8.8.15

Teatro da cena paraibana lota plateias na abertura

Festival ganha público paraense
Fotos: Diana Figueroa
Com presença de um público interessado, participativo e ávido em trocar com outras culturas, o Festival do Teatro Brasileiro desabrochou ontem no Pará trazendo espetáculo de grupos paraibanos e promessas de bons frutos. A abertura contou com apresentações em Belém e Marabá. 

A estreia na capital paraense teve, além de toda a equipe de produção local, e coordenação do festival, a presença do Secretário de Cultura do Estado da Paraíba, Lau Siqueira, com quem o blog bateu um papo e adianta aqui um pouquinho do muito que se falou sobre esta iniciativa, políticas culturais e o desejo de viver em um país em que a gente se (re)conheça mais.

Em Belém, o anfiteatro do Núcleo de Oficinas Curro Velho, recebeu cerca de 200 pessoas, à beira do rio Guamá, para ver “Flor de Macambira”, que ainda estará em cartaz em Marabá, neste domingo (09), e voltará a Belém para o último dia do Festival do Teatro Brasileiro (15.08), no Forte do Presépio (19h). 

No Teatro Margarida Shcivasappa, “Como Nasce um Cabra da Peste” foi visto e aplaudido por mais de 460 pessoas. Quem ficou de fora terá nova oportunidade de ver o espetáculo hoje (08), em Belém às 20h. 

Em Marabá, o Centro Cultural Cine Marrocos superou a lotação (200 lugares) e conseguiu abrigar mais 56 pessoas. Outras tantas tiveram que voltar pra casa sem poder assistir, mas Esparrela entra em cartaz aqui em Belém hoje (08, às 21h) e amanhã (09, às 20h), no Teatro Waldemar Henrique.


Público na cena, ao final de "Flor de Macambira"
Noite mágica. Este foi o comentário das pessoas ai saírem da apresentação de “Flor de Macambira”, feita ao ar livre, uma encenação ameaçada pela previsão para a tarde de sexta, mas cujo aguaçal passageiro não caiu à luz do dia, deixando para chegar já nos momentos finais da iluminada apresentação do Coletivo Ser Tão Teatro, que arrebatou o público, com domínio da cena, precisão do texto e entrosamento absoluto entre atores e músicos que, ao vivo, além da trilha, faziam a sonoplastia da trama, tendo na direção musical, Beto Lemos e Zé Guilherme. 

Simples, com cenografia (Carlos Alberto Nunes), figurinos (Daniele Geammal) e máscaras (Bruno Dante), Flor de Macambira não foge à essência da obra “O Coronel de Macambira”, de Joaquim Cardozo. Na interpretação de Isadora Feitosa (Catirina) e Winston Aquiles (Mateus), além de Cida Costa (Feiticeira), têm o privilégio de um só personagem, enquanto Gladson Galego, Thardelly Lima e Maisa Costa se desdobram em vários papéis, o texto praticamente traz as pesoas pra dentro da cena. 

A coreografia (Juliana Manhães) e a luz (Gladson Galego) complementam super bem o conjunto, que tem ótimo apoio na direção musical de Beto Lemos e Zé Guilherme. Utilizando a comicidade e elementos da cultura popular, linkados a outros elementos do cotidiano contemporâneo e da cultura pop, o grupo contagiou o público que formou ma roda, junto aos atores, fechando a primeira noite do espetáculo, em Belém.

A cultura popular pediu e teve passagem

Sérgio Bacelar e Edilson Alves: bate papo após encenação
No primeiro dia de apresentações foi mesmo de muita emoção, não só pela lotação das casas, mas principalmente por se perceber a presença maciça da classe artística. “Gostei demais”, disse Marton Maués, dos Palhaços Trovadores.

A recíproca se mostrou verdadeira, já que alguns dos atores em cena, integrantes da Agitada Gang – Trupe de Atores e Palhaços da Paraíba, disseram já conhecer trabalhos de grupos paraenses como o grupo Palha e o Experiência, tendo assistidos a seus espetáculos há décadas atrás. Yeyé Porto, uma das atrozes de Ver de Ver o Peso, do Grupo Experiência, estava lá.

“Como Nasce Um Cabra da peste” é um espetáculo que mesmo ao transportar para o palco essas situações numa abordagem cômica, o faz de maneira comovente, humana e respeitosa para com o homem do interior e sua cultura. Através da encenação do ritual do nascimento de mais uma criança no árido e hostil mundo da pobreza nordestina, pelas mãos de uma parteira – misto de santa e médica, temida e respeitada – autor e atores resgatam da tradição oral e do esquecimento o misticismo, a religiosidade sincrética, a luta pela sobrevivência e a doçura do homem do sertão.

A peça já percorreu mais de 60% dos estados brasileiros e ainda dois países - Portugal e  África e - com excelentes  criticas e plateias. São mais de 42 prêmios conquistados em Festivais e Mostras Nacionais de Teatro.  Em cena, o casal interpretado por Edílson Alves (Joaquim) e Madalena Aciolly (das Dores) é submetido a provas heróicas e absurdas, sob o domínio da parteira Gerusa (Dadá Venceslau). Dadá Venceslau no palco se transforma, ainda, em moleque e vizinha invejosa.

