Rede”, do Paraense Mateus Moura e a projeção do média "Saudade", de Renata Sarraceni. O filme traz de volta a obra e a linguagem cinematográfica do cineasta Paulo César Sarraceni.
“Já fechamos a projeção de forma simultânea em Fortaleza (CE), no Cine Teatro São Luís, com apoio de Duarte Dias, curador de programação do espaço, além de um expoente do audiovisual brasileiro, cineasta e diretor Fest Filmes, um festival audiovisual luso brasileiro, realizado neste mesmo cinema. No Brasil estou articulando junto a Rádio Educadora de Bragança e Capanema. Cabo Verde também está sendo confirmado”, adianta Weyl.
Estão sendo fechadas também máster classes com realizadores portugueses, tipos de oficinas que serão realizadas pela manhã. A ideia é que o festival movimente a ESAP em seus três dias das 9h às 21h, se tornando uma grande maratona de cinema. Após o festival, serão compostas várias mostras com objetivos de fazer a circulação dos filmes.
“Vamos trabalhar com nosso acervo. Já temos, por exemplo, a mostra NEGRO FICCA fechadinha e com uma agenda no Porto nos dias 19, 20 e 22 de novembro, na ESAP e na OPPIA Cinematográfica. “Essa mostra reúne filmes realizados por negros ou com temáticas negras, que venceram ou participaram das três edições anteriores do festival. Novas mostras também vão circular, a partir de 2019”, explica o diretor que está em contato e parcerias de cineclubes em Lisboa, Arcos de Valderez, Amarante, Leria, entre outras cidade.
De sangue português, africano e amazônico
Formado em cinema pela própria ESAP - Escola Superior Artística do Porto, cidade portuguesa em que morou entre 1998 e 2001, Francisco Weyl está de volta a Portugal e, como não poderia deixar de ser, levou consigo seus projetos, entre eles o FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté.
“Aqui eu produzi, criei e realizei muitos filmes e também construí uma rede de parceiros que nunca se desfez, ao contrário, ela também foi sendo edificada, tanto que alguns realizadores portugueses já mandavam suas obras para o FICCA, no Brasil”, diz Weyl.
“Voltei para um Doutorado em Artes Plásticas, estou dando continuidade aos meus estudos. E consegui apoio da ESAP. Os procurei e eles abriram as portas, estão nos dando estrutura de auditório, projeção, além de sua rede de contatos para construir e somar com o festival”, conta.
No período em que morou no Porto, Francisco também estendeu suas ações de cinema à Cabo Verde, o eu também fez estreitar a relação de realizadores também caboverdianos com o FICCA. “O fica sempre teve uma costela portuguesa, amazônida e africana. É essa costela da miscigenação, da integração das culturas e do diálogo intercultural que permeamos”, finaliza o realizador.
Programação - Dezembro
Abertura – 10 – Conferências, projeções.
Master Classes – 11 e 12 – 9h às 11h
Mostras – 11 e 12 - 12h às 21h
Acompanhe todas as notícias sobre o FICCA, no blog da Tribuna do Salgado.
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