As inscrições para a edição deste ano estão abertas. O regulamento e a ficha de cadastro que deve ser preenchida estão disponíveis até o dia 30 de junho, no site www.ccaafest.com.br, onde estão outros detalhes.
Em 2013, o festival traz novidades, está mais enxuto em suas etapas e também mais exigente. Confira o texto abaixo seguido de um bate papo com Gláfira Lobo, que comanda a produção deste ano, ao lado de Max Morais, coordenador do evento.
Para se classificar agora, além de ter música boa e inédita para mostrar ao júri nas audições, será preciso necessário provar performance fora dos palcos, como uma atuação interessante nas redes sociais, por exemplo.
Antes todas as bandas inscritas iam para a fase de audição, gerando um grande volume de material.
Desta vez, apenas 45 passarão pelo crivo dos jurados. Por isso já no ato da inscrição, a banda deverá postar, além da música que irá concorrer ao festival, duas outras, que junto com o release da banda, serão avaliados pela comissão julgadora e contarão pontos para a classificação. A ideia é valorizar ainda a trajetória das concorrentes.
“Nas edições anteriores do CCAA FEST, nós tínhamos em mente que era de extrema importância gerar material para as bandas, principalmente as que estavam iniciando no meio artístico. Agora entendemos que mais importante do que a grande quantidade é a qualidade desse material.
Foi também para atender pedidos dos próprios participantes do festival, que cobravam essa qualidade. Imagina editar 111 áudios e vídeos. De fato o tempo era muito curto, então resolvemos mudar um pouco as regras”, explica Gláfira Lobo, cantora e produtora cultural que há algumas edições vem assumindo a direção de produção do festival.
O júri vai investigar como as bandas utilizam sua imagem nas redes sociais, como buscam a promoção de seu trabalho junto ao público. Por isso, reforça-se. Além da música concorrente, o histórico da banda será analisado. E isso com certeza vai trazer um resultado ainda maior e melhor para todos.
Em setembro de 2006, quando o recém inaugurado Memorial dos Povos foi palco da primeira edição, o pensamento do CCAA Fest era fomentar e incentivar a maior participação possível de bandas.
A maioria chegava ao festival com pouco preparo e muitas vezes não sabiam nem o que era um release.
A ideia era dar chance a todos. No entanto, era esta a ideia. Tentar, de alguma forma, trazer profissionalização aos grupos fornecendo material para sua própria divulgação. Eles podiam sair sem premiação, mas ao menos quem participava das audições levava um vídeo clipe e um pouco mais de responsabilidade pra casa.
A ideia era dar chance a todos. No entanto, era esta a ideia. Tentar, de alguma forma, trazer profissionalização aos grupos fornecendo material para sua própria divulgação. Eles podiam sair sem premiação, mas ao menos quem participava das audições levava um vídeo clipe e um pouco mais de responsabilidade pra casa.
“Lembro de uma vez, na hora da audição. Um garoto vira para mim e solta a seguinte pérola: ‘Tia, eu esqueci meu contra baixo’. Jesus me acode! Aff! Como é que uma pessoa, que se diz músico, sai para trabalhar e esquece seu instrumento de trabalho?
Minha vontade foi de desclassificar na hora a banda, mas a Josy Sidrim (também produtora do festival na época) deu uma colher de chá para eles e deixou emprestarem o baixo de uma banda que já tivesse tocado”, conta a produtora, agora já rindo desse passado.
As coisas mudaram, mas Glárfira continua cercada de razão. "Esse tipo de coisa é inadmissível. Para tanto, esse ano o crivo vai ser mais rigoroso este ano. Queremos investir em bandas que tenham primazia em seu trabalho, que de fato levem a sério a profissão de músicos e sua arte”, continua.
O CCAA Fest ganhou um espaço importante na cidade e no circuito da música independente. Vem batendo recordes. Grandes números foram alcançados desde seu inicio, quando em sua primeira edição se inscreveram 96 bandas, na ultima edição em 2012 este número chegou a 165 bandas.
Quem vem acompanhado as edições, pode dizer que o festival, mais do que um empreendimento, é uma ferramenta de valorização das bandas que dele participam.
Por isso, devem se submeter a todo um processo seletivo e passar por quatro fases. Primeiro, a de inscrição. Em seguida, vem a de classificação, que as levará à terceira fase, esta de audição, e da qual só participarão as 45 escolhidas pelo júri, e que devem confirmar a inscrição com o pagamento da taxa de R$ 30,00. A última é a grande final, para a qual só irão as 15 melhores na opinião dos jurados.
Outras novidades - A fase de audição terá um período de quatro dias e será realizada no Teatro Margarida Schivasappa, entre 28 e 31 de agosto.
Tudo será captado, áudio e vídeo, para gerar vídeos clips de cada um dos concorrentes, sendo esse material postado no site e na fanpage do CCAA FEST.
