Em meio a tantos desatinos que vieram à tona com a Cobid-19, uma coisa boa ao menos se fortalece neste novo cenário cultural! O “novo normal” nos trouxe maior acesso à arte e à cultura, não só como espetáculos, mas com debates de ideias, performances e apresentações artísticas que trazem também reflexão e inclusão.
Antes disso, só teríamos este acesso de forma presencial, o que já era um obstáculo, caso este não fosse realizado em nossas cidades. Não estou aqui enaltecendo qualquer coisa dessa pandemia, mas é fato que antes disso, o setor cultural ainda pouco se utilizava da ferramenta de transmissão on-line.
O evento em questão, o "Arte é Inovação" ocorre em São Paulo, na Cia da Revista, um espaço de teatro situado em Santa Cecília. Vai reunir até domingo, 25, artistas e profissionais de diversos setores, que participarão de quatro dias de programação, com oito mesas redondas, e quatro performances. Cada dia abrigará dois debates, um às 16h e outro às 18h e uma atividade artística abre e fecha o evento diariamente.
Questões básicas hoje em debate na sociedade - como a diversidade sexual e a inclusão do negro e da pessoa trans - há tempos estão incorporadas no universo da arte, mas vivemos em uma cultura disruptiva, em que tudo muda a todo momente. Por isso, devemos crer na criatividade como base da inovação e a arte como sustentação da criatividade.
A programação, que abre com as atrizes Isabel Wilker e Mel Lisboa traz como tema: “Arte é a saída”. Em seguida, a discussão será “Arte pulsante das periferias”, com o coletivo de literatura Slam das Minas. O dia termina com a intervenção urbana do VJ Suave e uma projeção artística em diferentes lugares da cidade. Não perca também o papo com o diretor, cenógrafo e figurinista, prêmio APCA 2008 Kleber Montanheiro, “Territórios criativos”, no dia 23, e “Empreendedorismo social”, com Marcelo Sollero, diretor da Polo Cultural, que fala no encerramento.
Arte como transformação e conquistas sociais
Marcelo Sollero, diretor da Pólo Cultural |
Partindo do princípio de que o artista sempre está na vanguarda do pensamento, Sollero conta que idealizou o evento para tratar sobre o valor da arte na sociedade e jogar luz em temas caros a uma sociedade inovadora, “além de ligar a arte diretamente com a inovação”, diz o diretor.
Além dos temas já citados, também serão abordados: Arte pulsante das periferias, Arte engajada, Centros comunitários e vida na periferia, Êxodo para o Interior, Acessibilidade artística .
Para montar a curadoria dos temas, Sollero pesquisou assuntos relevantes para a geração que hoje está com 30 anos. Entrevistou especialmente mulheres sobre o que pensam para o futuro. Ouviu que trabalho e sucesso na carreira são importantes, mas o pensamento principal diz respeito a estarem envolvidas com questões sociais, de terceiro setor.
“Elas se preocupam em contribuir para um futuro com melhor convivência entre as pessoas e qualidade de vida, mais liberdade criativa, diversidade e inclusão, assuntos que fazem parte de uma luta antiga, ideias que agora estão incorporadas por essa geração”, finaliza.
Mel Lisboa abre evento e encena performance no sábado
Mel Liboa, no debate e na cena |
Agora, sob a direção de Márcio Macena, Mel Lisboa entra em cena como uma espécie de hospedeira para o espírito da escritora russa, principal nome da Teosofia, Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891) que retorna para esclarecer pontos de sua história que não ficaram muito bem explicados. E no processo, outros espíritos surgem para dar cada um sua versão dos fatos.
A proposta da peça é ser um encontro caseiro e virtual, e não um espetáculo. O cenário é a casa da atriz, com pequenos ajustes estéticos que ajudam a dramaturgia. O figurino também foi composto com peças já existentes. "Escolhemos manter uma única câmera, parada, fixa, impossibilitados de fazer cortes, sem utilização de ferramentas como o zoom do equipamento, e assim transmitir a imagem mais parecida com a que seria o ponto de vista de um expectador na poltrona de uma plateia de teatro', informa a produção.
Confira toda a programação
Dia 22 de outubro - quinta
16h - Tema: Arte é a saída.
Com as atrizes Mel Lisboa, Isabel Wilker, Leona Jhovs (atriz, diretora, roteirista, apresentadora, cantora. Mulher TRANSfeminista ), Cauâ Taborda (líder de comunicação e assuntos públicos do Youtube na América Latina).
Mediação – Luz Ribeiro (poeta e pedagoga, integra o Slam das Minas).
18h - Tema: Arte Pulsante das Periferias.
Com Slam das Minas (Carol Peixoto e Pam Araújo) e Khally (bboy, bailarino da periferia).
Mediação – Helder Oliveira.
20h - Performance – VJ Suave (duo formado por Ygor Marotta e Ceci Soloaga
Local – esquina da Consolação com a Caio Prado, a partir das 20h.
Dia 23 de outubro - sexta
16h - Tema: Arte engajada –
om a artista e designer gráfica Marcela Scheid, Fábio Ventura (Coletivo Abrupto).
Mediação - Leona Jovis.
18h - Tema: Territórios criativos - a ascensão da classe criativa.
Com o diretor , cenógrafo e figurinista, prêmio APCA 2008 Kléber Montanheiro,
Museu do Amanhã (representante).
Mediação – Marcelo Sollero.
20h – Performance - Slam das Minas faz batalha de poesia ao vivo.
Dia 24 de outubro - sábado
Abertura – quatro bailarinos – Bboys.
16h – Tema: Centros comunitários e vida na periferia.
Com Teto, coletivo Gastronomia Periférica e bailarino Khally (bbou, ip-hop).
Mediação : Marcelo Sollero.
18h – Tema: Território Global. Com Ygor Marota e convidado do Uruguai. Mediação –
20h – Performance – Sessão do monólogo Madame Blavtski.
Texto – Cláudia Barral. Direção – Marcio Macena. Interpretação – Mel Lisboa.
Dia 25 de outubro – domingo
16h - Tema: Acessibilidade artística. Com a atriz pedagoga, psicopedagoga, arte educadora, produtora e diretora teatral Nina Mancin e diretor, roteirista e ator Victor di Marco.
Mediação: Marcelo Sollero.
18h - Tema: Empreendedorismo social em busca de autonomia. Impact, Plana Vivências,
Mediação : Marcella Franco.
20h – Performance – bloco Vra Power
Inscreva-se no canal e acomapanhe:
https://www.youtube.com/user/polocultural
(Holofote Virtual com informações da assessoria de imprensa da Pólo Cultural)
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