10.9.20

Amostraí traz cia de dança chilena e três histórias

Neste próximo sábado, 12 de setembro, às 17h, a nova edição do Amostraí traz apresentação de Nanan Falcão, em transmissão, ao vivo, pelo Facebook do Casarão do Boneco. A programação abre com a companhia de dança chilena Hilo Rojo e segue com mais três contações de histórias, com Lucas Alberto, Cleber Cajun e Eliz Maia. 

É o quinto online desde que a pandemia se instalou na cidade. Apenas o mês de abril passou em branco, cumprindo o período de transição do físico para o virtual, quando os membros do coletivo juntaram as ideias e a disposição para emoldurar o evento nas telas de celulares, tablets e notebooks. 

“A pandemia, a princípio, nos deixou a todos paralisados, meio sem saber o que fazer. Nos desestabilizou. Paramos por completo as atividades, e aos poucos fomos buscando alternativas para manter a Casa e as pessoas que dependem dela para sobreviver. Ainda estamos tateando nesse processo”, diz a atriz e professora da ETDUFPa, Adriana Cruz.

Os efeitos da interrupção dos eventos culturais para a classe artística foram enormes, especialmente para os “casarônicos”, como são carinhosamente chamadas as pessoas que, de uma forma ou de outra, trabalham na Casa. E não é uma tarefa simples.  Ela conta que o Casarão está aberto para os seus “habitantes” e que alguns trabalhos estão sendo realizados internamente, ainda de forma muito restrita. “Nos reunimos de quinze em quinze dias virtualmente para definir regras, que mudam constantemente, uma espécie de protocolo, para manter a segurança sanitária, bem como preservar a vida das pessoas e, ao mesmo tempo, a Casa viva.”  

O Amostraí, perto de completar cinco anos, nasceu para ajudar na manutenção do Casarão do Boneco, edificação centenária situada na confluência dos bairros da Cidade Velha e de Batista Campos. Como nos eventos presenciais, a plateia colabora com o valor que puder e quiser. Para tanto, basta fazer depósito ou transferência para uma das contas listadas ao fim desta matéria.  As doações serão utilizadas para o pagamento das despesas corriqueiras do espaço, como luz, água e telefone. Parte da arrecadação será disponibilizada para os artistas participantes. Como em sua versão física, o Amostraí mantém a concepção original e promove uma programação para todas as idades. 

Cia chilena traz adaptação do 1o espetáculo

Neste sábado, começa com dança e chega à contação de histórias, uma de suas marcas registradas.  Cia chilena de dança abre evento A abertura do evento, neste sábado, vem de longe, com a companhia de dança chilena Hilo Rojo. 

Criada em 2017 e liderada pela coreógrafa Maria José Franco Campos, fez sua primeira turnê internacional em 2020 e foi alcançada pela pandemia em Belém do Pará, o que provocou alguns problemas logísticos até que a equipe conseguisse voltar para casa. Nesse interregno temporal, ficaram todas hospedadas no Casarão do Boneco, gerando entre os coletivos um vínculo sentimental e histórico. 

A Companhia vai apresentar uma adaptação de seu primeiro trabalho cênico, o espetáculo “Viudas del Mar”, que, através da dança moderna e contemporânea, procura expressar a paisagem emocional desencadeada por uma perda. A obra é inspirada nos ritos fúnebres das mulheres de pescadores chilenos desaparecidos no mar, e como elas vivenciam o luto. 

Trabalhando de forma transversal sobre o patrimônio imaterial chileno, a Hilo Rojo costuma resgatar aspectos da memória popular do país, valorizando o olhar feminino sobre a História nacional. Ou seja, além da arte propriamente dita, há ainda a difusão de conhecimento de uma outra cultura, algo mais do que necessário nos dias atuais, quando os caminhos propostos pelos donos do poder parecem indicar a segregação e o obscurantismo.

Os interpretes são Gloria Barrera, Camila Guerrero, Paola Cortes, Julieta Mazzoni, Antonio Perez, com figurino de Carol Contreras, música original de Daniel Aspillaga Borquez e direção de Maria José Franco Campos. 

Para ouvir e ver as histórias!  

Na sequência, a Cia Sorteio de Contos apresenta a narrativa “Exu instaura o conflito entre Iemanjá, Oxum e Oiá”. Baseada em um conto retirado do livro “Mitologia do Orixás”, de Reginaldo Prandi, o ator Lucas Alberto se desdobra entre panos e outros instrumentos para contar a história de como Exu dividiu dez búzios entre Oiá, Iemanjá e Oxum após a venda de um bode no mercado. Ou será que ele não dividiu? Vamos descobrir! 

A segunda contação do dia traz Cleber Cajun com “Casa Caravana”, história livremente inspirada no livro “Sementes de Cabanas Encantadas” de Philippe Lechermeier.  Uma espécie de andarilho das estrelas percorre muitas casas amealhando conhecimentos sobre a vida, o universo e as pessoas. Nessa jornada-ciranda, o nômade descobre o seu verdadeiro propósito: acordar os sonhos. Misturando vida pessoal e literatura, memórias reais e inventadas, fadas, curupiras, fantasmas e cores, o ator nos desvela a certeza de que sonhar é imprescindível.  

Para fechar o Amostraí de setembro, a pedagoga, psicopedagoga e contadora de histórias, Eliz Maia, nos brinda com o relato do livro “Mirradinho”, de Conceil Corrêa da Silva e Ney Ribeiro. Uma pequena árvore no alto do morro não tem ideia de onde vem, nem sabe a qual família pertence, sendo constantemente rejeitada e discriminada pelas árvores maiores e centenárias. Certo dia, a Mãe Natureza faz uma surpreendente revelação que irá transformar a arvorezinha e ensinar a importância da busca pela identidade e do respeito ao próximo.  

Para participar da manutenção do Casarão do Boneco
colabore com quanto puder. 
Contas:

  • Leonel Rodrigues Ferreira: Banco do Brasil | Ag. 2946-7 | C/C: 716.222-7 | CPF: 395.501.252-20 
  • Virginia Abasto | Nu Bank | Ab. 0001 | C/C 63587988-6 | CPF 536.329.232-7 

Serviço
Amostraí Virtual. Neste sábado, 12 de setembro, a partir das 17h, com transmissão ao vivo pelo Facebook do Casarão do Boneco. Informações pelo celular: (91) 9 9175.3114.

(Holofote Virtual com informações do Casarão do Boneco)

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