27.8.24

Samba de Cacete patrimônio cultural do Pará

Doc "Samba de Cacete , Alvorada Quilombola"
Foto/Still
A Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) aprovou, nesta terça-feira (27), por unanimidade, o Projeto de Lei n° 825/2023, que reconhece o Samba de Cacete como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Pará. 

Manifestação cultural ainda preservada em comunidades quilombolas do baixo rio Tocantins, abrangendo os municípios de Abaetetuba, Igarapé-Miri, Limoeiro do Ajuru, Cametá, Mocajuba, Baião e Oeiras do Pará, o Samba A proposta, de autoria do deputado Bordalo (PT-PA), reconhece a cultura afro-brasileira e sua história de resistência cultural na Amazônia.

A expressão “Samba de Cacete” refere-se aos pequenos bastões de madeira utilizados pelos tocadores de tambores para marcar o ritmo e o contratempo, compondo uma celebração que une música, canto e dança com elementos dos batuques afro-brasileiros. A dança, muitas vezes improvisada, acompanha as variações de velocidade das melodias, que vão de um ritmo lento a uma aceleração progressiva. 

O projeto de Lei de autoria do Deputado Carlos Bordalo, que reconhece o Samba de Cacete como uma história de resistência e ancestralidade negra na Amazônia. Após o reconhecimento da Alepa, o PL agora segue para o poder executivo para ser sancionado e promulgado para que a Lei entre em vigor, declarando a manifestação um patrimônio cultural imaterial do Pará. 

É importante saber que as leis que declaram manifestações e obras como patrimônio cultural, têm um caráter mais simbólico e político. É uma forma de valorizar e proteger determinada prática cultural, mas não necessariamente implica em uma pesquisa aprofundada ou na aplicação de políticas de salvaguarda específicas.

É diferente do reconhecimento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que envolve um processo técnico de avaliação, que envolve uma série de levantamentos históricos e que geralmente resultam em ações práticas e políticas de salvaguarda. Ambos, porém, são importantes para a valorização e preservação das manifestações culturais.

Ancestralidade e Resistência

Doc "Samba de Cacete, Alvorada Quilombola"
Foto/Still
O documentário "Samba de Cacete Alvorada Quilombola", produzido pela Lamparina Filmes, oferece um olhar profundo sobre essa expressão cultural, que se mantém viva nas comunidades quilombolas da região. 

Originado entre os afrodescendentes da região amazônica, o Samba de Cacete tradicionalmente embalava os mutirões comunitários, começando na véspera dos eventos e se estendendo até a manhã seguinte, quando os participantes seguiam para o trabalho. As canções, muitas vezes remontando ao período da escravidão, têm resistido ao tempo, sendo transmitidas por até quatro gerações entre os quilombolas da região.

O documentário foi contemplado pelo Edital CURTA AFIRMATIVO 2014, do Ministério da Cultura, com foco no protagonismo de cineastas afro-brasileiros, destacando o Samba de Cacete, como um elemento da identidade cultural do Pará.

(As fotos que ilustram a postagem são still do filme Samba de Cacete, Alvorada Quilombola, da Lamparina Filmes).

Mostra Paisagens Mineradas no Dia da Amazônia

Carajás
O Dia da Amazônia, 5 de setembro, marca a abertura, em Belém, da exposição “Paisagens Mineradas: Marcas no Corpo-Território”, que ocupará o espaço da Associação FotoAtiva até 5 de outubro. Programação e visitação gratuitas.

O projeto reúne onze artistas mulheres cujas obras se conectam nas reflexões sobre memória, corpo e paisagem em um contexto exploratório. Na agenda de abertura, nos dias 5, 6 e 7 de setembro, haverá exibição de filmes e debates relacionados ao tema.

Pinturas, gravuras, videoartes, instalações, fotografias e performances artísticas fazem a tessitura dessas paisagens, onde cabem denúncias, imagens impactantes, dores e também delicadezas. Sob o olhar dessas mulheres, “Paisagens Mineradas” pensa sobre a onipresença da mineração na vida contemporânea, mas também sobre a paisagem adoecida pela lógica da mercantilização da Terra e da vida. 

“Acho que as pessoas não estão conscientes do quão grande são esses movimentos de mineração, de como eles são destruidores. Eles destroem a vida, para produzir coisas mortas”, avalia a artista e educadora paulista Beá Meira, uma das participantes da mostra com uma série de gravuras que registram plantas de seis grandes minas em operação na região amazônica.

Ao mesmo tempo, a exposição aborda como as mulheres permanecem sofrendo mais nessa sociedade exploratória. “A gente consegue fazer um paralelo muito claro entre o corpo da montanha, o corpo do território, que é explorado pela mineração, e também o corpo da mulher. Ambos sofrendo por uma lógica de objetificação, de mercantilização da vida. E nesse sentido, para a gente pensar em futuros possíveis, para a gente cocriar outras narrativas”, explica Isadora Canela, uma das artistas e também curadora da mostra.

Além de Isadora e Beá, também integram a mostra, as artistas Julia Pontés, Shirley Krenak, Luana Vitra, Isis Medeiros, Mari de Sá, Lis Haddad, Silvia Noronha e, do Pará, as artistas Murapijawa Assurini, do Coletivo Kujỹ Ete Marytykwa'awa, e Keyla Sobral. 

Cristina Serra participa de Debate ambiental

Obra de Julia Pontés 
A mostra chega à capital paraense, quando a cidade está prestes a receber pessoas de todo o mundo para refletir sobre meio ambiente, durante a COP 30, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em novembro de 2025.  

Temas como "Greenwashing" - expressão usada para designar a “maquiagem verde” feita por empresas e marcas para dar à opinião pública uma falsa ideia de que há sustentabilidade em seus negócios – e mudanças e impactos nos territórios causados por grandes projetos de exploração minerária estão na pauta da programação de abertura do evento, que terá convidados como a jornalista Cristina Serra e também as artistas Beá Meira, Isis Medeiros, Lis Haddad e Mari de Sá.

A exposição é uma realização do Instituto Camila e Luiz Taliberti, ONG voltada para ações educativas e culturais sobre sustentabilidade ambiental, criada para homenagear os irmãos Camila e Luiz, vítimas do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), em 2019. 

