A imortal Eneida de Moares no palco do Cuíra |
Há quase dois meses, o projeto “Pauta Mínima” vem abrindo as
portas do Teatro Cuíra para os espetáculos produzidos em Belém. Quatro dos sete
selecionados através de edital, já foram apresentados. “Amor Palhaço”, dos
Palhaços Trovadores, “Encantados S.A”, do GTU, “Parésqui”, da Cia Usina
Contemporânea de Teatro, e “O Pequeno Grande Aviador e o Planeta do Invisível”.
Esta semana, de 29 de novembro a 02 de dezembro, a estreia é de Eu Me confesso
Eneida, do Grupo Ecológico Artístico EcoArte.
Eu me confesso Eneida já foi visto por aproximadamente
quatro mil pessoas. Estreou em 2011, no Teatro Waldemar Henrique por duas
temporadas de quinta à domingo. Já esteve em cartaz no Teatro Margarida Schivasappa
por duas vezes, no Projeto 24 horas de Teatro, realizado pela Faces, no aniversário
da Biblioteca Artur Viana e fez parte da programação da Feira Pan-Amazônica.
Foi mostrado também no Instituto de Arte do Pará, no Teatro Cláudio Barradas e
no Sesc Boulevard.
Além de Belém, a peça foi levada também a Tucuruí. Com texto
de Carlos Correia Santos e direção de Edson Chagas, o espetáculo também faz
parte das comemorações dos 25 anos do EcoArte - Grupo Ecológico Artístico
EcoArte.
“Eu Me Confesso Eneida” traz um embate lírico, intenso e
provocativo. Em cena, três atrizes vivem Eneida de Moraes. Cercando-as figuras
misteriosas que não são claramente reveladas ao público. Inquisidoras?
Personagens que simbolizam a milícia que tanto perseguiu a ativista política?
Representações arquetípicas da memória (símbolo do resgate de acontecimentos densos,
penosos, intensos e atemporais) e da lembrança (simbologia de fatos esparsos e
muitas vezes doces ligados a uma trajetória)? Eneida é torturada por essas
figuras femininas.
Texto de Carlos Correia Santos e direção de Edson Chagas |
É forçada a reviver sua vida, ora de maneira amena, ora de
maneira dolorosa. Assim, ela se confessa ser o que é. Ela confessa ter orgulho
de seu nome, de tudo o que viveu. Ela reconta suas experiências como escritora,
política e carnavalesca.
Um espaço dominado pelo elemento água. Água uterina,
água da chuva, água dos guajarás, água das lágrimas, água dos suores de prazer,
água dos banhos de cheiros.
As três personagens manipulam essas águas todas. As suas
misteriosas figuras oprimem, estimulam, enlouquecem, abençoam a escritora e
ativista que se transformou num dos maiores nomes das letras nacionais. Mas a
pergunta persiste: Quem são essas outras? Seriam projeções da alma da própria
Eneida? Seriam todas elas faces da mesma mulher? O que importa é que se ouve
uma voz que grita: “EU ME CONFESSO ENEIDA” .
No elenco estão os atores Elizangela Vasconcelos; Marta
Ferreira; Rosa Marina. A direção é de Edson Chagas e Leandro Haick, com
dramaturgia de Carlos Correia Santos. A cenografia, figurino e adereços, por
Chagas Franco, a sonoplasta é de Venildo Cohen, a iluminação de Marckson de Moraes
e a contarregragem de Paulo Magno.
Pro Ensaio geral é a próxima estreia - 06 a 09 - dezembro |
Próximas atrações - Ainda serão apresentados mais dois
espetáculos dentro desta primeira edição do Pauta Mínima. “Pro Ensaio Geral”,
do BAI – Bando de Atores Independentes, ficará em cartaz de 06 a 09 de dezembro
e encerrando o ciclo, um espetáculo inédito: Ritos, de Michele Campos.
Para Zê Charone, que coordena o projeto, os resultados têm
sido positivos. “Temos tido um ótimo público, embora sempre queiramos mais. Ter
casa lotada garante em parte uma de nossas metas que é a formação de plateia
para o teatro produzido por atores, técnicos e diretores de teatro do Pará.
Tirar as pessoas de casa para ver o que produzimos aqui e ao mesmo tempo
incentivar que os grupos produzam mais, contando com mais este espaço de apresentação
em Belém. A ideia é lançar no ano que vem a segunda edição do edital”, diz ela.
Para Edson Chagas, da Ecoarte, participar do Pauta Mínima é
um grande prazer. “Só tenho a agradecer em nome de toda a equipe que faz o Eu
me Confesso Eneida, por esta oportunidade de circularmos com o espetáculo,
visto que estamos comemorando 25 anos de trajetória artística”, finaliza.
História - O Grupo Ecológico Artístico EcoArte, foi fundado
em 14 de Julho de 1987, na 29º Reunião Anual da SBPC em Brasília, com o intuito
de trazer à tona debates acerca do meio ambiente pelo viés das artes cênicas,
nesta ocasião o fundador do grupo o prof. Marconi Magalhães, reuniu alunos para
abordar este universo ambientalista, resultando assim no “I ECOARTE, uma forma
de Educação Ambiental”, composto de onze atos debatendo sobre o equilíbrio
ambiental.
"Ritos" é inédito em Belém. Fecha o Pauta Mínima 2012 |
No ano seguinte o Prof. Marconi Magalhães viajou para Quebec
a fim de concluir seu doutorado em educação ambiental, passando assim a
coordenação do grupo para o ator Edson Chagas.
Desde então o grupo tem
realizado diversos espetáculos em todo o Estado, bem como em outras cidades
brasileiras. Dentre suas produções artísticas estão: Maria Marginalizada;
Wajangá, o contador de histórias; Foi Macumba Zé; A Incrível História do Sapo
Tarô Beque; O Avarento do Nordeste.
Serviço
Projeto Pauta Mínima apresenta “Eu me confesso Eneida”. De
29.11 a 02.12, no Teatro Cuíra - 20h – R. Riachuelo com 1º de março (próx.
Praça da República). De 06 a 09 de dezembro, entra em cartaz "Pro Ensaio Geral". E de 13 a 16 tem "Ritos". Ingressos a R$20,00 (com meia a R$ 10,00). Patrocínio da
Fundação Nacional de Artes (FUNARTE), Ministério da Cultura (MinC) e Governo
Federal.
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