Ao invés das profundezas fluviais ou de suas breves superfícies para dar uma respirada, o mamífero aquático símbolo da Amazônia vai encarar, neste domingo, 7, um rio de gente. Sai às ruas, mais uma vez, o multicolorido, sonoro e cheio de graça Cordão do Peixe Boi. Prepare-se!
Qualidade de vida, fortalecimento de rituais de saber ancestral, valorização da cultura e identidade locais. Misture tudo isso e você terá como resultado o cortejo ecológico e cultural que percorre o Boulevard Castilhos França até o Ver-o-Peso, reunindo crianças, jovens e adultos, brincantes que, uma vez ao ano, percorrem as ruas carregando um peixe-boi gigante, em armação de ferro tecido.
Organizado
pelo Instituto Arrail do Pavulagem, os ensaios, para quem quiser
participar mais treinadinho, serão abertos, nesta sexta, 5, a partir das
18h, e no sábado, 6, a partir das 17h, sempre até às 21h, na Praça dos
Estivadores.
Também, no domingo, acontecerá a Feira Verde, um estímulo à sustentabilidade criativa, com a venda de produtos orgânico-naturais, objetos artesanais, artísticos e culturais a partir das seis da manhã. Haverá também a divulgação de pesquisas e experiências na área de plantio, da agricultura familiar e da extensão rural.
Além da valorização cultural, o cortejo chama atenção para um problema grave.
Mamífero dócil, ele resiste ao tempo, alvo constante da pesca predatória, junto a tantos outros animais que sofrem com a devastação da floresta, provocada pela intervenção humana que provoca o desmatamento e muitas queimadas.
O que acontece? Também estão ameaçados de sumir do mapa biológico, entre outras espécies, a arara vermelha, a ararinha azul, ariranha, o boto, a jaguatirica, a jararaca, o macaco aranha, o macaco-prego, a onça pintada, o pica pau cara amarela, o tamanduá bandeira, o tatu e o tucano de bico preto.
Motivos não faltam para participar da ação proposta pelo Instituto Arraial do Pavulagem, que traz em sua intenção, o estímulo ao sentimento de responsabilidade em defesa do meio ambiente. O cortejo nas ruas da cidade é a culminância de um processo que envolve a participação dos brincantes em oficinas de reciclagem, seminários que discutem a relação entre cultura e natureza e as oficinas de música e dança.
No domingo, a programação começa às 6h, com uma roda cantada chamada Brilho da Aurora. Em seguida regado à poesia e música incidental, na Escadinha do Cais do Porto (Estação das Docas), prepara-se a saída do cortejo, às 8h30.
O cordão sai da escadinha do cais do porto, na Estação das Docas, segue o Boulevard Castilhos França, chega ao mercado do Ver-o-Peso e retoma o Boulevard até a Praça dos Estivadores (em frente à Estação das Docas).
A roda ancestral está marcada para 10h, já de volta à Praça dos
Estivadores, onde a brincadeira encerra com show do Arraial do Pavulagem
e convidados.
Apoio cultural da Prefeitura de Belém, Fumbel, Governo do Pará e Fundação Tancredo Neves.
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