“É importante fazer as pessoas perceberem o mundo em que nós estamos vivendo, como a mineração age junto às comunidades. Isso precisa ser dito, as pessoas precisam ter essa consciência. É preciso falar. O Instituto foi criado para ser voz, nossa e de quem mais precisar falar”, diz a presidente do Instituto, Helena Taliberti, que é mãe de Camila e Luiz.

Em Belém, o evento tem a parceria da Associação FotoAtiva, Kujỹ Ete Marytykwa'awa – Coletivo de Mulheres da Família Marytykwa'awa, Instituto Janeraka, Constelar Ancestral – Rede Cocriativa entre Povos da Floresta, Herbário da UFPA, e apoios da Apiência Ambiental, Instituto Cordilheira, Observatório da Mineração e Conectas Direitos Humanos. 

VISITE

Paisagens Mineradas: Marcas no Corpo-Território

Abertura: 5 de setembro de 2024, às 18h.

Visitação: Até 5 de outubro de 2024, de terça a sexta-feira, das 14h às 17h, e sábado, de 9h às 13h.

Onde: Associação FotoAtiva (Praça das Mercês, 19, Bairro da Campina – Belém/PA)

Programação de Abertura

Quinta-feira, 5 de setembro:

- 18h: Presença das artistas Beá Meira, Isis Medeiros, Lis Haddad e Mari de Sá para visitação.

- 18h30: Performance "Evocação ao Rio" com Lis Haddad.

- 20h: Roda de saberes e práticas - Itakui Re'e Urujumugyta.

Sexta-feira, 6 de setembro:

- 18h: Presença das artistas para visitação.

- 18h30: Performance "Evocação ao Rio" com Lis Haddad.

- 19h15: Exibição do curta-metragem "Solastalgia" de Lucas Bambozzi.

- 19h30: Roda de conversa "A propaganda na era do Greenwashing" com Carla Romano, Isis Medeiros e Renée Chalu. Mediação de Marina Kilikian.

Sábado, 7 de setembro:

- 11h: Aula aberta - "Ure Petywu Ape I'lka'a - Vozes e perspectivas da floresta".

- 14h: Roda de conversa "Arte e luto: somos sementes" com Time'i Awaete, Mari de Sá, e Beá Meira. Mediação de Lis Haddad.

- 16h: Exibição do filme "Na fronteira do fim do mundo - mineração no sudeste do Pará".

- 17h: Roda de conversa "Local e global: os impactos da mineração no Pará" com Ismael Machado, Mário Santos, e Rosane Steinbrenner. Mediação de Cristina Serra.

Ingressos: Gratuitos

Curtas Infantis Mercosul em mostra no Cine Apuí

O Centro Cultural Rosa Luxemburgo, via edital Mercosul Audiovisual Mostra de Curtas Infantis-Minc, foi contemplado como polo de exibição no Estado do Pará e em parceria com a Fundação Centro Cultural Parque Vila Maguary - FPM, traz a programação ao Cine Apuí nesta quarta-feira, 28, às 16h, com entrada gratuita.

A Mostra de Curtas Infantis do Mercosul Audiovisual traz seis filmes em curta-metragem produzidos com temas contextualizados na realidade de Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil, países-membros do Mercosul. E países associados, como a Colômbia. 

Na programação estão os brasileiros “Meu nome é Malaaum” (2021), dirigido por Luísa Copetti, “Sobre amizades e bicicletas” (2022), dirigido por Júlia Vidal e “Téo, o menino Azul” (2022), de Hygor Amorim. “Não estão sozinhos” (2022), produzido no Paraguai e dirigido por Mathias Maciel; O argentino “Esta lã é minha” (2018), dirigido por Duilio Gatti. De Juan Camilo Fonnegra, filme colombiano "A sistina” (2022).

Após a exibição dos filmes haverá roda de conversa com a atriz e cineasta Célia Maracajá; o realizador e cineclubista Francisco Weyl - o Capinteiro da Poesia; Luiz Adriano Damimello, professor da Faculdade de Artea Visuais da Universidade Federal do Pará; o escritor e roteirista Porakê Munduruku, a Presidente da FPM, Dani Franco; o cineasta e professor Cássio Tavernard. Fátima Afonso, fundadora e coordenadora do Centro Rosa Luxemburgo faz a mediação.

A coordenadora do  centro cultural, Dani Franco, diz que a “a ideia de reunir estes profissionais é porque eles podem contribuir muito para do debate sobre os temas abordados nos filmes exibidos e também para um diálogo a respeito deste edital, que é de inclusão e que hoje conta com os países do Mercosul.”

Serviço

Mercosul Audiovisual - Mostra de Curtas Infantis no Cine Apuí

Dia: 28 de agosto (quarta-feira)

Hora: 16h

Local: Teatro Municipal de Ananindeua

Entrada Franca

24.8.24

Theatro da Paz pode se tornar patrimônio mundial

Entre os dias 26 e 28 de agosto, Belém recebe a II Oficina de Mobilização para a preparação da candidatura dos Teatros da Amazônia a Patrimônio Mundial, organizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

Após a etapa Manaus, onde o Teatro Amazonas passou pela mesma avaliação, chegou a vez do Theatro da Paz. A cerimônia de abertura, aberta ao público, acontecerá no dia 26 de agosto, às 9h30, e contará com a presença de importantes autoridades, incluindo o presidente do Iphan, Leandro Grass, e o secretário de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, Marcos Apolo Muniz. 

A candidatura dos Teatros da Amazônia é uma iniciativa que busca reconhecer a importância cultural, histórica e arquitetônica dessas edificações construídas no século XIX, durante o ciclo da borracha, um período de grande crescimento econômico na Amazônia. Ambos os teatros são ícones da modernização e urbanização da região, sendo os primeiros teatros brasileiros com estrutura arquitetônica preparada para óperas.

O processo de reconhecimento pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) envolve a justificativa dos valores universais dos bens, que devem demonstrar importância não apenas local, mas para toda a humanidade. O Iphan, como órgão coordenador, é responsável pela elaboração do Dossiê de candidatura que será apresentado ao Centro do Patrimônio Mundial da Unesco.

Durante os três dias de oficina, serão discutidos temas fundamentais para a elaboração do dossiê, incluindo os conceitos, princípios e procedimentos para a apresentação da candidatura. Além disso, a programação incluirá apresentações sobre a proteção, conservação e gestão dos teatros, visitas técnicas e debates.

