Doc "Samba de Cacete , Alvorada Quilombola" Foto/Still |
Manifestação cultural ainda preservada em comunidades quilombolas do baixo rio Tocantins, abrangendo os municípios de Abaetetuba, Igarapé-Miri, Limoeiro do Ajuru, Cametá, Mocajuba, Baião e Oeiras do Pará, o Samba A proposta, de autoria do deputado Bordalo (PT-PA), reconhece a cultura afro-brasileira e sua história de resistência cultural na Amazônia.
A expressão “Samba de Cacete” refere-se aos pequenos bastões de madeira utilizados pelos tocadores de tambores para marcar o ritmo e o contratempo, compondo uma celebração que une música, canto e dança com elementos dos batuques afro-brasileiros. A dança, muitas vezes improvisada, acompanha as variações de velocidade das melodias, que vão de um ritmo lento a uma aceleração progressiva.
O projeto de Lei de autoria do Deputado Carlos Bordalo, que reconhece o Samba de Cacete como uma história de resistência e ancestralidade negra na Amazônia. Após o reconhecimento da Alepa, o PL agora segue para o poder executivo para ser sancionado e promulgado para que a Lei entre em vigor, declarando a manifestação um patrimônio cultural imaterial do Pará.
É importante saber que as leis que declaram manifestações e obras como patrimônio cultural, têm um caráter mais simbólico e político. É uma forma de valorizar e proteger determinada prática cultural, mas não necessariamente implica em uma pesquisa aprofundada ou na aplicação de políticas de salvaguarda específicas.
É diferente do reconhecimento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que envolve um processo técnico de avaliação, que envolve uma série de levantamentos históricos e que geralmente resultam em ações práticas e políticas de salvaguarda. Ambos, porém, são importantes para a valorização e preservação das manifestações culturais.
Ancestralidade e Resistência
Doc "Samba de Cacete, Alvorada Quilombola" Foto/Still |
Originado entre os afrodescendentes da região amazônica, o Samba de Cacete tradicionalmente embalava os mutirões comunitários, começando na véspera dos eventos e se estendendo até a manhã seguinte, quando os participantes seguiam para o trabalho. As canções, muitas vezes remontando ao período da escravidão, têm resistido ao tempo, sendo transmitidas por até quatro gerações entre os quilombolas da região.
O documentário foi contemplado pelo Edital CURTA AFIRMATIVO 2014, do Ministério da Cultura, com foco no protagonismo de cineastas afro-brasileiros, destacando o Samba de Cacete, como um elemento da identidade cultural do Pará.
(As fotos que ilustram a postagem são still do filme Samba de Cacete, Alvorada Quilombola, da Lamparina Filmes).
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