Secretário da Paraíba incentiva o festival

Elenco de "... Cabra da Peste", com Lau Siqueira (centro)
A abertura do Festival do Teatro Brasileiro também contou com a presença do secretário de cultura da Paraíba Lau Siqueira. Poeta e escritor, nascido no Rio Grande do Sul, morando há 30 anos na Paraíba, ele acredita na arte na cultura como os grandes fatores de transformação social no país. 

“Este é uma iniciativa em prol do teatro brasileiro e o Pará é seu palco principal neste momento, pois este festival traz pra cá, não só a cena paraibana, ma uma perspectiva de política publica. Porque que quando você percebe que se discute uma política de circulação para as artes, a Alcrim (produotra responsável pelo projeto) já faz isso há 17 anos, com muita dificuldade de apoio, mas com muita solidez na construção de seus processos", disse.

"É preciso abrir as portas para um projeto como este, porque se não abrir, ele faz e ele entra”, complementava ele, ontem à noite, enquanto Cabra da peste matava o público de rir dentro do Margarida Schivasappa. E como titular da secretaria de cultura da Paraíba, que dá apoio ao festival e tem interesse de fazer circular a produção artística de seu estado, ele também ressaltou a importância do patrocínio que faz com que este projeto se mova não só ao Pará, mas também aos estados do Ceará, Alagoas e Espírito Santo.

No Teatro Margarida Schivasappa
“Essas iniciativas têm uma importância enorme para este momento no Brasil e é preciso entender que a Petrobras não é de governo nenhum, não é da corrupção, ela é do povo brasileiro.

No momento em que se discute a violência, por exemplo, não existe canal mais seguro para combatê-la senão por meio da cultura a arte, porque a arte te coloca diante de ti mesmo, ela te revela o que você é, então eu acho que este tipo de instrumento precisa ser mais explorado no Brasil”, afirmou. 

“As gestões públicas precisam entender que o seu papel não é ser produtora, porque uma produção dura no máximo quatro ou oito anos, e eu acho que a função de uma gestão cultural pública é de ser indutora, porque assim as políticas implementadas irão sobreviver, independe de quem estiver no poder”, disse.

“Este festival é uma experiência muito boa e, sobretudo, serve para nossa reflexão. Saio hoje daqui maravilhado com o que eu vi. O povo brasileiro precisa se conhecer mais. Eu ando muito por aí e já percebi que a nossa paisagem mais bonita é o povo, por isso o festival é instrumento que constrói, pois forma uma teia no teatro brasileiro, ainda invisível para a maioria, nesta imensidão que é o nosso país”, finalizou.

Festival segue até o enceramento musical

"Mercedes", do Galharufas
O Festival do Teatro Brasileiro iniciou em Belém, na segunda-feira, 4 de agosto, com o Ciclo de Dramaturgos, cuja primeira etapa, com Aluizio Guimarães, encerrou neste sábado, 8. Ontem (7), além das apresentações, teve inicio também, a Residência Artística com o grupo Galharufas.

A residência irá até dia 14, mas antes disso, no Sarau da Lata Absoluta!, já mostrará alguns resultados, no Casarão do Boneco, onde também haverá venda de comes e bebes. A programação está inserida no Salve Salve Casarão do Boneco, cuja campanha de patrocínio pelo site Catarse vai encerrar. Vale dar uma olhada para colaborar (https://www.catarse.me/pt/salvecasaraodoboneco

Também está prevista na programação do festival a oficina de elaboração de projetos para editais, com Sergio Bacelar, idealizador desta iniciativa, e com participação de Alena Aló, Gerente de Patrocínio da BR Distribuidora.

Na semana que vem ainda tem mais espetáculo e ciclo de dramaturgos. O espetáculo é “Mercedes”, do Galharufas e quem ministra o ciclo de dramaturgos, é Paulo Vieira, também do grupo. Todas as apresentações do Festival do Teatro Brasileiro serão gratuitas

A produção executiva do FTB é da Alecrim Produções Artísticas, com produção local dos Produtores Criativos. A realização desse evento, em todas as suas etapas brasileiras (PA, CE, AL e ES) tem patrocínio da Petrobras, com realização do Ministério da Cultura e Governo Federal. Em Belém, a correalização é da Fumbel e Prefeitura Municipal.

A itinerância conta ainda com apoio da Escola de Teatro e Dança da UFPa – ETDUFPA, Hotel Princesa Louçã, Sol Informática, Secretaria de Estado da Cultura/Governo do Estado da Paraíba, Secretaria de Educação de Marabá, Secretaria de Cultura de Marabá Prefeitura de Marabá, Fundação Cultural do Pará, Organização Pará 2000, Secretaria Executiva de Cultura do Estado Do Pará, Governo do Estado Do Pará.

