Bruno Benitez (Foto: Bruno Pellerin) |
O músico nos apresenta “Miscigenado”, show que abre, nesta quarta-feira, 22, no Teatro Margarida Schivasappa (20h), o Festival Latinidade, reunindo os vários ritmos que formam o sangue latino e sonoro da música paraense. O ingresso custa R$ 10, 00, adquiridos pela plataforma sympla, ou até 19h30, na bilheteria do teatro.
Salsa, tango e merengue, lambada, guitarrada e carimbó. A apresentação conta ainda com os músicos Bruno Mendes (bateria e percussão), Beto Taynara (contrabaixo) e Jó Ribeiro (trombone e piano) e as participações de Ronaldo Silva e Félix Robatto.
Bruno Benitez é o anfitrião desta primeira noite do festival que será itinerante e passará por oito espaços de Belém, incluindo os distritos de Icoaraci e Mosqueiro, com realização da M.M. Produções. O propósito é divertir e ao mesmo tempo contar a história desses ritmos, a partir da experiência e estilos dos músicos convidados, missão que inicia com o músico, multi-instrumentista e cantor que, além das influências latinas que recaem sobre “Miscigenado”, já possui uma latinidade espontânea herdada do pai.
Filho de Daniel Benitez, compositor, cantor e multi-instrumentista uruguaio que se radicou no país, mais especificamente em Belém. Gravou com Beto Barbosa, Alípio Martins, Beto Douglas entre outros, e participou da banda Warilou.
Bruno cresceu nesse clima latino paraense que facilmente o fez mergulhar neste universo profissionalmente. "O primeiro contato mais forte com essa música foi ao assistir a banda Warilou ao vivo. Aliás, o show deles era muito mais ousado nas fusões rítmicas do que os discos. Ali, a minha visão musical se ampliou bastante”, diz Bruno, que começou então a acompanhar o pai nos estúdios, na década de 90.
“Ele, como bom uruguaio, gravava suas percussões recheadas de latinidade nos bregas, lambadas e merengues gravados aqui, e fazia isso desde os anos 1980, contribuindo para formatar o som daquela época, marcado pela influência latina. Daí em diante tudo ocorreu rápido”, comenta.
Antes de seguir pela carreira solo, em 2002, Bruno formou o grupo Mundo Mambo, projeto que segue na ativa, dedicando-se a tocar tanto a salsa de raiz, assim como a música latino-paraense. Em 2014, o músico lançou o CD "Coração Tambor" e agora se prepara para lançar o terceiro álbum. Em entrevista ao blog, ele falou de sua trajetória e de como irá conduzir essa primeira imersão do Festival Latinidade, confira.
Holofote Virtual: O Festival Latinidade inicia com um show teu, o Miscigenado, que dá nome ao teu terceiro CD. O repertório será focado nas musicas inéditas do disco?
Bruno Benitez: Vou apresentar ao público metade do repertório do novo disco, que esta sendo produzido. Serão 5 músicas inéditas, explorando ritmos como Tango, Merengue, Cúmbia, Toada, entre outros. Posso dizer que metade do show é voltado pro CD Miscigenado, e a outra metade aos clássicos latinos e músicas paraenses.
Holofote Virtual: Como vai funcionar esta parte mais didática, o que estás trazendo de informações para o público?
Bruno Benitez: Gosto de comentar nos shows sobre as origens desta identidade musical latino-amazônica, que vem desde a era do Rádio de ondas curtas, dos marinheiros que aportavam em Belém (com vinis na bagagem), vindos do Caribe, guianas e outros países. Sem falar nos artistas latinos que passaram por Belém. Sabia que Bienvenido Granda cantou no Palácio dos Bares? É uma história de muitos capítulos.
Holofote Virtual: Vais receber dois convidados. Cada um deles tem luz própria e trabalhos distintos, que se unem quando o universo é amazônico. Gostaria que você falasse um pouco do trabalho dos dois artistas e onde é que a latinidade deles encontra musicalmente a tua.
Bruno Benitez: Primeiramente são dois amigaços, daqueles que quando encontro rolam horas de papo bacana. Félix Robatto construiu desde o La Pupuña, e agora em carreira solo, uma sonoridade rica, recheada desse hibridismo cultural que faz todo mundo dançar e querer sempre mais. Ronaldo Silva é pura poesia, até num bate papo informal isso emana dele, junto com sua musicalidade plural, traduzida numa obra que permeia inúmeros universos musicais.
Tenho a sorte de ser amigo e parceiro musical desses dois.Ambos estão participando da produção do CD "Miscigenado", que terá 02 faixas produzidas por Félix Robatto, além da música "Raio da Lua", parceria minha com Ronaldo Silva, que também canta comigo no CD.
Holofote Virtual: Em que momento está o trabalho e quando pretendes lançar Quem toca, quem participa...
Bruno Benitez: Estamos com 80% do CD pronto. Está sendo um processo de criação coletiva enriquecedor para mim. Junto comigo assinam a produção musical Félix Robatto, Lenilson Albuquerque e Daví Benitez. Quanto aos músicos, a base é a galera do Mundo Mambo, com alguns convidados, como o argentino Martín Mirol (Bandoneon), Príamo Brandão (Baixo acústico) e o Trio Manari.
Holofote Virtual: Atualmente além do teu trabalho solo, estás envolvido em outros projetos?
Bruno Benitez: Sim, o Mundo Mambo ainda é meu Xodó (risos), afinal são 15 anos de banda. Tenho também um evento mensal chamado "Malagueta na Cuia", uma festa dedicada aos ritmos latinos e paraenses, com discotecagem latina e oficinas de dança durante os shows.
Bruno Benitez: Sou educador. Ensino geografia na Escola Bosque, unidade pedagógica da Faveira, em Cotijuba, e sou muito grato em poder contribuir na educação ribeirinha.
A música envolve toda a família, desde minha filha Luna, que faz musicalização no Conservatório Carlos Gomes, a esposa Elaine, ajudando na produção dos shows, e o caçula Ian, bagunçando o quanto pode (risos).
https://www.youtube.com/watch?v=frqf7ZI2RY0
https://www.youtube.com/watch?v=xTumrgwq5yc
https://www.youtube.com/watch v=GBFHii68btM&list=PLEImsqViY5ciexktQSBSNSo23NekUYS32&index=6
Serviço
Festival Latinidade. Nesta quarta-feira, 22, a partir das 20h, no Teatro Margarida Schivasappa. Os ingressos custam R$ 10,00 pela plataforma sympla. (https://www.sympla.com.br/festival-latinidade-apresenta-show-miscigenado---bruno-benitez-e-convidados__126755) e até 19h30, na bilheteria do teatro. O projeto tem incentivos do Seiva, Fundação Cultural do Pará, Governo do Estado e da Prefeitura de Belém, pela Lei Tó Teixeira. Mais informações: 91 3355.8668.
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