No dia 27 de agosto, serão realizadas visitas técnicas, tanto no entorno da área de amortecimento do Theatro da Paz, como dentro do teatro, para avaliar o entorno do teatro e garantir que todos os aspectos de preservação sejam levados em conta na candidatura, assim como dentro do teatro para que os participantes conheçam de perto as particularidades do edifício histórico e compreendam melhor os desafios e as necessidades de conservação e gestão que o teatro enfrenta. 

Já no dia 28 de agosto, haverá uma reunião na sala Vicente Salles, no Palacete Bolonha, onde serão discutidas as próximas etapas da candidatura. Serão definidos critérios e estratégias para a elaboração do dossiê e as responsabilidades de cada instituição envolvida no processo.

Programação

Dia 26 de agosto (Segunda-feira)

9h: Credenciamento

9h30: Abertura com autoridades no Theatro da Paz

10h: 1ª Apresentação – Conceitos, princípios e procedimentos para a candidatura

11h: 2ª Apresentação – Contextualização histórica e embasamentos conceituais

12h às 14h: Intervalo de almoço

14h: Apresentações sobre a proteção, conservação e gestão do Teatro Amazonas e Theatro da Paz

17h às 18h: Debate

19h: Atração cultural

Dia 27 de agosto (Terça-feira)

9h30: Visita técnica à área de amortecimento do Theatro da Paz

12h às 14h: Intervalo de almoço

14h: Visita técnica ao Theatro da Paz

17h às 18h: Debate sobre a visita técnica e encaminhamentos

DIA: 28 de agosto (Quarta-feira)

Local: Sala Vicente Salles – Palacete Bolonha

9h30 – Próximas Etapas da Candidatura

12h às 14h - Intervalo de Almoço

14h – Instituição dos Grupos de Trabalho de Elaboração da Candidatura

16h às 17h – Encerramento: Debate e Encaminhamentos

Teatro musical estreia no XVIII Festival de Ópera

O XVIII Festival de Ópera do Theatro da Paz inovou este ano ao trazer um espetáculo musical em sua programação. "O Príncipe do Egito" é uma parceria entre o projeto Ópera Estúdio, da Fundação Carlos Gomes e a companhia Liga do Teatro. Teve pré-estreia ontem e fica em cartaz neste sábado, 24, às 19h, e domingo, às 17h. Ingressos na bilheteria.

"O Príncipe do Egito" não poupou esforços para entregar uma experiência visual e sonora de tirar o fôlego. Na pré-estreia realizada nesta sexta-feira, 23, o público foi conduzido a uma jornada épica pelo Egito antigo, onde a história de dois irmãos separados por um destino inexorável se desenrola com intensidade e paixão. A estreia para o público, neste final de semana, promete ser igualmente arrebatadora.

Combinando música, dança e drama, a encenação conta com a competência de jovens atores que integram o projeto Ópera Estúdio, um projeto de extensão da FCG. São quase 100 profissionais envolvidos. Ao todo, 58 músicos e mais 47 artistas, entre elenco e produção para realizar um musical, ambientado no Egito antigo. A direção geral e musical é de Pedro Messias, pela FUndação carlos Gomes. 

A direção teatral e adaptação dramatúrgica de Bárbara Gibson, com assisteência de direção de Theo Oliveira, produção executiva de Larissa Imbiriba; direção de palco, de Luiza Imbiriba e direção coreográfica de Paola Pinheiro e preparação de elenco de Paulo Jaime, que integram a Liga do Teatro.

Um pouco mais sobre a história

O Príncipe do Egito é uma história épica vivida por Moisés e Ramsés, que cresceram como irmãos na corte do faraó, em meio ao esplendor e poder do império egípcio. 

Apesar de suas origens distintas — Moisés nasceu hebreu, enquanto Ramsés é o herdeiro do trono egípcio — os dois desenvolveram um laço profundo de fraternidade e amizade. Porém, à medida que crescem, suas diferenças se tornam cada vez mais evidentes, culminando em um momento crucial quando Moisés descobre sua verdadeira identidade como hebreu e o sofrimento de seu povo, que vive como escravo sob o jugo egípcio.

Esse segredo abalador rompe o vínculo fraternal entre Moisés e Ramsés. Moisés, compelido por uma visão divina, decide abandonar a vida privilegiada que conhecia para liderar os hebreus rumo à liberdade. Ramsés, por outro lado, sente-se traído pela partida de Moisés e, agora como faraó, está determinado a manter seu poder e as tradições de seu povo, opondo-se ferozmente à libertação dos hebreus.

O confronto entre Moisés e Ramsés representa o choque de duas culturas e crenças, bem como uma luta pessoal entre dever, destino e identidade. Moisés é guiado por sua fé e pelo desejo de justiça, enquanto Ramsés, ainda preso às expectativas de seu papel como faraó, é motivado pela preservação de seu reino e legado.

A narrativa aborda temas profundos como o poder do perdão, a busca por identidade e a força da fé. Ao final, a travessia do Mar Vermelho simboliza a vitória de Moisés na condução de seu povo à liberdade, mas também o profundo impacto emocional de um confronto entre irmãos que, mesmo separados por seus caminhos opostos, compartilham um passado de amor e camaradagem.

Serviço

O Príncipe do Egito. Apresentações nos dias 24 de agosto, às 19h, e 25 de agosto, às 17h. Mais informações podem ser obtidas na bilheteria do Theatro da Paz pelo telefone (91) 3252-860. Av. Da Paz  - Presidente Vargas - Belém-Pa.

23.8.24

CCBA com exposições, música e teatro em agosto

Mestre Ney Lima Foto: Divulgação/CCBA
As duas exposições em cartaz no Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA) estão na reta final. As obras do artista plástico Carlos Cruz-Diez e da fotógrafa Paula Sampaio, que marcaram a abertura do Centro Cultural, podem ser visitadas até o dia 1° de setembro de forma gratuita. Além disso, as duas últimas semanas de agosto no CCBA reúnem intensa programação cultural aberta ao público. 

A exposição "RGB: As Cores do Século”, no primeiro piso do CCBA, celebra o centenário do renomado artista venezuelano Carlos Cruz-Diez, sendo a primeira exposição individual do artista no Norte do Brasil. Conhecido por suas obras inovadoras no campo da arte cinética e óptica, Cruz-Diez oferece aos espectadores, em “RGB”, uma experiência cromática única. A curadoria é de Michel Gauthier, do Centre Pompidou, museu de arte moderna da França e de Ana Clara Simões. 

