15.9.16

Luiz Braga passeia pela memória de seus registros

Ao lado do também fotógrafo e historiador Michel Pinho, o fotógrafo vai percorrer ruas da Cidade Velha, revisitando a história e a memória de seus registros. A ação é aberta ao público e integra a mostra “Retumbante Natureza Humanizada”, em cartaz no MEP, em Belém. Neste domingo, 18, às 9h30, com saída da Casa das 11 Janelas. 

O bairro onde a capital paraense foi fundada foi um dos primeiros sítios de produção fotográfica de Luiz Braga. São imagens que revelam a força do trabalho e o gestual do homem, o corpo marcado pelo pesado labor. À época, em 1986, quando participou do projeto Fundo de Vela, ele conta que usou sua formação em arquitetura para “desenhar um estúdio ambulante para luz natural” e lamenta que hoje em dia não possa fazer o mesmo. 

Luiz Braga (Foto de Elaine Bayma)
“A imagem do rapaz que faz parte do tríptico na sala azul foi feita na ladeira do Castelo em 1985. Eu gostava muito de andar pela aquela área da feira do Açaí, ladeira do Castelo, Porto do Sal. Os personagens do trabalho da feira e da estiva eram personagens constantes do meu trabalho e estão na mostra.

Ficou muito difícil realizar isso de novo. A foto do Ver-o-Peso refletido no vidro de uma daqueles caminhões que ficam estacionados em volta da feira do Açai acabou sendo metáfora do caos urbano que vivemos hoje”, diz.

Outra obra importante do período, “Descansando sobre sacos”, foi feita no Porto do Sal e integrou a exposição “À Margem do Olhar”, em 1987. O ensaio foi premiado em 1988 pela Funarte com o Prêmio Marc Ferrez. “A fotografia tem o gestual caboclo que tanto admiro”, completa Luiz Braga. 

Michel Pinho será o guia da história 

Michel Pinho será o condutor da programação, que vai iniciar com uma fala sobre a Casa das 11 Janelas e após, o grupo parte para a exposição no espaço. Em seguida, ele vai falar sobre religiosidade, o Círio e a divisão entre o bairro da Cidade Velha e a Campina, com posterior parada na Pedra do Peixe. O grupo seguirá para o MEP, para a exposição de Luiz, mas também terá uma pequena aula sobre o prédio histórico, a Cabanagem e suas gentes, seus índios, caboclos, ribeirinhos.

Para Michel, a fotografia é um elo importante para entendermos as formas de viver. “Há um diálogo entre o ontem e hoje, uma conversa daquele que vê com o que foi visto. A obra do Luiz revela mais que os sacos de papel que os meninos vendiam no Ver-o-Peso nos anos 1970, a obra dele é uma forma de mergulhar na nossa cor, nos nossos gestos, nos detalhes mais íntimos dos parques de diversão, casas, mercearias, praias. A obra do Luiz é uma janela para o passado”, diz.

Programação

Setembro 
18/09 - Visita guiada pela Cidade Velha, com Michel Pinho
Outubro - Museu do Estado do Pará
13/10 - Palestra do prof. Dr. Ernani Chaves, 19h30, sobre Retrato.
20/10 - Leitura Poética de João de Jesus Paes Loureiro e música de Salomão Habib, às 19h30, na Capela do MEP. (35 pessoas)
23/10 - Leitura de Portfólio, com Luiz Braga e Paula Sampaio – Programação do Circular Campina - Cidade Velha
27/10 - Palestra de Alexandre Sequeira, 19h30, no MEP
Novembro
11/11 - Lançamento do catálogo e palestra com Luiz Braga e Rosely Nakagawa, no MEP

Serviço
Visita guiada pela Cidade Velha com Luiz Braga e Michel Pinho ocorre neste domingo (18), a partir das 9h30. O ponto de encontro é em frente a Casa das 11 Janelas. A participação é gratuita e não necessita inscrição. Exposição “Retumbante Natureza Humanizada”, de Luiz Braga. Até 17 de novembro de 2016, no MEP - Praça D. Pedro II, s/n. - Cidade Velha. Visitação: de terça a sexta-feira, das 10h às 16h, sábados e domingos, das 9h às 13h. Ingresso: R$ 4, com entrada gratuita às terças-feiras. Informações: 4009-9831.

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