17.5.13

Música na Estrada leva shows para Mosqueiro

Cinco municípios já foram vencidos, sob sol, lua e muita chuva, a carreta palco agora chega a sua derradeira missão, levar a Mosqueiro mais uma grande apresentação. Além de Arthur Espíndola, tem Moleque Society, Casa de Folha e Metaleiras da Amazônia.

As bandas Strobo, Projeto Charmoso e Gang do Eletro (convidada), já estiveram em Pirabas, Primavera e Bragança, nos dias 1, 2 e 3 de maio, e logo em seguida, Arthur Espíndola e banda Madame Saatan, em Curuçá e Marapanim, nos últimos dias 10 e 11. 

Além das bandas selecionadas através de edital, em cada cidade, o Música na Estrada proporcionou a participação de bandas locais, como o Grupo de Carimbó Pirabolando, as banda Zona 8, Paralelo Onze, Codex e os grupos Canarinhos de Curuçá e Os Originais de Marapanim. 

Neste sábado, 18, tem mais. O projeto se despede da terceira edição, com mais três grandes shows, na Praça da Matriz, a partir das 19h, na ilha de Mosqueiro. Vai ter show de Arthur Espíndola, que leva o samba sampleado na bagagem, e mais duas atrações convidadas, o Grupo Casa de Folha, e o “Metaleiras da Amazônia”, que reúne além da grande banda, os músicos Manezinho do Sax, Pipira do Trombone e Pantoja do Pará. Vai ser uma grande festa, que contará ainda, com a participação do grupo Moleque Society, de Mosqueiro. 

Samba e experimentalismo - Arthur Espíndola já é ídolo na cena da música paraense. Traz um samba com sotaque amazônico e prepara-se para lança o primeiro CD “Tá falado!”, álbum independente que reúne canções compostas por ele em parceria com amigos de longa data, como Dudu Neves e também com participação da Velha Guarda da Mangueira. 

O Grupo Casa de Folha tem apenas dois anos de criação, mas já traz características marcantes, como suas percussões, a rabeca bragantina e o letreiro popular que vagueiam pelas canções do grupo. Juntar versos, compor “cantações” e ressaltar traços deste universo virou missão. Atualmente, o “Casa de Folha” segue agarrado a cultura popular, suas histórias e sotaques no cotidiano de seus chegados e aconchegados. 

Os integrantes, oriundos de vários espaços de arte educação de Belém, trazem consigo o dia a dia com as produções dos espaços culturais de Belém, e mediante a premiação no edital MicroProjetos Amazônia Legal do Minc/Funarte foi possível foi possível a aquisição de seus instrumentos e dar pé aos trabalhos sonhados. Em Mosqueiro eles vão mostrar o show “Abre a porta”, que traz canções novas, canções rearranjadas e o bom e velho bem estar de estar em “casa”. 

Metais da Amazônia - O Metaleiras é sucesso garantido, Vão fechar a noite em Mosqueiro, com ritmos como a lambada, carimbó, síria, lundu, entre outros, mas como acontece a toda boa música brasileira, estes ritmos são reinventados pelos três mestres compositores de sopros amazônicos, obtendo um resultado único. 

Não é para menos: com a técnica dos que tocam desde a infância (em média, desde os 10 anos) e fizeram disso profissão, e, ainda conservando o frescor de autodidatas, a musicalidade do trio é nostálgica, e atual: cheia de referências locais que remetem aos povos ribeirinhos e a vida no interior, mas ao mesmo tempo, com uma atualidade eletrizante. 

A produção – Para Márcio Macedo é mais uma missão cumprida e toda a experiência obtida nesta terceira edição só terá a acrescentar para as próximas. Levar um projeto pela estrada de um Pará, Estado de dimensões continentais, não é tão fácil assim.

“Vou lembrar principalmente que a chuva tem nos acompanhado em todas as cidades. Em Bragança inclusive como a carreta ficou ao lado da igreja de São Benedito, que é uma ladeira, rolou um riacho impressionante por volta das sete da noite. Mas o lado bom é que quem vai, vai por que está com vontade mesmo. São plateias participativas e numerosas”, diz. 

Outro ponto gratificante, segundo ele, é a satisfação dos artistas que celebram levar seus trabalhos ao interior do estado, o que muitas vezes é mais difícil do que sair do Pará. Encerrar mais um projeto, obtendo como resultado também o interesse do público das cidades por onde passou, porém, é o mais importante. 

Por isso, o produtor destaca a importância da Lei de Incentivo, que é a principal ferramenta e o primeiro passo para se ir em busca do patrocínio. Em cada apresentação, o produtor destaca a lei Semear do Governo e da FCPTN, deixando claro que é mais que o dever do projeto acontecer de forma séria em cada cidade. 

“Estamos trabalhando com verba pública e levando muito a sério o compromisso de entregar ao público programações ricas, som de qualidade, luz de qualidade, espaços acessíveis, eventos bem difundidos em rádios locais, carro-som, cartazes, redes sociais, etc”, continua. 

A ideia é dar continuidade a quarta, quinta, sexta e muito mais edições do projeto sempre trazendo inovações. Este ano, a circulação, que teve bate papo com produtores e artistas, nas cidades visitadas, foi registrada em audiovisual para se tornar em um pequeno documentário, que poderá será mostrado em outras oportunidade ao público.

“A arte deve ser usada como ferramenta de transformação social. E não basta apenas shows ou oficinas que muitas vezes são superficiais. É preciso pensar a longo prazo. É preciso criar políticas de inclusão social duradouras através da arte. E do esporte também. A educação ensina a ler, a cultura ensina a enxergar”, finaliza Márcio Macedo. 

Serviço  
3º Música na Estrada. Última etapa, neste sábado, 18, na Praça da Matriz de Mosqueiro, a partir das 19h. Shows com os grupos: Moleque Society, Casa de Folha, Artur Espíndola e Metaleiras do Pará. Mais informação: www.musicanaestrada.co.br. Realização da MM Produções, apoiado pela Lei de Incentivo a cultura do Governo do Estado - SEMEAR e Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, com patrocínio da VIVO.

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