Já a instalação fotográfica “Para que não se acabe: catar memórias”, da fotógrafa Paula Sampaio, percorre os principais sítios históricos de Belém localizados no bairro da Cidade Velha, atravessando o Complexo do Ver-o-Pesoe os bairros da Campina/Comércio. O espaço reúne fotografias de família, objetos pessoais da fotógrafa e ambientes interativos. 

Programação 

Elias Coutinho
Foto: Divulgação/CCBA
Além das exposições, o Centro Cultural Bienal das Amazônias promove nos fins de semana uma programação cultural diversa. Nesta sexta-feira (23), a partir das 18h, o CCBA recebe Elias Coutinho, maestro, saxofonista e improvisador. 

O músico possui carreira na cena musical da região amazônica. Como maestro é titular da aclamada Amazônia Jazz Band e desempenha papel fundamental na promoção do jazz na região. 

No sábado (24) o grupo “Os falsos do Carimbó” volta ao CCBA com o show "Brinquedo Pop", às 18h30. A apresentação marca também o pré-lançamento do EP “O lugar, o momento e o motivo”, de Mestre Ney Lima Pela Paz. O EP faz parte de um álbum homônimo ao show que sairá ao longo do ano, em primeiro momento em formato de EP's com intuito de explorar as individualidades e potências dos compositores do grupo.

A agenda de agosto encerra no sábado (31) com a in Bust Teatro com Bonecos, que apresentará o espetáculo “Aguar o tempo”, às 18h30. Em uma noite imaginária, todas as pessoas participantes do espetáculo se reúnem em roda para um encontro com as memórias que submergem e emergem em um rio-tempo. Aguar o Tempo é conduzido por Adriana Cruz, AnibalPacha, Cincinato Jr e Paulo Ricardo Nascimento. 

Serviço

Centro Cultural Bienal das Amazônias - Rua Manoel Barata, n° 400. Entrada franca 

FotoAtiva chega aos 40 com música e fotovaral!

Irene Almeida, atual presidente da associação
Foto: Cláudio Ferreira
Os 40 anos de criação da Associação FotoAtiva ganha festa com atrações musicais, fotografia e interação com o público.  Tudo neste sábado, 24, a partir das 18h, na Praça das Mercês, bairro da Campina. Evento gratuito.

Um fotovaral gigante será montado na praça em frente à associação, lembrando a chegada de Miguel Chikaoka a Belém, nos anos 1980 e sua imediata inserção na cena artística da cidade.  Primeiro ele atuou no grupo Agir, que reunia artistas de várias frentes e categorias, e no fotojornalismo. 

Depois de ministrar uma oficina de fotografia, Miguel se viu organizando grupos em torno de um ideal fotográfico que superou expectativas técnicas e ampliou a relação de muitos profissionais com a cidade, dando origem, em 1984, na FotoAtiva.

Hoje, em um casarão no centro histórico de Belém, a associação segue seus propósitos e vem, por meio de oficinas, mostras e fotovarais, encontros de aprofundamento sobre a imagem, dentre outras ações de interação com o público em geral, atuando dentro e fora do estado, propondo um alargamento do olhar, e se relacionando com pessoas e coisas sob a égide dos direitos humanos.


Passadas quatro décadas, a Associação FotoAtiva hoje é uma instituição reconhecidamente de utilidade pública municipal e estadual, que se mantém ativa no cenário artístico local, expandindo o escopo de pesquisa, estímulo e difusão da fotografia. No mês de aniversário a programação que já trouxe exposição, mesas redondas e sessões audiovisuais com temas fotográficos, agora culmina.

O público vai ter uma programação pensada cuidadosamente para receber amigos e fotoativistas: quem abre a festa é o som instrumental de Delcley Machado e Quarteto abalando as estruturas do Casarão com a mescla choro, jazz e bossa nova.

Em seguida, a cantora e compositora Ana Clara apresenta um repertório autoral, acompanhada no violão por Eduardo Feijó, e na guitarra por Erik Lopes. E quem gosta de dançar vai se encantar com os DJ Da Terra e DJ Meia Boca, que assumem o som para um outro nível de vínculo!

Na galeria da associação segue a exposição Navegantes, com curadoria do professor e pesquisador John Fletcher. Um grande fotovaral vai abraçar a Praça das Mercês, e será construído ao longo da noite, com a participação do público, que está convidado a trazer uma fotografia, em tamanho médio e tema livre, para compor a grande mostra. 

No programa tem ainda Flash Tatoo com Gabruxa, videoprojeções, intervenções com fotografia em grande formato, e outras surpresas para quem for conferir este grande momento. 

Serviço

FotoFesta FotoAtiva 40 anos

Com Ana Clara, Delcley Machado e Quarteto, DJ Da Terra, DJ Meia Boca e Gabruxa.

Exposições /FotoVaral /Videoprojeções /Intervenções em fotografia de grande formato

Dia 24 de agosto de 2024, a partir de 18h

Sede da Associação FotoAtiva

Praça das Mercês (ou Visconde do Rio Branco), 19. Campina.

Mestre Verequete recebe homenagens no domingo

Pinduca, Grupo de Carimbó Grão Pará, Encanto do Tambor, Os Falsos do Carimbó, Sancari, Tambores Encantados e o Coletivo Cidade Tambor vão interpretar o repertório do Mestre Verequete, neste domingo, 25 de agosto, na primeira edição do Carimboulevard, no Boulevard da Gastronomia, a partir das 17h. O evento é gratuito.

Com o tema “Mestre Verequete Vive”, o evento celebra o Dia Municipal do Carimbó, comemorado no dia 26 de agosto, em homenagem ao nascimento de Augusto Gomes Rodrigues, mais conhecido como Mestre Verequete. O show será conduzido pelo Grupo de Carimbó Uirapuru e, também, será uma grande homenagem a todos músicos e artistas que disseminam a cultura do carimbó, patrimônio cultural imaterial do Brasil, na cidade das mangueiras.

