Das Saborosas Aventuras de Dom Quixote de La Mancha e seu Escudeiro Sancho Pança e Makunaíma na Terra de Pindorama fazem parte do projeto de circulação do Grupo Teatro que Roda. Além da capital paraense, a trupe ainda percorre as cidades de Porto Nacional, Palmas, Taquarussu, no Tocantins, e Imperatriz, no Maranhão, passando também por Brasília. Nesta sexta-feira, o grupo sai às 20h, da Praça do Carmo e circula a Cidade Velha. Amanhã, 21, participa de um bate papo com o grupo Pirão, às 17h, na Casa Dirigível, e depois vai ás ruas novamente, saindo às 10h, da frente do banco da Amazônia.
Atuar na rua é dialogar com as mais diversas demandas daqueles que habitam esse espaço público. É também interferir na ordem do funcionamento desse lugar, modificando seus fluxos, e ampliando suas possibilidades lúdicas.
A elaboração deste projeto surge da necessidade do grupo em levar seu “Teatro de Invasão” às ruas e avenidas de uma região ainda não visitada por este coletivo.
Ao eleger estas águas vamos de encontro à nossa história, pois a ocupação do território onde estamos assentados está intimamente ligada a este rio que nasce em nosso estado (Goiás), percorre Tocantins e Maranhão para desembocar no norte do Pará e assim ligar diferentes formações sócio espaciais, carregando contradições compartilhadas entre essas regiões e que consequentemente poderão ser vivenciadas pelo grupo.
Estas características estão presentes nos dois espetáculos. Em “Das Saborosas Aventuras...”, baseado na obra de Miguel de Cervantes, a possibilidade de realizar sonhos que parecem impossíveis e a relatividade da loucura aproxima-se da história de nosso povo que em grande soma é constituído por migrantes sonhadores e desbravadores de várias partes do Brasil. Já “Makunaíma na Terra de Pindorama”, baseado na obra de Mário de Andrade, o herói de nossa gente encarna a identidade nacional costurada pela diversidade brasileira.
A encenação de “MaKunaíma na Terra de Pindorama” é uma experimentação com esse jogo: pretende interferir nas frestas dos fluxos da rua, propondo que o espectador acompanhe os atores em uma espécie de brincadeira ao redor de tipos que pertencem às ruas, avenidas e praças do Brasil.
Democratizando a cultura
“Queremos que nossos personagens penetrem as calçadas, vias de trânsito, lojas, estimulando a que o cidadão comum que transita pelo centro da cidade sinta que pode jogar, pode romper com seu ritmo cotidiano, fazendo o espetáculo junto aos atores.” destaca André Carreira.
De acordo com ele é uma busca pelo carnaval mais simples, entre os amigos do bairro, do pequeno bloco de sujos, ou seja, é a cara de Belém, daí a ideia de sair da Praça do Carmo, onde ainda na época carnavalesca, resiste a festa sem glamour. "É este o nosso ponto de partida para apresentar a tribo dos Tapanhúmas, e o Herói do Mato Dentro. O carnaval na rua com sua singeleza e capacidade aguda de criticar, é o material que convida os espectadores” , diz.
“Colocamos o bloco na rua para dar vida a MaKunaíma, seus irmãos e suas cunhãs. O herói sem nenhum caráter transita pela rua contando os episódios principais de sua jornada pelas terras do Brasil. De repente vemos que esse herói se parece a tantos que estiveram na rua assistindo nossos ensaios, e certamente a muitos outros que estarão vendo nossas apresentações. Indefiníveis como brasileiros, mas reconhecíveis como brasileiros, especialmente como sujeitos que tratam de estar de pé e aptos a seguirem adiante”, finaliza.
Veja mais, aqui: http://g1.globo.com/videos/minas-gerais/triangulo-mineiro/mgtv-2edicao/t/triangulo-mineiro/v/setimo-festival-de-teatro-movimenta-juiz-de-fora/2795110/
Para acompanhar o bate papo com o Grupo Pirão: Casa Dirígivel, na Rua Gama Abreu - Praça Barão do Rio Branco - próx. a OAB. Ás 17h, sábado, 21.
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