Fotos: Rogério Folha |
Depois da estreia da nova temporada, semana passada, no Teatro Cláudio Barradas, a Trupe Periféericos está em cartaz novamente neste sábado, 28 de março, e no próximo, 4 de abril, no auditório da Fibra. Inédito, o espetáculo é fruto de bolsa de experimentação e criação artística do extinto IAP, ganha pelo grupo em 2014.
Em cena, a poética da máscara, do teatro de rua e a sua relação com o cinema. “Rosa dos Ventos: Entre Miragens e Mirações” é uma mistura de cinema, teatro, entidades e máscaras, tudo numa mesma peça, levando ao público o universo dos seres feéricos. É uma fantástica experiência que representa nos palcos um fragmento do próprio sonhar. A peça multimídia une cinema, teatro, máscaras e entidades numa confluência poético-tecnológica.
Peça-cinema, durante o espetáculo é projetado um "filme fantástico" de vinte minutos. Em seguida, as máscaras saem do reino fantasmático das projeções e invadem a realidade. A partir da pesquisa com a bolsa de experimentação do IAP, surgiu um roteiro e o grupo decidiu criar uma narrativa.
“A estética pediu que visitássemos o início do cinema, quando ele ainda era mambembe, e se apresentava nas feiras de variedades, ao lado da mulher barbada, do atirador de facas. Revisitamos o velho mestre Melies, entramos em seu mundo feérico, buscamos esse primeiro cinema pra traduzir em linguagem cinematográfica esse mundo que só tínhamos trabalhado até então, em literatura e teatro de rua”, diz Mateus Moura, integrante do grupo.
Rosa dos Ventos: Entre Miragens e Mirações conta a história de uma trupe de teatro mambembe vagando de cidade em cidade apresentando sua arte. Seus atores, no entanto, não são pessoas comuns, mas criaturas nascidas da união entre mortais e seres feéricos. Carregando em seu sangue a descendência de faunos e ninfas, duendes e elementais, esses andarilhos errantes encenam um espetáculo insano, repleto de beleza, magia, sabedoria e enganos.
“O Perifeéricos é um universo mitológico de encantaria, iniciado pelo Rafael Couto e plasmado em máscaras, como na comédia Dell`Arte (Pierrot, Colombina), que no Periféericos é o Satyr, a Fleur, o Dermond (esse Vento), Odorin, Denotan, Era, Tempo, Rosa... são entidades, personas. E vão sendo criadas estórias em torno delas”, explica Mateus Moura.
"Rosa dos Ventos - entre miragens e mirações" foi uma dramaturgia criada ano passado e que conta a história do ritual de iniciação da Rosa, na trupe Perifeéricos, logo depois da saída do Dermond, que acabou de sair da trupe.
“Ele tinha cansado de ser um imortal e foi experimentar a mortalidade. Rosa assume a máscara dele e vira a Rosa dos Ventos. Essa peça-filme traz os fantasmas do relacionamento amoroso dessa Rosa com esse Vento que a libertou das amarras do mundo mortal em que ela estava presa. Ela entra assim nessa trupe encantadora, mas perigosa”, continua Mateus.
A trupe, agora sem o vento, seu ator principal, prepara Rosa, uma talentosa mortal, para assumir o papel que ele deixou para trás. Essa tarefa, porém, não será fácil, a moça terá que conquistar a confiança de todos, lidar com rivalidades internas e suportar as absurdas demandas exigidas por seres de um mundo cheio de mistérios perigosos e encantos duvidosos, onde se perde facilmente o limite entre sonho e realidade, liberdade e loucura.
Ficha Técnica
Direção Teatral: Mateus Moura e Rafael Couto
Direção de Video: Mateus Moura
Direção de Arte: Maurício Franco
Direção Musical: Jimmy Góes
Música: Jimmy Góes e João urubu
Arte do cartaz: Mael (https://www.facebook.com/aquimael?fref=ts)
Elenco
Rosa — Thainá Cardoso
Satyr — Rafael Couto
Odorin — Evelyn Loyola
Dermond — Ícaro Gaya
Era — Karimme Silva
Tempo — Jimmy Góes
Serviço
“Rosa dos Vento”, apresentações neste sábado, 28 de março, e no próximo, dia 4 de abril, na Faculdade FIBRA (Av. Gentil Bittencourt (1144) entre Av. Generalíssimo Deodoro e Trav. 14 de Março). A partir das 20h, ingresso R$ 10,00.
Nenhum comentário:
Postar um comentário