“Vamos celebrar o dia do carimbó e a data de aniversário de meu pai, o mestre Verequete.  Esperamos todos os amantes de carimbó e vamos tocar os grandes sucessos do mestre e de outros reis e rainhas paraenses. Será um momento para o público matar a saudade do carimbó raiz. O evento é uma oportunidade para manter viva a tradição que é passada de geração para geração”, conta Lucimar Pinheiro, filha do Mestre Verequete e integrante do Grupo Uirapuru.

Verequere recebeu a maior honraria na
área cultural, em 2006
O Mestre dedicou sua trajetória na composição do carimbó e foi um dos responsáveis pela popularização do gênero no estado do Pará e por sua projeção nacional no período de 1970 e 1980. Chamado Augusto Gomes Rodrigues, mais conhecido como Mestre Verequete, o músico compôs cerca de 200 músicas, além de lançar dez discos e quatro CDs. Entre os sucessos do estão: “O carimbó não morreu”, “Morena penteia o cabelo”, “Xô peru” e o grande hit  “Chama Verequete”.

“O público não pode perder esse momento de celebração ao nosso eterno rei do carimbó. O Carimboulevard será um verdadeiro encontro de reis e rainhas do carimbó. Eu me farei presente alegrando e homenageando ao Verequete, que já se foi, mas deixou esse incrível legado em nossas mãos. Vai ser a coisa mais bonita”, reforça Pinduca, o Rei do Carimbó.

Serviço
Carimboulevard. Neste domingo, 25 de agosto, no  Boulevard da Gastronomia, a partir das 17h. Gratuito.

22.8.24

Espetáculo une dança e música na orla de Icoaraci

Ana Unger estreia neste sábado, 24,  "Motirô", espetáculo multimídia que combina dança, música e videografia para conscientizar sobre a preservação ambiental. A apresentação será às 20h na Orla de Icoaraci (Concha Acústica). A entrada é gratuita.

Dirigido por Ana Unger, "Motirô" – que significa "mutirão" em Tupi-Guarani – traz à tona a necessidade urgente de preservação das águas dos rios e mares da Amazônia. O espetáculo faz uso de diversas linguagens artísticas para explorar essa temática, destacando a importância da ação coletiva em prol do meio ambiente.

Com trilha sonora original de Thiago D’Albuquerque, composta especialmente para o projeto, "Motirô" utiliza a música para intensificar a mensagem do espetáculo. Ana Unger enfatiza a importância desse elemento: "A música é fundamental para transmitir a mensagem que queremos passar, tocando o coração das pessoas e sensibilizando. O espetáculo possui momentos que realmente apertam o peito, dão aquele nó na garganta", revela a bailarina.

As imagens projetadas durante o espetáculo foram captadas pelo fotógrafo Marcos Hermes, que imortalizou paisagens naturais do Pará, como as praias e furos de Algodoal, a Ilha do Pilão em Salinópolis, a orla de Icoaraci e o Portal da Amazônia. "Eu quero mais estar aqui, o Pará tem muita riqueza musical e artística", reflete o fotógrafo, destacando o impacto das belezas naturais do estado.

Figurinos e coreografia

Os figurinos, assinados por Ana Luiza Gabbay e confeccionados por mulheres de cooperativas sob a coordenação de Norma Andrade do Instituto Lixo Zero, também se alinha com a mensagem do espetáculo. Foram elaborados com atenção aos princípios de sustentabilidade, integrando estética e funcionalidade para a dança.

A coreografia de "Motirô" foi desenvolvida por meio de uma pesquisa de movimento realizada por Jonathan Costa, Ivan Franco e pela própria Cia de Dança Ana Unger. A abordagem colaborativa reflete o conceito de mutirão, simbolizando o esforço coletivo em prol de um bem maior. A direção criativa do espetáculo é de Silvia Quadros, com Alan Kardec na direção de imagem e Mário Costa na edição.

Contemplado pelo edital da Lei Paulo Gustavo, o projeto "Motirô", em 2025, o espetáculo percorrerá outras cidades paraenses, como São Caetano de Odivelas, Salinas e Alter do Chão, com novas cenas e música instrumental ao vivo, continuando sua missão de sensibilizar o público sobre a importância da preservação ambiental.

Oficina: Antes da apresentação principal, no dia 23 de agosto, Thiago D’Albuquerque e o artesão Zete conduzirão uma oficina de percussão para os alunos da Escola Liceu Mestre Raimundo Cardoso de Icoaraci, das 10h às 12h. A atividade permite que os jovens interajam diretamente com o espetáculo, vivenciando na prática a proposta de "Motirô".

Serviço

Espetáculo "Motirô"

Data: 24 de agosto (sábado)

Horário: 20h

Local: Anfiteatro da Orla de Icoaraci (Concha Acústica)

Endereço: Tv. do Cruzeiro, 276 - Cruzeiro, Belém

Entrada: Gratuita

Oficina de Percussão

Data: 23 de agosto (sexta-feira)

Horário: 10h às 12h

Local: Escola Liceu Mestre Raimundo Cardoso de Icoaraci

Público: Alunos da escola, com interação durante o espetáculo "Motirô"

UFPA inaugura obras sobre ancestralidade indígena

A Universidade Federal do Pará (UFPA) vai inaugurar no próximo dia 30, às 16h, uma série de murais que celebram a ancestralidade indígena no prédio do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL). 

As obras, assinadas pelo artista paraense And Santtos, incluem os murais "Manto Tupinambá", "Território Mairi" e "Jacei Tatá Tupinambá" (Céu Tupinambá), além da já inaugurada Sala Verônica Tembé, foram pintadas ao longo do primeiro semestre. 

Para a coordenadora do PPGL e do Grupo de Estudo Mediações, Discursos e Sociedades Amazônicas (GEDAI), Ivânia dos Santos Neves esta é uma oportunidade de pluralizar ainda mais a universidade, que há bem pouco tempo, com o início da política de cotas, possibilitou a entrada de indígenas.  No PPGL, de acordo com ela, a presença indígena é visibilizada de forma múltipla, tanto politica como esteticamente. 

"Das nossas linhas de pesquisa às nossas paredes, temos compromisso com os povos indígenas da Amazônia. Para nós, é uma felicidade trazer a ancestralidade indígena, por meio da arte, no espaço da Universidade, onde há pouco tempo não se falava sobre práticas culturais e saberes dos povos originários. No PPGL só em 2020 estabelecemos as cotas, a presença das nossas doutorandas indígenas, Márcia Kambeba e Jucicleide Pereira (Whapichana), nos abre a oportunidade para pensar sobre a presença dos saberes indígenas dentro da nossa universidade”, avalia.

