Meu Sete, óleo s/tela - Thiago Melo |
Belém do Pará ganha esta semana um projeto de reflexão
e arte, trazendo duas exposições, a primeira, que abre quinta-feira, 04, no Museu
de Arte da UFPA, às 19h, e uma segunda, na Casa das Onze Janelas, a partir de dezembro, além de exibição de documentário no Cine Olympia, intervenção urbana e seminário.
"Amazônia - Lugar da Experiência" faz um recorte profundo da arte produzida aqui ou a partir de vivências de artitas na região. É reflexão e resultado de pesquisa artística. Temos vídeos, performances,
fotografia e pintura. A concepção, elaboração e coordenação do projeto é de Orlando Maneschy,
com assistência de Keyla Sobral.
Ao todo, são 21 artistas envolvidos nesta coleção produzida
a partir do Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça/Prêmio Procultura de
Estímulo às Artes Visuais 2010 da Fundação Nacional de Artes.
As exposições trazem obras que nos instigam a pensar este
território a partir de obras de paraenses como Acácio Sobral, Armando Queiroz, Danielle Fonseca, Maria Christina, Luiz
Braga, Dirceu Maués, Victor de La Rocque e Alexandre Sequeira, entre outros, mas também
de artistas de outros estados como Thiago Martins de Melo, do Maranhão, Raquel Srolf, de Porto
Alegre, Rubens Mano, de São Paulo, Oriana Duarte, de Recife e Roberto
Evangelista, de Manaus.
"Desde meu mestrado venho pensando sobre a produção aqui. Se você parar para pensar em pessoas fundamentais para nossa arte, Paula Sampaio é mineira; Miguel Chikaoka é paulista; Patrick Pardini é carioca. Isso me mostrou que o foco é o envolvimento com a Região, que faz gerar obras densas sobre a Amazônia e não simplesmente uma questão de origem", explica Orlando Manesch em declaração ao Holofote Virtual.
O interesse dele recai sobre a profundidade, que dá como outro exemplo, o trabalho desenvolvido por Cláudia Andujar, que estará na segunda exposição. "Ela deu visibilidade à questão Yanomami com sua obra. Nenhum artista lutou por essa causa como ela, que é naturalizada brasileira. Compreende? Assim, a Coleção Amazoniana de Arte da UFPA pretende trabalhar com uma perspectiva de refletir sobre a região a partir de obras e documentos que se relacionem a elas", complementa.
"Desde meu mestrado venho pensando sobre a produção aqui. Se você parar para pensar em pessoas fundamentais para nossa arte, Paula Sampaio é mineira; Miguel Chikaoka é paulista; Patrick Pardini é carioca. Isso me mostrou que o foco é o envolvimento com a Região, que faz gerar obras densas sobre a Amazônia e não simplesmente uma questão de origem", explica Orlando Manesch em declaração ao Holofote Virtual.
O interesse dele recai sobre a profundidade, que dá como outro exemplo, o trabalho desenvolvido por Cláudia Andujar, que estará na segunda exposição. "Ela deu visibilidade à questão Yanomami com sua obra. Nenhum artista lutou por essa causa como ela, que é naturalizada brasileira. Compreende? Assim, a Coleção Amazoniana de Arte da UFPA pretende trabalhar com uma perspectiva de refletir sobre a região a partir de obras e documentos que se relacionem a elas", complementa.
O seminário previsto pelo projeto ainda não tem data definida, mas a exibição do
documentário “Invisíveis Prazeres Cotidianos”, de Jorane Castro, tem sessões aos
sábados, às 18h, já a partir do dia 6 de outubro, e a intervenção urbana de Éder Oliveira vai acontecer no
bairro da Marambaia, na Rua da Marinha, 250, nos dias 18 de dezembro deste ano
e 17 de fevereiro de 2013.
Gallus Sapiens parte 2 - Victor de La Rocque |
“Olhar para a
Amazônia sempre foi uma necessidade premente para mim. Da tentativa de entender
como sua história e particularidades são acionadas na produção artística e
geram obras que, ao partir do local, ativam questões que ultrapassam
regionalismos, nasceu esse projeto: uma coleção de arte produzida a partir da
experiência de estar na Amazônia”.
É o que nos explica Orlando Orlando, fotógrafo, cria da FotoAtiva, e realizador de
projetos visuais que utilizam a imagem em suas diversas possibilidades de
articulação. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Pará, Mestre
em Comunicação e Dr. em Semiótica pela PUC de São Paulo, ele explica que a
intenção da mostra não é meramente o colecionismo, como indutor de curiosidades.
“Esta coleção se distingue por não desejar agregar todos e
quaisquer procedimentos artísticos constituídos na Amazônia, mas aqueles em que
os artistas, provenientes ou não da região, se deixaram atingir pela força e
pela dimensão desse lugar, projetando suas vivências em forma de arte”, diz.
A mostra revela a arte como matéria do conhecimento e experimentos
dos artistas, “que alimentam pesquisas, ensino e se desdobram em projetos para
a sociedade, reiterando as práticas dos artistas que se atraíram e imergiram em
questões da Amazônia”, ressalta.
Mater Dolorosa II - 1978 - Roberto Evangelista |
Para ele, constituir essa coleção no Museu da UFPA reforça o compromisso de uma instituição cuja missão é a construção do saber.
“A Coleção Amazoniana de Arte não encontra um fim em si mesma, mas se delineia como um processo em fluxo contínuo e dinâmico, aspectos que irão somar-se na busca do aprofundamento da reflexão sobre a Amazônia por meio da arte e seus lugares de experiência”, finaliza Orlando.
As falas de Orlando Maneschy nesta postagem, com exceção da primeira declaração, fazem parte do texto de apresentação, escrito por ele e que pode ser lido na íntegra no site do projeto, onde também estão a programação completa e o perfil de cada um dos artistas que o compõem.
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