O “Amazônia Audiovisual – Representatividades Contemporâneas”
pretende conhecer e analisar a produção de documentários gerada nos estados
amazônicos no período de 1997 a 2010. Aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado do Amazona - FAPEAM, o projeto é coordenado pelo Núcleo de
Antropologia Visual da UFAM –NAVI.
O “Amazônia Audiovisual –
Representatividades Contemporâneas” foi aprovado pela FAPEAM em 2012 e teve
inicio oficialmente em abril de 2013 e, em dois anos, pretende realizar o levantamento
e a análise das representações audiovisuais sobre a Amazônia, no período de
1997 a 2010, produzidas em filmes documentários realizados em seis estados da
região Norte (Amazonas, Pará, Amapá, Roraima, Acre e Rondônia).
Para a coordenadora do NAVI e do projeto, Profa. Dra. Selda Vale, a importância da pesquisa está “exatamente em tentar compreender como a Amazônia – uma das regiões mais documentadas no país e no mundo – se insere nesse ‘boom’ que vive o cinema brasileiro na produção do filme documental. Percebemos que somente agora, no século 21, é que documentários amazônicos ganharam uma dimensão nacional, participando de mostras e festivais. É este sinal que pretendemos mapear e analisar, tentando compreender que Amazônia vem se configurando neles.”
Em cada estado, foi estabelecida uma parceria com pesquisadores/produtores, que assumirão a representação do projeto em nível local e estabelecerão. E cada realizador de documentário poderá fazer a inscrição de seus filmes individualmente através do site www.amazoniaav.ufam.edu.br, buscando o formulário de inscrição e preenchendo-o. No Pará, a representante é a cineasta Jorane Castro.
Além do levantamento e mapeamento dessa produção, o projeto visa ainda compreender os tratamentos que ganharam os temas escolhidos, os contextos de produção, incluindo incentivos e patrocínios, as trajetórias dos realizadores, suas formações, as formas de distribuição e exibição.
Jorane Castro, representante do Pará |
Uma cartografia audiovisual - Além de uma cartografia dessa produção,
a pesquisa pretende realizar uma reflexão sobre as discursividades presentes
nas imagens e nos temas trabalhados.
Que Amazônia vem se configurando nos
documentários produzidos? De que forma essas informações e reflexões podem se
constituir em conhecimentos valiosos para a compreensão dos processos
históricos e culturais da região, neste momento de globalização? Interessa
saber as condições reais dessa produção e as políticas públicas de incentivo ao
audiovisual nos estados amazônicos.
O projeto tomou como ponto de partida a produção do
longa-metragem “O Cineasta da Selva”, do realizador amazonense Aurélio
Michiles, em 1997, e premiado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Sabendo que a Amazônia é uma das regiões mais documentadas
do mundo, mas dominada por olhares e regimes de visibilidade externos, o
projeto pretende aprofundar a análise das produções locais, visando, inclusive,
apontar caminhos para um maior incentivo público.
O registro dessa memória visual constitui um documento do patrimônio
cultural imaterial amazônico, que necessita ser conhecido e estudado, sobretudo
nos cursos de Humanidades. O bacharelado de Cinema e Audiovisual da Universidade
Federal do Pará, os departamentos de Comunicação Social de algumas
universidades, como a Federal de Roraima e do Amazonas, e o curso (ainda em
experimentação) de Tecnologia em Produção Audiovisual da Universidade do Estado
do Amazonas são pontes que vem ligando o conhecimento à produção audiovisual.
Informações na rede - O projeto integra uma rede de pesquisadores dos estados amazônicos, que funciona online, e levantará todas as parcerias possíveis para o mapeamento da produção documentária da região, incluindo aí produtoras independentes, coordenadores de festivais, mostras e cineclubes, críticos e historiadores de cinema. Todas as informações podem ser postadas diretamente pelos realizadores através da ficha eletrônica instalada no site www.amazoniaav.ufam.edu.br.
Além do levantamento da produção e sua análise, o projeto
inclui, ao final, a produção de um livro contendo todo o resultado da pesquisa
e a realização de um documentário em vídeo sobre as etapas vivenciadas pelos
pesquisadores. Esta não é a primeira iniciativa do NAVI na busca da integração e reflexão sobre a produção audiovisual amazônica. Desde 2006 o Núcleo promoveu cinco edições da Mostra Amazônica do Filme Etnográfico (de âmbito pan-amazônico), além de três mostras do ETNODOC e outros eventos que problematizam o audiovisual amazônico.
Serviço
Maiores contatos podem ser obtidos através do fone (92)
3305-4581, ou pelo e-mail navi@ufam.edu.br.
Nenhum comentário:
Postar um comentário