Conexão ancestral com a região amazônica

Antes da invasão europeia, a vasta região que hoje abrange os estados do Pará, Maranhão, Amapá e Amazonas era conhecida pelos povos indígenas como Mairi. 

Esse termo, de origem Tupi antigo, refere-se ao território sagrado onde habitavam os filhos de Maíra, o ancestral primordial dos Tupinambá. Para muitas etnias, Maíra é uma figura central na cosmogonia indígena, Maíra, ancestral responsável pela criação de rios, floresta, homens, mulheres e todo o tipo de saberes.

“Desde 2019 a gente vem falando de Mairi, com pesquisa, publicação de artigos, documentários, apresentações artísticas, realização de eventos que possibilitem conhecermos mais detalhes sobre a nossa ancestralidade indígena. Recentemente, durante a realização da SBPC na UFPA, o GEDAI apresentou a roda de conversa ‘Mairi e o Manto Tupinambá: a ancestralidade indígena em Belém’, no mesmo evento havia uma tenda chamada “Mairi”, nós já tivemos projetos da prefeitura intitulados “Mairi”, e agora temos o ‘Território Mairi’ na parede externa do nosso prédio”, enfatiza Ivânia Neves.

And Santtos traz Odivelismo para ressaltar Mairi

O artista visual And Santtos é autodidata, nascido no município de São Caetano de Odivelas, no Pará. Teve sua infância à beira do Mojuim, rio que banha sua cidade natal, onde passou maior parte de sua adolescência produzindo, abrindo letras em canoas e barcos. 

O interesse pela arte veio associado a trinchas, sprays, tintas e pincéis em telas, painéis, fachadas de comércios, barcos de pesca, cenários e muros urbanos, indo aos poucos identificando sua própria técnica e linguagem.

O Odivelismo, estilo criado pelo artista, retrata o imaginário popular amazônico com uma linguagem livre e espontânea, rica em cores e elementos regionais. Inspirado por suas raízes e pelo cotidiano, o artista referencia o “Boi de máscaras” de São Caetano de Odivelas, refletindo um olhar crítico e poético sobre a vida dos moradores dessa região.

“É emocionante trazer este trabalho sobre nossas raízes e ancestralidade”, diz o artista escolhido para grafitar o Manto Tupinambá no PPGL. “Reconhecemos este território como Mairi, e a preservação deve partir de nós, em todos os sentidos: ambiental, cultural e social.”

Mundozito reúne arte e diversão para a criançada

O "Mundozito É Show!" oferece, neste domingo, 25, no Café com Arte, um dia de atividades que vão estimular a criatividade dos pequenos de 0 a 12 anos, garantindo diversão para toda a família. O projeto destaca a importância de criar espaços onde as crianças possam se expressar artisticamente e explorar novos conhecimentos. 

A programação está dividida em dois períodos, cada um pensado para atender diferentes ritmos e preferências das crianças. Inicia às 9h, com uma feira criativa, onde produtos educativos, bonecos e comidinhas saudáveis estarão à venda. 

Na parte da manhã, o "Turno Café com Leite" traz uma série de atividades mais leves, como oficinas sensoriais, yoga, hortinha para crianças e um show interativo com a Tia Ot, figura já conhecida e querida pelos pequenos. No encerramento da manhã tem sessão de cinema especial, exibindo "A Turma da Pororoca", uma animação local que promete encantar os pequenos.

Para quem gosta de agitação, o "Turno Deu Tiltz!" à tarde é a pedida certa. Com oficinas de percussão e bolhas de sabão, e um show com Andro Baudelaire e o Urso Polar Astronauta, a tarde promete ser inesquecível. O destaque fica por conta da estreia da banda "Os Zitz", formada por Camilo Royale e Deni Melo, que vai encerrar o evento com muita música e animação.

O "Mundozito É Show!", que integra o projeto Mundozito, idealizado pelos produtores culturais Gustavo Rodrigues e Cassio Tavernard, é mais uma iniciativa que une educação e diversão para as crianças, por meio da arte e da cultura, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades motoras, sociais e cognitivas de maneira divertida.

Além das atividades culturais, o evento traz conforto e segurança para toda a família, oferecendo um trocador, área de primeiros socorros e serviço completo de bar e cozinha, garantindo que os pais também possam aproveitar o dia de forma tranquila.

Serviço

Evento: Mundozito É Show!

Data: Domingo, 25 de agosto de 2024

Local: Café com Arte - Rua Rui Barbosa, 1437, Bairro Nazaré, Belém

Horário: A partir das 9h

Ingressos:

R$35 - Crianças (0 a 12 anos)

R$15 - Adultos

Mais informações: Instagram @mundozito_

21.8.24

Curtas celebram a cultura popular em Igarapé-Açu

Os realizadores dos documentário
Foto: Divulgação
Igarapé-Açu reforça a importância de valorizar a própria história e lança, neste sábado, 24 de agosto, dois documentários que exploram a memória cultural da região. A programação inicia às 20h, no Espaço Cultural Mangueiras da Neusa.

A colaboração de documentários dedicados a contar a história de mestres da cultura popular, lugares e movimentos culturais é inestimável. Olhar para o passado no presente é a única forma de melhorar o futuro. Não a toa, obras como essas desempenham um papel fundamental na preservação de legados que, de outra forma, poderiam se perder com o tempo.

Neste contexto, trago aqui a notícia do lançamento de dois títulos que chegam à cena independente do audiovisual paraense, realizados com recursos da fundamental Lei Paulo Gustavo do Governo Federal e do apoio da Prefeitura Municipal, da SECTUR e de uma rede de parceiros da comunidade de Igarapé-Açu, cidade localizada no nordeste do estado.

Um deles é "Espaço Cultural Espírito da Coisa: território de Arte e Cultura em Igarapé-Açu", que narra a história de um espaço criado nos anos 90 por um grupo de amigos apaixonados pela música popular brasileira. O espaço rapidamente se tornou um lugar de resistência e berço para a profissionalização de artistas locais. 

