Professora de literatura na UFPA, com textos publicados em revistas e sites, Izabela Leal o livro "A Intrusa”, nesta sexta-feira, 17, às 18h, na Casa da Linguagem. Na programação, além dos autógrafos, haverá um bate-papo com o Nilson Oliveira, editor da Revista Polichinello, e leitura de poemas com Rodrigo Oliveira, Dayse Rabelo e Galvanda Galvão. Entrada franca.
“A Intrusa” mereceu a premiação de Melhor Novo Autor Fluminense, na 1ª edição do Prêmio Rio de Literatura, em 2016. A apresentação do livro é assinada por Ana Alencar, crítica literária, tradutora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A foto da capa é do Caio Meira, poeta e fotógrafo.
“Esse é meu primeiro livro publicado sim. Acho que os prêmios são importantes porque dão visibilidade à obra, sem contar que para o autor é muito bom saber que foi lido por pessoas altamente qualificadas”, diz Izabela, nascida no Rio de Janeiro em 1969.
Obra fragmentária, é composta por vários textos que se articulam entre si, oscilando entre a prosa e a poesia, pegando emprestado o clima de suspense do romance policial e um tom performático do teatro. “isto não é um diário. /não vou escrever minhas memórias /nem testemunhar a época em que vivemos juntas. /não se trata de confissão”.
O ponto de partida do livro é determinado por situações aparentemente cotidianas, mas pontuadas por um estranhamento em que se percebe a tensão existente no ato de conviver com o outro, sobretudo o outro que nos habita e que comparece no ato de escrever. “hoje morreu chantal akerman deu no noticiário./nada a ver com a universal reportagem fatos e fotos /manchete caras. vi hotel monterey com uma amiga”.
Livro revela um novo estilo na carreira da autora
Poeta, ensaísta e professora de literatura portuguesa (UFPA), pesquisa sobretudo questões ligadas à poesia contemporânea e à tradução. Tem poemas publicados em revistas literárias como Inimigo rumor, Zunái, Coyote, modo de usar & co., Poesia sempre, Polichinello, e nas antologias Caos portátil. Poesia contemporánea del Brasil (México, 2007), Otra línea de fuego. Quince poetas brasileñas ultracontemporáneas (Espanha, 2009) e Todo começo é involuntário: a poesia brasileira no início do século XXI (Brasil, 2010), entre outras.
“Eu sempre escrevi poesia, tenho vários poemas publicados em livros e revistas, mas esse livro de fato rompeu um pouco com a ideia mais rígida de um estilo. Não foi algo tão pensado, pelo contrário, eu me dei conta de que o livro tem a sua própria autonomia. Ele vai se escrevendo sozinho (risos), esse livro não se parece com nenhum dos que eu em algum momento planejei escrever”, comenta.
Atuante integra o núcleo editorial da revista literária Polichinello, onde discute temas e organiza com os demais editores, o material que será publicado. “É um trabalho em parceria, sempre difícil em função das limitações orçamentárias. É uma pena não termos possibilidades de apoio em editais ou outros recursos que ajudariam a manter uma periodicidade maior da revista”, diz a escritora.
A paixão pela literatura também a levou a trabalhar com a linguagem do audiovisual. Atualmente tem produzido videoartes que estabelecem um diálogo entre o cinema e a literatura.
“O trabalho que tenho desenvolvido com videoarte é uma parceria com uma amiga, Galvanda Galvão. Fizemos uma pequena produtora, a Sibila filmes, e já produzimos quatro vídeos, todos eles voltados ao diálogo entre a literatura e a imagem. É interessante que esse trabalho permite dar ênfase à literatura local, aproveitando a possibilidade do vídeo para chamar a atenção para poetas menos conhecidos fora de Belém, como é o caso de Paulo Plínio Abreu”, revela.
No momento Izabela diz que não há vídeos disponíveis na internet pois são trabalhos recentes que estão participando de mostras e festivais, mas já dá a dica para quem quiser assistir a alguns deles, em Belém. "Temos dois vídeos selecionados para a Mostra Sesc de Cinema, que deve ocorrer em breve. No dia 24 de março também haverá uma exibição na Casa das Artes”, avisa.
Serviço
Lançamento “A Intrusa”, de Izabela Leal. Autógrafos, bate papo e leitura de poemas. Nesta sexta-feira, 17, às 18h, na Casa da Linguagem - Avenida Nazaré, 31.
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