5.9.11

Mais uma parceria na trajetória de Paulo Vieira

Desta vez, o poeta estará na XV Feira Pan Amazônica do Livro, lançando a obra “Peso Vero”, um livro duplo, escrito também pelo autor Daniel da Rocha Leite. O lançamento começa às 17h30, quando os dois autores participam do Papo Cabeça com Escritores Paraenses, no Coliseu das Letras, com mediação de Linda Ribeiro, até às 18h30. Em seguida, às 19h, a sessão de autógrafos será no estande do Banco da Amazônia, patrocinador da obra.

Poeta e Engenheiro Florestal, Paulo Vieira está morando em São Paulo desde o ano passado, onde segue seus estudos acadêmicos. A pouco mais de uma semana em Belém, ele chegou por aqui e passou direto para Ver-o-Peso, fonte de inspiração da nova obra. “Encontrei meu amigo Nassif Jordy e fomos pra lá, comer um peixe frito e tomar umazinha, fui direto, com mala e tudo”, confessa.

Autor dos livros “Pescaria com linha de horizonte” (2009), “Livro para distração na tragédia” (2008-prosa), “Orquídeas Anarquistas” (Prêmio IAP-2007),” Livro para pescaria com linha de horizonte”, (2006) e “Infância Vegetal” (Prêmio IAP-2004), além de Retruque (2010), que trouxe ainda um CD, “Retoque”, com poemas musicados por Henry Burnett, Paulo diz que foi um grande desafio “deitar” o Ver-o-Peso em livro.

“Cheio de suas bem escolhidas “micro paisagens”, que por estas bandas em 1927 um poeta Mário de Andrade, encantado, chamaria de “mini molduras” (expansão do olhar aos entalhes de toda a paisagem avassaladora que o turista aprendiz visitaria), esse Ver-o-Peso da náusea e do refrigério, o Ver-o-Peso dos adjetivos intermináveis, baratos, fáceis, banais”, discorre o poeta.

“Lembro-me que voltava pra casa, depois de umas tantas cervejas, um Tucunaré pesado na bagagem para o almoço do sábado, e um arrependimento cru, feito aquele peixe, de ter dado a ideia e alastrado esse destino confuso ao Daniel. Hesitei pela provável aridez da pescaria. Em literatura, o ambiente “inspirador” pode ser o veneno da facilidade”, lembra ele.

Para tentar capturar todas as suas nuances, os autores se utilizaram de máquinas fotográficas, mas não estas digitais, e sim as da memória, já que ambos são assíduos freqüentadores da feira desde a infância.

Mergulhados naquele cotidiano, os poemas e prosas ganharam contornos de veracidade e sonho que se desnudam nas múltiplas histórias contadas sobre um mesmo universo. Peso Vero abre diálogo entre palavra e imagem, poesia e prosa, e que ganha ilustrações de Maciste Costa e D’Arcy Albuquerque.

E é mais um duo na trajetória de Paulo Vieira, desta vez com Daniel da Rocha Leite. Antes, com o músico compositor Henry Burnett. Mas para o poeta, enfatiza que parceria é sempre algo delicado. Segundo ele, porque é preciso “preservar o segredo e o sequestro do minuto em que o verso pousa na página. Ele só pousa quando você está só (falo daquela outra solidão que nem todo mundo sente)”.

Paulo Vieira faz questão de explicar que Retruque (Editora Vieiramenbeira, 2010) é um livro de poemas escrito só. “Retoque é que é o duo, eu e Burnett. E os dois atrelados num projeto único, num objeto só, Livro Disco, música e poesia”.

Embora ele considere que seja algo parecido, esclarece que Peso Vero do Daniel é um livro escrito só. E o dele também. “Não é como em Retoque onde o compositor de Sonho em Segredo interfere nos poemas causando sua música. O afastamento e aproximação desses dois Pesos se dá por um mesmo mecanismo de expressar imagem, a palavra escrita em prosa e verso”.

Aos cinco livros e um disco, Paulo Vieira diz que Peso Vero, por ser escrito pelos dois autores, nada tem a ver com estratégia para ganhar o mercado ainda tão difícil da literatura. “Em meu caso, estratégia de mercado é inútil. Escrevo principalmente poesia e poesia não vende, nunca vai vender”, diz ele, mas acreditando que, no caso de Peso Vero, tudo pode ser diferente.

“Daniel, que escreve mais em prosa, e prosa vende mais, está se tornando o maior vendedor de livros independentes de Belém. Ele conseguiu, recentemente, a façanha de vender mais de duas centenas de livros em poucos dias, num lançamento e depois seguiu vendendo”, informa o poeta.

Depois da Feira do Livro, Paulo Vieira retorna a São Paulo, onde prossegue com a divulgação de “Retruque Retoque”, até porque Henry Burnett também mora por lá. “O trabalho está sendo muito bem recebido na Paulicéia.

Dia 20 de agosto fizemos um show, em novo formato, eu e Henry, sem banda, na CasaAoCubo, um lugar fascinante. Dia 24 de setembro vai ter outro, num teatro que, me disseram, maravilhoso, e muitas outras previsões de apresentação desse trabalho e outros”, finaliza.

Serviço
Peso Vero – Bate Papo com os autores, das 17h30 às 18h30, no Coliseu das Letras. A partir das 19h, lançamento do livro no estande do banco da Amazônia. A obra será vendida por RR$ 20,00. A XV Feira Pan Amazônica do Livro – Hangar Centro de Feiras e Convenções da Amazônia - fiicará aberta com vasta programação até dia 11 de setbmro, confira mais, aqui.

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