13.11.12

Cinema brasileiro com espaço no sudeste do Pará

Fora do grande eixo, o Curta Carajá - Festival de Cinema de Parauapebas é hoje, o maior festival de cinema brasileiro, realizado no Pará. Além de curtas, médias, longas e documentários estão na programação. 

Este ano, mais de 200 filmes foram inscritos e até dia 17 de novembro, 32 finalistas disputam prêmios na mostra competitiva, que segundo Ivan Oliveira, produtor executivo do Festival, reflete o panorama e a diversidade da produção brasileira de curta metragem. 

Desde que, entre 2009 e 2010, o Festival de Belém do Cinema Brasileiro e a Mostra Curta Pará Cine Brasil deixaram de ter suas edições de continuidade, por falta de patrocínio, o maior evento de cinema brasileiro, hoje, no Pará, vem sendo realizado a quilômetros da capital Belém, em Parauapebas, município localizado na região sudeste do estado, no grande Vale dos Carajás, com cerca de 200 mil habitantes. 

A ideia de realizar um festival de grande dimensão, fora do eixo de produção, inclusive fora da capital paraense, surgiu em 2009, quando tem início, no município, um ciclo de fomento, incentivo, difusão e valorização da produção audiovisual, com foco no curta metragem, com objetivo de criar um festival de cinema e mostras suas pequenas estórias/histórias na grande tela e dessa forma dar visibilidade às produções

A 4ª edição Curta Carajás – Festival de Cinema de Parauapebas consolida o evento como um grande festival de cinema brasileiro, uma janela de exibição e difusão que vai além do curtametragem, mas que traz todas as possibilidades que o cinema pode proporcionar, sempre com uma identidade amazônica, humana e simples. 

Ribeirinhos do Asfalto, de Jorane Castro, na Revista Bravo!
Parabéns à equipe do festival, mas o desejo de todos que fazem cinema no Pará, é de que, além da continuidade do Curta Carajás, o festival e a mostra já citados no início deste texto, também sejam retomados e que o Amazônia Doc, que este ano quase não consegue ser realizado, tenha menos dificuldades na sua próxima edição. 

A ideia é que o audiovisual seja fomentado em todo o estado. E sabemos que a produção paraense é competente e tem ecoado por todo o país em mostras e festivais nacionais e até internacionais, como é o caso de Ribeirinhos do Asfalto, no 4º Festival do Cinema Brasileiro de Londres, e de “Juliana contra o Jambeiro do Diabo pelo Coração de João Batista”, em Cannes. “Matinta”, “Mãos de Outubro”, sem falar em diversos documentários que estão em fase de finalização e devem ser lançados a partir do final deste ano. Há muito mais em produção e sendo realizado. 

O que se precisa mais do que nunca, é que o poder público e privado, além de receber produções que vêm de fora e que utilizam a mão de obra local, também incentivem os produtores, realizadores e cineastas da casa. É preciso incentivo aqui, como a implantação de uma política continuada de editais e outros tipos de patrocínio, vindos dos governos estadual e municipal, além de parcerias com o empresariado local, que ainda carece de sensibilização. 

Curta Carajás - O cinema brasileiro está representado no sudeste do Pará, onde acontece, até dia 17 de novembro, o 4º Curta Carajás. 

A abertura da mostra competitiva do Curta Carajás foi ontem, dia 12, e contou também com o início da oficina de Direção Cinematográfica, com Victor Lopes. Mas a programação, na verdade, iniciou na semana passada, quando de 05 a 09 novembro, foi realizada a oficina de “Video e Cinema Digital - do zero ao curta”, com Mago Effects. 

No dia 10 houve a Pré-Jornada Paraense de Cineclubes, com realização da PARACINE – Federação Paracine de Cineclubes que, no dia 11, também já aconteceu o seminário “Cinema e Educação”, com realização do CNC – Conselho Nacional de Cineclubes. 

Na Mostra Competitiva, os melhores filmes de curta-metragem nacionais estão disputando os prêmios de melhor curta-metragem, melhor direção, melhor roteiro e melhor curta-metragem eleito pelo voto popular. 

A Mostra Competitiva Nacional de Curtas inicia sempre às 19h e a Mostra Labirinto, às 21h30, trazendo documentários. Entre os destaques, hoje, será exibido o documentário “Paralelo 10”, de Silvio Da-Rin, que no dia 13 de dezembro estará em Belém lançando o DVD do filme, com programação marcada às 19h, no Centro Cultural Sesc Boulevard.

“Vale dos Esquecidos”, de Maria Raduan, também será mostrado na Labirinto, nesta quarta—feira, 14, e no dia 15, tem o “Ervas e Saberes da Floresta”, de Zienhe Castro, que acabou não sendo exibido em Belém, dentro do Amazônia Doc, no mês de setembro, por causa de problemas técnicos e estruturais enfrentados pelo evento. 

Na sexta-feira, 16, acontece a Mostra Jorane Castro, com a presença da diretora para bate-papo com público após a sessão. O último curta dela, "Ribieirnhos  do Asfalto" está na mostra e em Belém vai ganhar lançamento oficial na semana que vem, em uma sessão especial na ilha do Combu, onde também foi filmado, como parte da programação do Arte Pará, que este ano também homanegia a cineasta.

Na programação de encerramento, no sábado, 17, terá lançamento do projeto Rede Carajás de Cultura e Arte, roda de conversa com produtores e agentes culturais de Parauapebas e convidados, além da exibição do documentário “VALE 70 anos”, divulgação e exibição dos curtas vencedores da Mostra Competitiva, e show de encerramento. 

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