PROGRAMAÇÃO

Belém

Como nasce um Cabra da Peste
Dias: 8/ago (Sab)
Horário: 20h - Apresentação Gratuita
Local: Teatro Margarida Schivasappa
Endereço: Av. Gentil Bitencourt, 650 - Batista Campos (CENTUR). Os ingressos serão distribuídos no dia da apresentação, na bilheteria do teatro à partir das 17h. Máximo de 02 ingressos por pessoa.
Lotação: 527 lugares

Esparrela
Dias: 08 e 09/ago (Sab e dom)
Horário: 21h (Sab) e 20h (Dom)  - Apresentação Gratuita
Local: Teatro Experimental Waldemar Henrique - TEWH

Endereço:
 Av. Pres. Vargas, 645 - Campina, Belém/PA. Os ingressos serão distribuídos no dia da apresentação, na bilheteria do teatro, 2 horas antes de início do espetáculo.  Máximo de 02 ingressos por pessoa. Lotação: 220 lugares.

Silêncio Total
Dias: 9/ago (dom)
Horário: 19h - Apresentação Gratuita
Local: Pátio Externo do Armazém 3 - Estação das Docas  - Av.  Blvd. Castilhos França, S/n - Campina. Estimativa: 400 lugares.

Mercedes
13 e 14/ago (5ª e 6ª)
Horário: 20h
Apresentação Gratuita - Local: Teatro Experimental Waldemar Henrique - TEWH

Endereço:
 Av. Pres. Vargas, 645 - Campina, Belém/PA. Os ingressos serão distribuídos no dia da apresentação, na bilheteria do teatro, 2 horas antes de início do espetáculo.  Máximo de 02 ingressos por pessoa. Lotação: 220 lugares

Flor de Macambira
15/ago (Sab)
Horário: 19h - Apresentação Gratuita
Local: Forte do Presépio
Endereço:
 R. Siqueira Mendes, s/n - Cidade Velha, Belém - PA,
Telefone: (91)4009-8828 Horário de atendimento:de terça á sábado, das 10h às 12h e de 14h às 18h
Estimativa: 200 lugares

Sarau Lata Absoluta!
Atividade da Residência Artística com o grupo Grupo Galharufas - Haverá venda de comes e bebes. Programação inserida na Campanha Salve Salve Casarão do Boneco, sendo o encerramento da campanha de patrocínio coletivo no site Catarse.
Dia: 11/ago (3ª feira)
Horário: das 19h às 22h - Atividade Gratuita. No Casarão do Boneco - Av. 16 de novembro, 815, Batista Campos, Belém/PA. Telefone 91 3241.8981 - Horário de atendimento: de 3ª a sábado, das 15h às 18h. Número de vagas: 100.

Oficina de Elaboração de Projetos para editais
Sergio Bacelar e Alena Aló - participação da Gerente de Patrocínio da BR Distribuidora.
Dia: 15/ago (Sábado)
Horário: das 9h às 13h - Atividade Gratuita. No auditório da Casa das Artes - Praça Justo Chermont (antigo Largo de Nazaré), n° 236.  Telefone (91) 3202-4391 -  Horário de atendimento: 8h às 18h.
Número de vagas: 100.

Encerramento - Shows - 15 de agosto
Edilson Moreno (Convidado Local) - 21h
Chico César e Banda -  22h - Apresentação Gratuita. No Portal da Amazônia -  R. Engenheiro Fernando Guilhon, s/n – Orla, Cidade Velha, Belém - PA,
Estimativa: 3000 lugares

Marabá 

Silêncio Total
Dias: 08/08, sab
Horário: 20h - Apresentação Gratuita
Local: Praça São Félix de Valois

Endereço: Rua 5 de Abril - em frente a Biblioteca Municipal antigo mercado, Marabá Pioneira
Telefone 94 98146-8127 - Horário de atendimento: de (segunda a sexta), das 9h às 12h e das 15h às 18h.

 Estimativa: 2.000 lugares.

Flor de Macambira
Dias: 09/08, dom
Horário: 20h - Apresentação Gratuita
Local: Praça São Félix de Valois
- Rua 5 de Abril - em frente a Biblioteca Municipal antigo mercado - Marabá Pioneira. Telefone 94 98146-8127 - Horário de atendimento: de (segunda a sexta), das 9h às 12h e das 15h às 18h. Estimativa: 2.000 lugares.

Flor de Macambira
Dias: 10/08, 2a
Horário: 20h - Apresentação Gratuita
Local: Praça São Francisco - Endereço: Av. Nagib Mutran – Cidade Nova. Telefone 94 98146-8127 - Horário de atendimento: de (segunda a sexta), das 9h às 12h e das 15h às 18h.

 Estimativa: 500 lugares

Flor de Macambira
Dias: 12/08 (manhã) e 13/08 (tarde)
Horário: 9h e às 15h (respectivamente) - Apresentação para alunos da rede pública de ensino
Local: 
Escola Estadual de Ensino Médio Gaspar Vianna - Folha 16 Quadra Especial, Nova Marabá. Telefone: 94 – 99108-2936 email: escolagasparvianna@hotmail.com ou gracinhadonato@yahoo.com.br Estimativa: 400 lugares.

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