Foto: Elisa Mendes |
A história de 12 mulheres que lutaram e morreram na guerrilha do Araguaia, está em cena no espetáculo "Guerrilheiras ou Para a Terra não há Desaparecidos", nesta quinta, 22, e sexta, 23, no Teatro Waldemar Henrique, com patrocínio do programa Petrobras Distribuidora de Cultura. Nas duas sessões haverá audiodescrição para o público com deficiência visual.
Entre a ficção e o documentário, a peça é um poema cênico criado a partir da história destas mulheres, de sua luta e das memórias do que elas viveram e deixaram na região amazônica, nos estados do Pará e Tocantins, locais de forte resistência contra a violência e a ditadura e onde se deu a guerrilha do Araguaia na década de 1970.
O espetáculo surge da investigação da atriz e pesquisadora carioca Gabriela Carneiro da Cunha, tem direção de Georgette Fadel, pelo projeto Margens – sobre rios, boiúnas e vagalumes, que se constitui em trabalhos de artes integradas criados segundo o testemunho de rios brasileiros. A equipe de produção mergulhou no rio, nas historias e memórias de camponeses testemunhas daqueles tempos, e que guardam ainda dores de perdas, de procura por familiares desaparecidos, com olhares de espera.
Foto: Elisa Mendes |
Autora, diretora e atrizes conviveram ali por cerca de 15 dias em aprendizado, em trocas e escutas. Foram dias de imersão registrados pelas lentes do premiado cineasta Eryk Rocha, que assina as projeções audiovisuais feitas durante o espetáculo a dialogar com as personagens, dando o tom de dramaticidade exigido no texto denso, criando sobreposições que transfere o palco para a floresta, para o rio e para as memórias tragadas pelas águas.
A peça é dedicada a Dinalva, Dinaelza, Helenira, Maria Lucia, Áurea, Luiza, Lucia Maria, Telma, Maria Célia, Jana, Suely e Walkiria, retratos de resistência, e como elas, que vieram de diferentes cidades para o Araguaia, também as atrizes Carolina Virguez, Daniela Carmona, Fernanda Haucke, Luciana Fróes, Mafalda Pequenino, Sara Antunes e Gabriela Cunha, são de lugares diversos.
O elenco reúne artistas do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e da Colômbia, além da atriz paraense Vandileia Foro, convidada para a itinerância no estado, somando a sua a outras vozes que traduzem vidas interrompidas e ignoradas pela história.
Debate e oficina
Foto: Elisa Mendes |
No primeiro do espetáculo em Belém, haveá bate papo com o público, estimulando a troca de saberes entre artistas e público, além do próprio tema central, com outras mulheres que atuam prioritariamente no campo da arte e cultura: Wlad Lima, Angelina Anjos, Eneida Guimarães e Eliana Bogéa são as convidadas especiais.
A partir de hoje (21) até dia 23, as atrizes Gabriela Carneiro da Cunha e Mafalda Pequenino realizam oficina para atores e atrizes locais no Casarão do Boneco, com o objetivo de compartilhar as experiências cênicas experimentadas na montagem do espetáculo, trabalhando performances da morte como estado de hiperpresença, utilizando técnicas de consciência corporal, dança afro, a energia agregada ao movimento, o enraizamento ativo dos pés no solo, na consciência do centro da coluna vertebral, sentimentos, corpo e ação e a relação com o espaço.
Serviço
Peça Guerrilheiras ou Para a Terra Não Há Desaparecidos
Teatro Waldemar Henrique
Dias 22 e 23 de agosto de 2019, às 20h
Indicação 14 anos
Ingressos: R$ 20 (inteira) na bilheteria ou pelo Sympla: http://bit.ly/2MumKZE
Oficina para atrizes e atores
Dias 21, 22 e 23 de agosto de 2019
9h às 14h
Casarão do Boneco
Gratuito/vagas limitadas
Informações e inscrições: http://bit.ly/2KKDKJ9
(Com informações da assessoria de imprensa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário