Penélope Lima também é a dramaturga do espetáculo, que se inspirou nos relatos de outras mães no período de lockdown para contar a história da personagem. "Eu também sou mãe e vi no relato de outras mães a possibilidade de construir uma narrativa que fizesse jus ao que nós passamos neste período, especialmente a quem deu à luz neste período ou se viu nos cuidados de crianças pequenas sem ter como sair de casa e sentiu medo com tanta coisa acontecendo", conta.
Na dramaturgia, Ana é uma mãe de primeira viagem que se vê sozinha em casa e com a necessidade de cuidar de uma filha ainda bebê, realidade comum em muitos lares Brasil afora. Na solidão da maternidade aliada ao isolamento social, ela se vê em desespero diante da falta de certezas em relação ao vírus, o luto decorrente da perda de pessoas queridas, a reviravolta na rotina e no cotidiano e situações de instabilidade financeira.
"Quis explorar, além da maternidade, o contexto de luto e dor ocasionados pela pandemia, que atingiram tanta gente de tantas maneiras diferentes", explica Penélope. Em confronto com suas sombras e medos mais profundos, a peça estabelece uma teia entre ilusão e realidade que se desenrola aos olhares do público, expondo insights de cansaço, medo, angústia, tristeza e raiva.
A peça, encenada no casarão que abriga o Centro Cultural Atores em Cena, leva o público a caminhar pelo isolamento social da personagem, mostrando a casa que foi o único cenário e abrigo durante os momentos mais críticos da pandemia. A direção e encenação ficam por conta do veterano Paulo Santana, com produção de Tânia Santana, em parceria com o Grupo de Teatro Palha. A visualidade é assinada por Nelson Borges e iluminação por Malu Rabelo.
Meu nome é Ana é um convite ao público a sentar e acompanhar uma das tantas histórias dos horrores vividos durante este período, ressignificando artisticamente um período recente, doloroso e importante da história.
Serviço
Espetáculo Meu Nome é Ana | Dias 16, 17, 18 e 19 de setembro, às 20 horas, no Espaço Cultural Atores em Cena - Av. Nª Sra. de Nazaré, 435. Lotação máxima de 20 pessoas por sessão. Entrada franca
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