Fotos: Cláudio Ferreira/Otávio Henriques |
Patrimônio, sustentabilidade e cidadania para o centro histórico de Belém. O Fórum Circular, realizado de 27 a 30 de setembro, no Mercedários/UFPA, trouxe uma série de temas e projetos que foram apresentados e debatidos em mesas, palestras, grupos de trabalho e participação ativa do público presente.
Tudo que foi debatido nos quatro dias de Fórum Circular está sendo sistematizado e publicado por meio de uma carta manifesto, demandando, principalmente, uma ampla divulgação e participação social nos processos de revisão do Plano Diretor de Belém e na elaboração de projetos e propostas de intervenção centro histórico e entornos.
A carta deveria ter sido divulgada ontem, logo após a plenária, que encerou os debates neste domingo, 30, mas por decisão coletiva, ficou resolvido que a mesma só será divulgada ao público e autoridades, na próxima semana, após o primeiro turno das eleições. O adiamento também se deve ao amplo interesse nas mesas e debates ocorridos, bem como as decisões que se estenderam com relação aos temas abordados e não haveria tempo hábil de sistematizar tudo até 20h, horário de término do evento.
“Foi designada uma comissão para, a partir das questões pautadas durante o Fórum, produzir a versão final do documento que será divulgado no decorrer da próxima semana. Também foram constituídos grupos de trabalho com finalidades específicas, como grandes projetos e propostas de desenvolvimento local, difusão, mobilização e articulação, além de intervenções emergenciais no CHB”, diz Dorotea Lima, arquiteta e coordenadora do fórum.
Temas e debates importantes para Belém
O Fórum Circular contou com convidados do Pará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro e Portugal, que apresentaram projetos que envolvem patrimônio arquitetônico e inclusão social.
De Belém foram apresentados e debatidos com os participantes do fórum, o Projeto Porto Futuro, que está sendo feito na área da Companhias das Docas do Pará, que contou com participação de Dina Elarrat - Secretária Nacional de Portos/MINTER e Danielle Abreu, arquiteta e urbanista da Companhia das Docas do Pará, e o Projeto Desenvolve Belém – Centro Vivo, com João Cláudio Klautau, Presidente da CODEM.
Na mesa “Experiências de organização e participação social com atuação na defesa de interesses urbanos e turísticos”, realizada no domingo, houve participação da economista e coordenadora da Associação Renovar a Mouraria, Felipa Bolotinha, de Lisboa, Portugal e do arquiteto e urbanista Cristiano Borba, que vai compartilhou sua vivência no projeto Direitos Urbanos, em Recife (PE).
O Convento dos Mercedários, mais conhecido como prédio da Alfândega, também foi tema de palestra realizada no sábado pela manhã. O prédio, que abriu suas portas ao público para receber a programação do Fórum Circular, está cedido para a Universidade Federal do Pará (UFPA), que desde o início do ano passou a ser a instituição responsável pela ocupação do prédio construído, em 1640. A construção histórica, em breve, será a casa para abrigar o Lacore – Laboratório de Conservação, Restauro e Reabilitação da UFPA, com um curso de graduação de referência nesta área, e que já poderá ser acessado no próximo vestibular.
Foram debatidas experiências para a reabilitação de áreas protegidas e desenvolvimento local, com relatos de Anne Dias, do Coletivo Aparelho, projeto que faz uma ocupação artística e educacional no Mercado do Sal, com participação da comunidade que reside na área, de Flávio Nassar, sobre o projeto Fórum Landi, e Lucas Nassar, que coordena o projeto Laboratório da Cidade. O Porto Digital (PE) e o Caso de Penedo, a experiência do IPHAN em Alagoas também foram apresentados.
Intervenção urbana, patrimônio, participação social e produção de conhecimento da área histórica. Na mesa “Possibilidades de desenvolvimento socioeconômico” estiveram Antônia Ferreira, do Núcleo de Ações Educacionais Museu da Favela, no Rio de Janeiro e a professora Goretti Tavares, do projeto Roteiro Geo Turístico.
“O patrimônio cultural frente às grandes intervenções urbanas e parcerias público-privadas” foi abordado pela professora doutora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Márcia Sant’Anna.
Já o tema “Patrimônio cultural, planejamento e participação social”, contou com a explanação da professora doutora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Natália Miranda Vieira, que relatou outros casos desenvolvidos no Nordeste: o bairro do Recife e o bairro da Ribeira, em Natal (RN). Também foi discutido com o público, no primeiro dia do evento, as normativas para uso de praças e espaços públicos. O tema foi apresentado e debatido pelo Iphan, com moradores e usuários dos bairros da Cidade Velha e Campina.
O Projeto Circular também foi um tema posto em discussão e ganhou novas propostas para sua realização em 2019. Foram quatro dias em que também o público, em geral, pôde entrar e conhecer o prédio dos Mercedários.
Durante o fórum esteve montada uma feirinha de produtos criativos e um café para receber a população. O encerramento contou ainda com música ao vivo do Trio Chamote, realizado ao ar livre, na Praça das Mercês, em frente à sede da Associação Fotoativa.
O Fórum Circular Patrimônio, Cidadania e Sustentabilidade é uma realização do projeto Circular Campina Cidade Velha, em parceria com a Associação Amigos de Belém. O evento conta com patrocínio do Banco da Amazônia e Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet. Copatrocínio da UFPA, IPHAN e Funtelpa - Cultura Rede de Comunicação. Apoio da IOEPA, Hotel Princesa Louçã, Sol Informática, Centro Cultural Sesc Boulervad, Mirante Designer, Papel da Amazônia, Associação Fotoativa, Centro Cultura da Justiça Eleitoral, Fundação Cultural do Pará, Kamara Ko Galeira, Largo da Palmeira e toda a Rede de Parceiros do Circular.
Mais informações: www.projetocircular.com.br
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