As noites memoráveis são relembradas, contadas e cantadas a partir da visão de quem idealizou, construiu, vivenciou e sonhou com aquele lugar. Por meio dessas narrativas, o filme mostra como a cultura popular sobrevive e floresce justamente por ser nutrida pelas pessoas que vivem e respiram essa cultura.

O outro documentário se chama "O legado musical do Mestre Duia", que ilumina a vida de Manoel Flor de Abreu, um home que enquanto consertava bicicletas para sobreviver, aprendeu a tocar chorinho, como um autodidata, apenas observando outros músicos. Mestre Duia, como ficou conhecido, com sua simplicidade, 
tornou-se uma inspiração e influenciou uma geração de jovens músicos.

Produzidos por Fabinho Carréra e Renir Aviz, com direção de Felippe Barros e Brad Netto, o projeto foi gerido por Carol Magalhães. Além dos filmes, o evento contará com uma Feirinha Gastronômica que apresentará o melhor da culinária local e um show com artistas da terra, reforçando a celebração da cultura popular em todos os sentidos.

Serviço

A entrada é gratuita, mas as vagas são limitadas, sendo necessário fazer reserva pelo telefone (91) 98866-1114. O evento acontece neste sábado, 24 de agosto de 2024, no Espaço Cultural Mangueiras da Neusa (Tv. Duque de Caxias, 4154, Centro, Igarapé-Açu), a partir das 20h.

20.8.24

Barbatuques faz duas apresentações no Teatro Sesi

O grupo completa mais de duas décadas, reconhecido pela linguagem singular de percussão e música corporal. Este marco está sendo celebrado em turnê por 15 cidades no Brasil, com patrocínio da Petrobrás. “Barbatuques 25 anos" é o novo show, com estética visual e repertório renovados. Em Belém, o show será neste sábado, 24, às 20h, e no domingo, 25, às 18h,  no Teatro Sesi.

Além dos shows, o grupo ministra oficina gratuita de música corporal, que será no mesmo local, dia 24, com inscrições abertas para todos os públicos, a partir de 14 anos. A turnê 2024 “Barbatuques 25 anos" também é uma homenagem a Fernando Barba, criador do grupo e falecido em fevereiro de 2021.

Esta é a maior circulação realizada pelo Barbatuques em território nacional. O grupo já foi pro Recife, Fortaleza, Campinas, São Paulo, Curitiba, Santos, São José dos Campos, Caraguatatuba, Manaus, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia e Campo Grande. Segue agora para as duas últimas cidades da tour: Belém e Palmas.

O repertório do show explora a gênese musical do grupo, trazendo um apanhado simbólico da discografia do Barbatuques, como “Barbapapa’s Groove”, primeira peça para percussão corporal composta pelo Barba, hits como Baianá e Baião Destemperado, novos singles que ainda não faziam parte dos shows, como “Eu vou Cantar” e  “Natureza“ (parceria com Russo Passapusso), além dos momentos de improviso e a clássica interação musical com a plateia. 

“Barbatuques 25 anos" percorre a longa trajetória sonora do grupo, dos ritmos e cantos afro-brasileiros no primeiro disco “O Corpo do Som”, passando pelos experimentalismos vanguardistas de “O Seguinte é Esse”, pelas harmonias e polirritmias ricamente elaboradas de “AYÚ”, chegando ao momento atual com o lançamento frequente de singles, onde a canção também ganha força. Uma síntese da sonoridade do Barbatuques desde a sua criação. 

É uma experiência singular ver e ouvir o Barbatuques ao vivo, uma potente orquestra orgânica de música corporal, ressoando a musicalidade de variados cantos do mundo. A turnê 25 anos do Barbatuques é viabilizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Petrobras, realização do Núcleo Barbatuques, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Serviço

Barbatuques 25 anos! Belém

Data: 24 e 25 de agosto de 2024 

Horário: 20h (sábado) e 18h (domingo)

Local: Teatro Sesi Belém

Duração: 90 minutos

Classificação: livre 

Capacidade: 686 lugares 

Acessibilidade: acessível para cadeirantes

Ingressos: R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia-entrada)

Vendas on-line: Sympla

Oficinas: 24 de agosto, sábado, das 10h às 12h 

Inscrições e mais informações: Sympla

1o Festival ACEITA celebra a diversidade em Belém

Rawi, entre as atrações
Foto: Divulgação
De 23 a 25 de agosto, Belém será palco do Festival ACEITA, que chega para reafirmar o compromisso com a diversidade, a inclusão e a ancestralidade. A programação mescla shows de artistas nacionais e internacionais, painéis e atividades voltadas para a conscientização social. Assim, o evento pretende se posicionar, sendo um marco na efervescente cena cultural da Amazônia. 

Nesta sexta-feira, 23, a abertura será marcada pela presença de autoridades que simbolizam o apoio às causas LGBTQIAPN+. Entre elas, Márcio França, Sônia Guajajara e a secretária Nacional LGBT Symmy Larat, cuja participação evidencia o compromisso governamental com a promoção da diversidade e do respeito às diferenças.

O festival também se compromete com a sustentabilidade e o empreendedorismo através de sua programação ECOS, que inclui painéis sobre tecnologia, direitos humanos, moda, cinema e artes visuais,  ações que visam educar e inspirar o público a engajar-se em práticas mais conscientes e inclusivas. Nos três dias haverá uma programação musical diversa, feita de performances e entrelaçada com temas que norteiam a cada dia o clima do evento.

Ancestralidade, cosmovisão e família

O line-up de sexta-feira traz a força da ancestralidade amazônica, com Taynara Takua + Guajá e Eloi Iglesias, preparando o terreno para uma noite de celebração. O destaque fica por conta dos shows de Maria Gadú + Arthur Nogueira e Sandra de Sá + Gigi Furtado, que unem diferentes gerações da música. 

O encerramento da noite fica por conta do fenômeno internacional Christian Chávez, ex-integrante do grupo RBD, cuja presença reforça a amplitude do festival em atrair artistas de renome global.

No sábado, 24 de agosto, a programação ganha um toque de cosmovisão, explorando as múltiplas visões de mundo e a riqueza cultural amazônica. O destaque do dia é a apresentação de Billy Porter, estrela da série "Pose", que traz a representatividade negra e LGBTQIAPN+ para o centro do palco. A noite também conta com performances impactantes de Jaloo, Carlos do Complexo + Katu Mirim, além de desfiles de moda que prometem surpreender o público.