E é aí que tem mais novidade. Já a partir da postagem, as bandas já começam a concorrer aos prêmios do festival, como o Prêmio Fábrika Stúdio e o Melhor Solo de Guitarra. O vídeo mais curtido ganhará um ano de ensaio grátis.
Para definir o Prêmio de Melhor Solo de Guitarra será formada uma comissão julgadora só com guitarristas consagrados da cidade. O vencedor leva um pedal de guitarra para casa, ofertado pelo festival. E as 15 bandas que irão para a final do CCAA FEST 2013, que vai acontecer no dia 26 de outubro, no Margarida Schivasappa, de cara já ganham uma bolsa de estudos de 100% de desconto na mensalidade do curso de línguas do CCAA, por um ano.
Uma coisa não mudou. Os prêmios das finalistas continuam sendo aqueles cobiçados por todas as bandas, como Gravação e prensagem de 1.000 cópias do CD da banda vencedora, ofertada pelo selo NA MUSIC. O segundo lugar leva como "agrado", a gravação de um Vídeo Clip ofertado pelo Stúdio Pub e o terceiro lugar ganha três dias de gravação no estúdio Edgar Proença, da Rádio Cultura.
Para saber mais um pouquinho de como se constrói esse tipo de coisa, entrevistamos a Gláfira, produtora tão guerreira quanto o próprio festival, por isso mesmo mais uma aliada do projeto que a cada ano conquista ao menos um novo parceiro e que, por sua vez, se junta no negócio para não sair mais. Pelo menos é assim que tem acontecido. Vamos entender por que.
Holofote Virtual: Este ano, o festival deu uma enxugada em seu processo seletivo. Por que a mudança?
Gláfira Lobo: Antes todas as bandas que se inscreviam faziam a audição, agora somente 45 bandas serão selecionadas para fazer essa etapa. E com isso elas terão um material editado com mais tempo e (por que não dizer?) com mais dedicação. Agora além da música concorrente vamos analisar o histórico da banda, como ela utiliza a imagem da banda, as ferramentas das redes sociais para se promover e seu nível de relacionamento com o público.
Holofote Virtual: Na tua avaliação como tem sido a sua evolução?
Gláfira Lobo: Este festival passou de simples evento para se tornar um empreendimento do CCAA Belém. Hoje a administração da empresa vê o festival como parte das ações do grupo.
A produção também foi crescendo, e a exigência do Max Moraes (coordenador geral do projeto) é sempre para melhorar, sendo na logística, sendo no material humano, ele sempre prima pela qualidade.
Fazer produção é sempre um desafio, principalmente num festival desse tamanho, pois são muitos detalhes com o regulamento, quadro de etapas, equipe técnica etc. É muita gente envolvida e nada pode dar errado.
Holofote Virtual: Qual a principal evolução do festival?
Gláfira Lobo: A principal evolução tem sido com as bandas. Tenho visto bandas que cresceram junto com o festival, que tem o CCAA FEST como parte de seu portfólio. Sei de bandas que utilizam nosso material (vídeos da audição e da final) como material de trabalho delas.
Hoje elas são bem mais profissionais. No inicio muitas tinham dificuldade até para entender a linguagem técnica usada nas produções. Agora, 99% delas são profissionais e nos surpreendem dando ideias para a formatação do festival. Isso é muito bom.
Holofote Virtual: Outra coisa que se percebe são as parcerias, constantes e sólidas. Isso demonstra credibilidade. Este ano, além dos parceiros usuais, tem apoio novo, mas ainda estás em busca de outros?
Gláfira Lobo: Nosso trabalho tem sido muito bem reconhecido. Confirmamos os parceiros dos anos anteriores com Ná Music, FUNTELPA, Studio Pub e o Fábrika Studio e ainda agregamos mais um, o R & Dú Blues Estúdio 24H, que entrou para somar na premiação do segundo lugar.
Holofote Virtual: Como vocês fazem a captação dos recursos?
Gláfira Lobo: O festival conta com a Lei Tó Teixeira, mas o nosso gasto é muito maior que o incentivado. É só observar todo o processo, a quantidade de etapas, a qualidade do trabalho e principalmente o beneficio que este empreendimento trás para as bandas autorais. Por isso, apoio e parcerias são sempre bem vindas, principalmente se forem para premiação das bandas vencedoras.
Holofote Virtual: Do ponto de vista do empreendedorismo, quais os pontos mais importantes desta iniciativa?
Gláfira Lobo: O CCAA é uma marca absolutamente sedimentada em seu ramo e poderia gastar seu dinheiro com a publicidade e o mkt tradicional, mas eles têm em suas ações pensamentos de uma empresa cidadã e ao invés disso, eles investem na música autoral paraense. Essa postura só tem a engrandecer a cena local e a marca deles, mas quem ganha mesmo é o publico que passa a ter acesso democrático a um produto cultural genuíno e legítimo.
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