10.5.23

Dona Socorro Jardim lança Samba Afro-Amazônico

Dona Socorro Jardim
Fotos: Carlos Canhão Brito Jr.
Álbum de estreia de Dona Socorro Jardim, 77, o trabalho traz 8 músicas assinadas por grandes compositores: Ronaldo Silva e Renato Rosas, Adamor do Bandolim, Nego Dito e Magela, Almino Henrique, Dudu Neves e Allan Carvalho, Edinaldo Delgado (Bilão), Almirzinho Gabriel, Noca da Portela e Marco André. O lançamento digital é nesta quinta, 11, em todas as plataformas de música. A obra promete encantar os amantes e poetas do samba de raiz. 

Nascida em uma família de músicos no Maranhão, ela veio morar em Belém do Pará, onde se envolveu com as rodas de Samba e acabou influenciando seu filho, o músico percussionista Márcio Jardim, fundador do Trio Manari, que criança já via a movimentação das rodas de samba da mãe.  

“Desde pequena, eu sempre gostei de cantar, mas no samba mesmo, foi depois que cheguei aqui em Belém, que comecei a me entrosar. As pessoas me pediam canjas e fui cantando nas rodas. Depois, meu filho é quem me levava quando ia tocar nos lugares”, explica Dona Socorro.

A partir daí ela era frequentemente convidada para cantar, tornando-se muito conhecida no bairro da Pedreira, bairro do “Samba e do Amor”, onde mora há mais de 50 anos. Nos anos 1980 chegou a cantar no Clube do Samba e no Bilão. Chegou a abrir um bar, em sua própria casa, chamado “Morro do Pagode” e aí, a veia de cantora aflorou mais ainda.

“Com a casa de samba, a coisa foi se firmando, porque o pessoal vinha na minha casa pra me ver cantar. E quando eu chegava em outro pagode ou roda de samba, o pessoal sempre perguntava ‘a senhora não vai cantar?’, e assim fui me tornando conhecida no bairro e hoje estou aqui, né”, comenta a cantora.     

Mãe e avó de músicos, foram eles quem a incentivaram a gravar o “Samba Afro-Amazônico”. Márcio Jardim faz a direção musical do disco e toca com a mãe, acompanhada também pelos netos dela, William Jardim, na guitarra, e Wesley Jardim, no baixo. 

“Eu nem sonhava em realizar esse trabalho. Sempre gostei de cantar, mas nunca sonhei em gravar, na minha cabeça sempre foi algo mais para brincar e de repente aconteceu. Eu fico grata por isso, né? Só tenho a agradecer aquele lá de cima, o maior é quem faz acontecer tudo. Eu espero que vocês (público) gostem do trabalho, das músicas também, e que com a ajuda de todos, esse trabalho possa continuar”, conclui Dona Socorro Jardim. 

Cuidados com a curadoria do repertório

Márcio Jardim, director musical, explica que este é um disco de samba, onde a percussão está presente, assim como o sopro e o coro, mas tudo passou por um trabalho criterioso, começando pela curadoria das músicas. “As músicas precisavam ter a cara dela, precisaram ser adequadas para a voz dela. Foram muitas possibilidades até chegarmos a esse recorte de repertorio”, diz o músico, que também pontua outro desafio.

“Outro grande desafio foi arranjar samba afro numa rítmica mais lenta. Os arranjos são do Willian Jardim, que escreveu as melodias e harmonias, com colaboração do Manassés  Malcher. E no estúdio fui ajustando as coisas, lapidando tudo com a direção musical. Estamos felizes com o resultado”, complementa.

A produção musical é de Carlos Canhão Brito Jr, com gravação, mixagem e masterização, por Ziza Padilha, via Zarabatana Studio. “Quando conheci o Márcio (Jardim), o Morro do Pagode, casa de Samba de Dona Socorro, estava na ativa. A vi cantando lá algumas vezes, um astral incrível, sempre casa cheia, e agora depois de tantos anos poder produzir o 1º trabalho dela... é uma maravilha. Em breve queremos levar o Samba Afro Amazônico de Dona Socorro Jardim aos palcos”, diz o produtor Carlos Canhão Brito Jr.

As músicas contam também com backing vocal de Suzane Cavalcante e Simone Portela, a participação especial de Gileno Foinquinos, na Guitarra, na faixa Chora, composição de Marco André e Noca da Portela. Dona Socorro diz que gostou de todas as músicas, mas cita em especial algumas, além da satisfação de ter trabalhado com esta equipe. 

“Eu ensaiei com toda essa turma e fiquei muito feliz, porque eu não esperava o que aconteceu. Eu gostei de todas as músicas, mas tem umas que me tocam muito, como ‘O levante e o Amor – Hino Antifascista’(Almino Henrique); ‘Jardim Pandeiro’(Ronaldo Silva e Renato Rosas) e ‘Sabe Deus como Dói’ (Adamor do Bandolim, Nego Dito e Magela)”, diz a cantora.

O projeto teve financiamento por Emenda Parlamentar Individual, do então deputado federal Edmilson Rodrigues, e apoio da UFPA, por meio da FADESP e FAMUS - Faculdade de Música. A produção é da produtora Holofote Virtual – Comunicação Arte Mídia.

Serviço

Lançamento de Samba Afro Amazônico, de Dona Socorro Jardim. Dia 11 de maio, em todas as plataformas de música. Apoio por Emenda Parlamentar Individual (Dep. Federal Edmilson Rodrigues). Apoio: UFPA, por meio da Famus-UFPA e Fadesp. Produção: Holofote Virtual – Comunicação Arte Mídia.

Ficha Técnica

Intérprete: Dona Socorro Jardim

Direção Musical: Márcio Jardim

Produção Musical: Carlos “Canhão” Brito Jr.

Produção Executiva: Luciana Medeiros e Lorena Rodrigues

Produção e Comunicação: Holofote Virtual – Comunicação Arte Mídia.

Músicos e convidados

Arranjos: William Jardim e Márcio Jardim

Backing Vocal: Suzane Cavalcante e Simone Portela

Percussão: Márcio Jardim, Rodrigo Santos e Mauricio da Silva.

Cuíca: Diego Batera

Violão e Guitarra: William Jardim

Contrabaixo:  Wesley Jardim

Cavaco:  Diego Xavier

Guitarra (Faixa Chora): Gileno Foiquinos

Clarinete:  Thiago Amaral

Saxofone:  Vinícius Ribeiro

Trombone:  Manassés Malcher

Estúdio

Gravação/ Mixagem/ Masterização:

Ziza Padilha - Gravado no Zarabatana Stúdio

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