Domingo encerra com shows e aparelhagem

Leona Vingativa, no domingo
O domingo, 25 de agosto, o festival encerra com o tema "Família", destacando a importância das redes de apoio e afeto na construção de uma sociedade mais inclusiva. 

As apresentações de Leci Brandão + Iara Mê, Ilê Ayê com Jeff Moraes, e Gaby Amarantos + Leona celebram a diversidade das expressões culturais brasileiras, enquanto Gloria Groove e a Aparelhagem Crocodilo garantem que o festival termine em alta, com muita música e movimento de corpo.

Pontes - O ACEITA afirma a resistência e o direito cultural e social da Amazônia. A presença de artistas como Billy Porter, que personifica a luta pela visibilidade LGBTQIAPN+ nos Estados Unidos, ao lado de nomes icônicos da música brasileira como Sandra de Sá e Gaby Amarantos, demonstra o potencial do festival em criar pontes entre diferentes culturas e gerar diálogos transformadores.

Realizado pela Criattiva&Cavalero em parceria com o Ministério da Cultura e patrocinado por grandes empresas como Nubank e Sebrae Nacional, o ACEITA é uma adição significativa ao calendário cultural de Belém, oferecendo ao público uma experiência única que celebra a diversidade em todas as suas formas.

Serviço

Festival ACEITA @ Belém, PA

Data: 23, 24 e 25 de agosto

Local: Espaço Náutico Marine Club

Endereço: Av. Bernardo Sayão, 5232 - Guamá, Belém - PA

Programação completa: https://www.festivalaceita.com/

Ingressos: https://www.sympla.com.br/evento/festival-aceita/2505996 

Inscrições e informações sobre ECOS: https://www.festivalaceita.com/ 


Gastronomia com música boa e opções culturais

Ao que tudo indica teremos um final de semana bastante movimentado em Belém do Pará, capital da COP 30. Um dos motivos será a realização do Festival Amazônico de Gastronomia, nos dias 24 e 25 de agosto no Parque da Residência. Com curadoria de Thiago Castanho, chef paraense com destaque internacional, o evento é gratuito oferece uma programação musical do tipo imperdível. 

Num evento como esse, sabemos: o que mais se destaca é a vivência de sabores que só a terrinha aqui, ficada na Amazônia, pode oferecer. Com 14 chefs paraenses preparando pratos ao vivo, o público terá a oportunidade de degustar clássicos da culinária regional e experimentar inovações criativas.

Restaurantes como Barraca da Fafá, Tacacá do Renato e Satoshi estão entre os destaques, oferecendo desde delícias tradicionais até fusões gastronômicas inusitadas, como o sushi empanado com tapioca e cumaru e o hambúrguer de feijão Santarém no pão de açaí.

Além disso, o festival contará com duas aulas-show com os chefs Irina Cordeiro e Edvaldo Caribé, que ensinarão receitas como cuscuz no tucupi com peixe amazônico e filhote "de sol" com baião de dois amazônico.

A programação musical é igualmente diversificada, trazendo nomes de peso da cena musical amazônica. No sábado, por exemplo, as apresentações incluem Arraial do Pavulagem, Manoel Cordeiro e Baile do Mestre Cupijó, enquanto no domingo, o público poderá curtir shows de Hamilton de Holanda, Trio Manari e Orquestra Aerofônica. Essa mistura de ritmos celebra a identidade cultural paraense e promete animar todo mundo! 

Dentro do Teatro Gasômetro, uma feira de pequenos produtores destacará marcas locais como Sabor de Bragança e Abelhas Raras, oferecendo produtos como chocolates, geleias e cachaças. Este espaço é uma oportunidade para o público conhecer e apoiar empreendimentos da sociobiodiversidade amazônica.

Thiago Castanho
Foto: Divulgação
Para as crianças, a programação inclui contação de histórias, teatro de bonecos, oficinas de percussão com materiais reciclados e até uma oficina de trufas, garantindo diversão para toda a família.

Thiago Castanho entende tudo isso como uma plataforma de conexão entre chefs, produtores e o público. “Belém é reconhecida internacionalmente por sua gastronomia, e eventos como este ajudam a consolidar nossa cultura no cenário global”, afirma o chef. 

O Festival é realizado pela Sonique Produções e patrocinado pela Agropalma e Instituto Cultural Vale. Tem apoio da Secult-PA e das rádios Cultura e Unama FM.

PROGRAMAÇÃO MUSICAL:

Dia 24 de agosto:

12h às 13h: Os Mansos

14h às 15h: Carimbó Selvagem

15h30 às 16h30: Manoel Cordeiro

17h às 18h: Veropa Sessions + Eduardo du Norte

18h20 às 19h20: Baile do Mestre Cupijó

20h às 21h30: Arraial do Pavulagem

Dia 25 de agosto:

12h às 13h: Charme do Choro

14 às 15h: Sancari

15h30 às 16h30: Priscila Cobra convida Mestre Jaci e Os Caçulas da Vila

17h às 18h: Orquestra Aerofônica

18h20 às 19h20: Trio Manari

20h às 21h30: Hamilton de Holanda

AULAS-SHOW: 

Dia 24 de agosto:

13h00: Chef Irina Cordeiro 

Cuscuz hidratado no tucupi com peixe amazônico e salada de feijão manteiguinha

Dia 25 de agosto:

13h00: Chef Edvaldo Caribé

Filhote "de sol" com baião de dois amazônico.

Uma fusão da cozinha amazônica com nordestina.

Dias 24 e 25 de agosto:

11h00: Trufas: método prático e rápido para crianças, com Rennan Mesquita

Capacidade: 20 crianças 

PROGRAMAÇÃO INFANTIL:

Dia 24 de agosto:

12h20 às 13h: Contação de História com Otânia Freire

14h20 às 15h: Teatro de Bonecos com Leonel Ferreira 

15h30 às 16h30: Pedro Bolhas com Pedro Bolhas

17h às 18h: Oficina de Percussão com material reciclável com Zet

Dia 25 de agosto:

12h20 às 13h: Contação de História com Folhas de Papel

14h20 às 15h: Teatro de Bonecos com Leonel Ferreira 

15h30 às 16h30: Pedro Bolhas com Pedro Bolhas

17h às 18h: Oficina de Percussão com material reciclável com Zet