2.5.13

Estande do Escritor Paraense é intenso e atuante

A produção lietrária paraense na feira (Foto: Cládio Santo)
Um dos estandes mais movimentados, este ano, na XVII Feira Pan Amazônica do Livro, é o dos escritores paraenses. Lançamentos, sessão de autógrafos, todos os dias há novidades e é possível encontrar por ali, entre outros, Juraci Siqueira, Cláudio Cardoso, João Castro e Heliana Barriga, escritores que estão todos os dias participando das programações. 

Para este sábado, 04, eles articulam uma grande ação em comemoração ao Dia do Cordel, com declamações, palestra e oficinas, que acontecerão pela manhã e tarde. Mas para marcar presença forte este ano na Pan Amazônica, a comissão de escritores paraenses se preparou com quatro meses de antecedência. 

“Estamos passando por um período de reformulação. Houve um tempo difícil, mas agora estamos resgatando e nos articulando pra novos projetos. Este espaço, cedido pela Secult, como acontece todos os anos, é muito importante para podermos praticar e difundir nossa literatura. É uma forma que o governo tem de contribuir com a produção literária do Pará, não se pode negar isso”, diz Cláudio Cardoso, coordenador do estande do Escritor Paraense. 

Para trazer um número maior e diversificado desta produção, ele percorreu vários municípios paraenses, a fim de convidar e conhecer novos escritores. Para o ano que vem, Cláudio diz que já pretende iniciar um trabalho de divulgação para que os interessados se aproximem e os procurem a fim de participar da 18ª edição do evento em 2014. 

“Temos página no facebook, é só procurar estande dos escritores paraenses e temos nosso e-mail: escritoresparaenses@hotmail.com. Além disso, agora temos um escritório pra receber este material, é um espaço cedido por uma associação que nos cedeu uma sala, bem ao lado do Parque da Residência, pra ficar bem conectado à Secult, e vai funcionar o ano inteiro”, avisa o escritor. 

Cláudio diz que este ano há a intenção de inaugurar a Casa do Escritor Paraense, uma espécie de livraria, com espaço realização de saraus, oficinas, lançamento de livros, noites literárias, encontros com escritores, entre outras coisas. 

“Estamos recebendo muita gente nova, há uma renovação de escritores que se unem aos de outras gerações. Percebemos que a cada ano há mais gente lançando livros, inclusive crianças. Além disso, o estande não é fechado, a prioridade é para o escritor paraense, mas também recebemos livros de outros lugares. Estou recebendo agora mesmo um de Portugal, de um escritor que pesquisa o Cordel e estamos recebemos propostas de Brasília, Goiás, Rio de Janeiro, enfim, estamos abertos”, diz Cláudio.

III Encontro de Cordel vai agitar o sábado  

O encontro, que vai acontecer o dia todo deste sábado, 04 de maio, na sala Pará, e nas salas 03 e 05, do Hangar, recebe em Belém o convidado Gustavo Luz, do Rio Grande do Norte, da cidade de Mossoró, onde dirige a editora Queima Bucho, que oferece grande número de títulos em poesias de estilos contemporâneos e clássicos, mas que se tornou a principal referencia da literatura brasileira de cordel. “É um grande prazer estar aqui. Fiquei muito feliz e surpreso em encontrar tantos poetas, amantes do Cordel aqui em Belém”, comenta o editor. 

Realizado desde 2011, nesta edição, promete ser um dos melhores. “No primeiro ano tivemos poucas participações, em 2012 já foi bem melhor, tivemos 150 participantes, e para este ano estamos com ótima expectativa, contando com a presença do Gustavo e de outros cordelistas”, explica o coordenador do estande, Cláudio Cardoso. 

Pela manhã, das 10h30 às 12h30, o professor e poeta João de Jesus Paes Loureiro e o Doutorando Hiran de Moura Possas abordam o tema“Pelas bordas das culturas: Acordes dos cordéis das Amazonas”, que terá como debatedores Claudio Cardoso, Juraci Siqueira e João de Castro.

“Paralelamente, faremos uma programação no estande em homenagem ao Dia do Cordel. Durante o dia todo vamos pendurar os poemas em um cordão de fio, como é feito tradicionalmente com a poesia de cordel, vindo daí sua denominação, e esperamos a visita de cordelistas para muitas declamações em público. A ideia é para mobilizar a todos aqui para participarem também das três oficinas que acontecerão pela parte da tarde”, diz Cláudio.

O que é – A literatura de cordel é também conhecida no Brasil como folheto, um gênero literário bem popular, e escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos, ela remonta ao século XVI, quando o renascimento popularizou a impressão de relatos orais. No Brasil, onde encontrou terreno fértil, em pleno nordeste, ela se mantém forte e ativa, ganhando a cada dia novos adeptos. 

É uma espécie de cultura completa. Como o hip hop, o Cordel tem poesia, música e artes visuais, dança e é fonte de inspiração de grandes escritores como Adriano Suassuna, Graciliano Ramos e muitos outros. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, usadas principalmente nas capas do livretos. 

Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores. Para reunir os expoentes deste gênero literário típico do Brasil, foi fundada em 1988 a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, que tem sede no Rio de Janeiro. Já viu que o sábado promete, né. 

Programação do Encontro de Cordel
04/05 – Sábado 

PALESTRA 
Sala Pará - 10h30 às 12h30 
Tema: “Pelas bordas das culturas: Acordes dos cordéis das Amazonas” 
Palestrantes: Prof. Poeta – João de Jesus Paes Loureiro 
Doutorando: Hiran de Moura Possas 
Debatedores: Claudio Cardoso, Juraci Siqueira, João de Castro 

OFICINAS 
14h às 16h
Fazendo cordel pela educação 
Ministrante: Apolo da Caratateua 
Local: Sala 03 

16h às 18h
Oficina: O Cordel na Literatura 
Ministrante: Nando Poeta 
Local: Sala 03 

15h às 18h
Oficina: Literatura de Cordel, recurso didático na sala de aula 
Ministrante: Geraldo Magella 
Local: Sala 05

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