26.11.12

Eu me Confesso Eneida estreia no Pauta Mínima


A imortal Eneida de Moares no palco do Cuíra
Há quase dois meses, o projeto “Pauta Mínima” vem abrindo as portas do Teatro Cuíra para os espetáculos produzidos em Belém. Quatro dos sete selecionados através de edital, já foram apresentados. “Amor Palhaço”, dos Palhaços Trovadores, “Encantados S.A”, do GTU, “Parésqui”, da Cia Usina Contemporânea de Teatro, e “O Pequeno Grande Aviador e o Planeta do Invisível”. Esta semana, de 29 de novembro a 02 de dezembro, a estreia é de Eu Me confesso Eneida, do Grupo Ecológico Artístico EcoArte.

Eu me confesso Eneida já foi visto por aproximadamente quatro mil pessoas. Estreou em 2011, no Teatro Waldemar Henrique por duas temporadas de quinta à domingo. Já esteve em cartaz no Teatro Margarida Schivasappa por duas vezes, no Projeto 24 horas de Teatro, realizado pela Faces, no aniversário da Biblioteca Artur Viana e fez parte da programação da Feira Pan-Amazônica. Foi mostrado também no Instituto de Arte do Pará, no Teatro Cláudio Barradas e no Sesc Boulevard. 

Além de Belém, a peça foi levada também a Tucuruí. Com texto de Carlos Correia Santos e direção de Edson Chagas, o espetáculo também faz parte das comemorações dos 25 anos do EcoArte - Grupo Ecológico Artístico EcoArte.

“Eu Me Confesso Eneida” traz um embate lírico, intenso e provocativo. Em cena, três atrizes vivem Eneida de Moraes. Cercando-as figuras misteriosas que não são claramente reveladas ao público. Inquisidoras? Personagens que simbolizam a milícia que tanto perseguiu a ativista política? Representações arquetípicas da memória (símbolo do resgate de acontecimentos densos, penosos, intensos e atemporais) e da lembrança (simbologia de fatos esparsos e muitas vezes doces ligados a uma trajetória)? Eneida é torturada por essas figuras femininas.

Texto de Carlos Correia Santos e direção de Edson Chagas
É forçada a reviver sua vida, ora de maneira amena, ora de maneira dolorosa. Assim, ela se confessa ser o que é. Ela confessa ter orgulho de seu nome, de tudo o que viveu. Ela reconta suas experiências como escritora, política e carnavalesca. 

Um espaço dominado pelo elemento água. Água uterina, água da chuva, água dos guajarás, água das lágrimas, água dos suores de prazer, água dos banhos de cheiros. 

As três personagens manipulam essas águas todas. As suas misteriosas figuras oprimem, estimulam, enlouquecem, abençoam a escritora e ativista que se transformou num dos maiores nomes das letras nacionais. Mas a pergunta persiste: Quem são essas outras? Seriam projeções da alma da própria Eneida? Seriam todas elas faces da mesma mulher? O que importa é que se ouve uma voz que grita: “EU ME CONFESSO ENEIDA” .

No elenco estão os atores Elizangela Vasconcelos; Marta Ferreira; Rosa Marina. A direção é de Edson Chagas e Leandro Haick, com dramaturgia de Carlos Correia Santos. A cenografia, figurino e adereços, por Chagas Franco, a sonoplasta é de Venildo Cohen, a iluminação de Marckson de Moraes e a contarregragem de Paulo Magno.

Pro Ensaio geral é a próxima estreia - 06 a 09 - dezembro
Próximas atrações - Ainda serão apresentados mais dois espetáculos dentro desta primeira edição do Pauta Mínima. “Pro Ensaio Geral”, do BAI – Bando de Atores Independentes, ficará em cartaz de 06 a 09 de dezembro e encerrando o ciclo, um espetáculo inédito: Ritos, de Michele Campos. 

Para Zê Charone, que coordena o projeto, os resultados têm sido positivos. “Temos tido um ótimo público, embora sempre queiramos mais. Ter casa lotada garante em parte uma de nossas metas que é a formação de plateia para o teatro produzido por atores, técnicos e diretores de teatro do Pará. Tirar as pessoas de casa para ver o que produzimos aqui e ao mesmo tempo incentivar que os grupos produzam mais, contando com mais este espaço de apresentação em Belém. A ideia é lançar no ano que vem a segunda edição do edital”, diz ela.

Para Edson Chagas, da Ecoarte, participar do Pauta Mínima é um grande prazer. “Só tenho a agradecer em nome de toda a equipe que faz o Eu me Confesso Eneida, por esta oportunidade de circularmos com o espetáculo, visto que estamos comemorando 25 anos de trajetória artística”, finaliza.

História - O Grupo Ecológico Artístico EcoArte, foi fundado em 14 de Julho de 1987, na 29º Reunião Anual da SBPC em Brasília, com o intuito de trazer à tona debates acerca do meio ambiente pelo viés das artes cênicas, nesta ocasião o fundador do grupo o prof. Marconi Magalhães, reuniu alunos para abordar este universo ambientalista, resultando assim no “I ECOARTE, uma forma de Educação Ambiental”, composto de onze atos debatendo sobre o equilíbrio ambiental. 

"Ritos" é inédito em Belém. Fecha o Pauta Mínima 2012
No ano seguinte o Prof. Marconi Magalhães viajou para Quebec a fim de concluir seu doutorado em educação ambiental, passando assim a coordenação do grupo para o ator Edson Chagas. 

Desde então o grupo tem realizado diversos espetáculos em todo o Estado, bem como em outras cidades brasileiras. Dentre suas produções artísticas estão: Maria Marginalizada; Wajangá, o contador de histórias; Foi Macumba Zé; A Incrível História do Sapo Tarô Beque; O Avarento do Nordeste.


Serviço
Projeto Pauta Mínima apresenta “Eu me confesso Eneida”. De 29.11 a 02.12, no Teatro Cuíra - 20h – R. Riachuelo com 1º de março (próx. Praça da República). De 06 a 09 de dezembro, entra em cartaz "Pro Ensaio Geral". E de 13 a 16 tem "Ritos". Ingressos a R$20,00 (com meia a R$ 10,00). Patrocínio da Fundação Nacional de Artes (FUNARTE), Ministério da Cultura (MinC) e Governo Federal.


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